🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Tony Volpon: In Nvidia We Trust? Por que alguns especialistas estão pessimistas sobre o crescimento exponencial da IA

Dada a crescente concentração na Nvidia, algumas vozes estão avisando que o “ciclo IA” tem peculiaridades que podem torná-lo mais arriscado que as últimas transformações tecnológicas

8 de julho de 2024
20:30 - atualizado às 17:57
nvidia
Imagem: Reprodução

No mês passado, continuamos a sugerir um “engajamento construtivo” com a bolsa americana, enquanto notamos que estamos vivendo um momento “samba de uma nota só” com a crescente concentração do mercado na Nvidia.

E o mês de junho acabou vendo uma oscilação positiva do S&P 500 em 3,5%, fechando o semestre em 14,5%. Mais uma vez, a Nvidia foi o centro das atenções.

Depois da divulgação do seu último resultado trimestral, mais uma vez superando as já altas expectativas do mercado e o anúncio do desdobramento da ação, a Nvidia chegou a subir 43% para um novo pico (virando a empresa mais valiosa do mundo).

A big tech respondeu por 43% do resultado positivo do índice Nasdaq para o período. Logo depois, a Nvidia cai 13%, mas recupera e acaba fechando o mês em alta de 12,7%.

Dada a crescente – e, como notamos no mês passado, perigosa – concentração na Nvidia e no tema da inteligência artificial (IA), acho que vale a pena resumir o recente debate sobre o tema. Isso porque algumas vozes estão avisando que o “ciclo IA” tem peculiaridades que podem torná-lo mais arriscado que os últimos ciclos de transformações tecnológicas.

  • LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.

Os argumentos sobre o crescimento exponencial da tecnologia

Uma das vozes mais céticas é o economista do MIT, Daron Acemoglu (bem conhecido pelo seu livro “Why nations fail?”).

Leia Também

Ele argumenta que o IA deve ajudar a aumentar a eficiência de um conjunto relativo restrito de atividades, tendo dificuldades com “interação com o mundo real”. 

O autor também cita alguns estudos recentes sobre os prováveis efeitos do IA sobre o crescimento da economia americana e chega à bastante modesta expectativa de um aumento de somente 0,9% do PIB nos próximos dez anos.

Ele também não acredita que vamos ver um tipo de “scaling law”, ou crescimento exponencial da tecnologia. Os LLMs atuais performam muito bem na sua atividade principal, mas aumentar o tamanho dos modelos ou colocar mais dados para seu treinamento não deve expandir o escopo das suas atividades.

Outra voz cética é o chefe de pesquisas globais de ações da Goldman Sachs, Jim Covello. 

Em recente relatório (que também tem a entrevista com Acemoglu), ele diz que o custo extremamente alto de desenvolver e aplicar modelos de IA implica que a tecnologia precisa  resolver "problemas complexos" para justificar seus custos. 

Covello estima que devemos ver US$1 trilhão de investimentos na tecnologia, e pergunta quais tipos de problemas têm que ser resolvidos para gerar um retorno positivo.

O chefe de pesquisas diz que muitos comparam as novas tecnologias IA com o início da internet. 

No entanto, essa comparação não procede: as tecnologias da internet dos anos 90 eram bem baratas, e assim poderiam concorrer com os então incumbentes (ele menciona a Amazon vendendo livros mais baratos que a Barnes & Noble).

Também nos anos 90, a concorrência na indústria de chips levou a uma contínua queda de custos. Hoje, com a posição monopolista da Nvidia, e o fato de que não há concorrentes viáveis no horizonte, implica uma dinâmica concorrencial bem menos aguda, com “superlucros” para Nvidia (e a ASML) e preços altos todos.

Fora a questão de custos, ele (como Acemoglu) não vê as LLMs atingindo um escopo maior de aplicações para justificar os custos elevados. Jim Covello afirma que 18 meses depois da apresentação do “generative AI”, não há um claro “use case” ou “killer app” para a nova tecnologia.

Estouro da bolha AI?

Isso não quer dizer que ele acha que o tema deve ser "vendido": o risco que a tecnologia pode apresentar uma aceleração de performance, e a forte posição das “hyperscalers” como GOOG, AMZN e MSFT para continuar a investir, implicam que o estouro da bolha IA (e ele acha que estamos vivendo uma bolha) não está imediatamente no horizonte.

Mas ele alerta: se os compradores dessas tecnologias não começarem a demonstrar retornos sobre seus investimentos nos próximos 12 a 18 meses, o entusiasmo atual será cada vez mais difícil de sustentar.

Há bons argumentos contra o pessimismo de Acemoglu e Covello, mas achei mais relevante resumir essas visões pessimistas já que o otimismo é o que está precificado pelos mercados.

Como Covello, não vejo essas questões como impeditivas para a continuidade do bom momento das bolsas americanas, mas algumas consequências devem ser notadas.

Os ganhos devem continuar a ficar concentrados no grupo atual de “winners”: empresas como Nvidia e ASML com suas posições monopolísticas. 

Essas “hyperscalers” têm, ao mesmo tempo, os recursos para investir e a capacidade e disciplina gerencial de entregar resultados (ou cair fora rápido se de fato não o houver – pense na Meta mais ou menos abandonando o metaverso) –, e as empresas fornecedoras da principal matéria prima desses modelos: energia elétrica.

O resto da bolsa ficará estruturalmente mais barata e exposta a fatores cíclicos (especialmente a política monetária). 

Há muito debate sobre em quais cenários esses fatores e setores “esquecidos” devem performar relativamente melhor, e é verdade que nesses últimos anos fatores como “value” têm tido seus breves momentos de melhor performance. 

Mas, honestamente não vejo possibilidade de uma mudança estrutural no ranking de performance até que o mercado comece a seriamente questionar a temática IA (isso dito, o eventual início do ciclo de queda de juros deve levar a uma performance melhor de “value” e “small caps”).

Entro no novo semestre com uma postura mais cuidadosa. Acho que o risco político da eleição está pouco ou precificado (já tratamos o porquê uma vitória do Trump representa um choque inflacionário, restringindo o tamanho do ciclo de queda de juros).

Depois do desastroso debate da semana passada para Biden, nossa já longa convicção que Trump é o favorito para ganhar a eleição foi obviamente reforçada, o que pode antecipar a precificação deste cenário, algo que normalmente aconteceria muito mais próximo à eleição.  

*Tony Volpon é economista e ex-diretor do Banco Central.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)

23 de junho de 2025 - 14:30

Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã

23 de junho de 2025 - 8:18

Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo

DÉCIMO ANDAR

É tempo de festa junina para os FIIs

22 de junho de 2025 - 8:00

Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar