🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Goldilocks: a economia americana ‘nem tão aquecida, nem tão parada’ está sob risco?

Confira a edição de 14 de fevereiro do Diário de Bordo, sobre os últimos movimentos nos mercados internacionais.

14 de fevereiro de 2024
15:46 - atualizado às 11:01
renda extra estratégia eua

Enquanto o Brasil vivia os bloquinhos e o trânsito do Carnaval, lá fora os investidores voltaram a se preocupar com dados econômicos. No Reino Unido, o crescimento do PIB do quarto trimestre frustrou mais uma vez (+0,13% na comparação anual), enquanto a inflação não saiu da casa dos 4%. Nos EUA, o CPI do mês de janeiro acima do esperado (0,3% vs 0,2%) fez com que as taxas de juros disparassem. No pregão de ontem (13), o treasury com vencimento em 10 anos voltou a encostar nos 4,31%…

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há apenas seis semanas, os prognósticos dos investidores quanto à dinâmica inflacionária eram bem otimistas. A queda dos preços em curso seria suficiente para que o processo de afrouxamento monetário viesse mais cedo, mais especificamente na reunião do Fed que acontece em março. Entretanto, passados os discursos mais recentes de Jerome Powell e as leituras positivas provenientes dos indicadores da economia americana, a mudança de rota das expectativas ficou mais do que evidente.

Agora, a matriz de probabilidades aponta que o ciclo de queda de juros nos EUA só será iniciado na metade do ano, exatamente no momento em que a base comparativa do crescimento econômico ficará um pouco mais difícil e quando os preços se mantiverem mais estáveis. Se esta variante se firmar como o cenário base, as releituras sobre os portfólios que vigorarão daqui para frente começarão a tomar corpo.

Em primeiro lugar, nessa vertente, o dólar voltaria a se fortalecer frente às moedas dos demais países. A fraqueza (ou anemia) econômica generalizada, inibiria a dispersão de recursos pelos demais mercados globais. Um dólar mais valorizado, por sua vez, coloca os países europeus sob xeque e dificulta a vida dos chineses, ao passo que, para manter a paridade cambial, os estímulos fiscais precisariam ser ainda mais vultosos. 

Em segundo lugar, as commodities também continuariam a sofrer, diante da redução das expectativas de crescimento global que adviriam desta leitura. Aqui temos talvez a contradição, já que preços de matérias primas em baixa deveriam implicar em queda da inflação. Acontece que o efeito do dólar mais forte acabaria por sobrepujar este movimento, pelo menos no curto prazo, e em especial para as economias mais fracas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante desses dois vetores, a direção dos recursos dos investidores deveria se dar para as ações ligadas aos setores mais resilientes da economia, aquelas que conseguem captar em seus números um ambiente mais inflacionário, que possuem uma boa estrutura de capital, ou que ainda sejam capazes de gerar fortes volumes de fluxo de caixa (hoje, sabemos bem quem são estas empresas).

Leia Também

Parte desse movimento já está acontecendo. Os recursos fluíram para os EUA e as bolsas americanas abriram uma diferença enorme para as demais. A métrica interessante desse movimento recente é que noutros setores fizeram parte da alta. Se tomarmos como base os últimos três meses, praticamente todos os ETFs setoriais americanos apresentaram retornos positivos. Os destaques (pasmem) vieram do setor financeiro, consumo discricionário e saúde, que sustentaram valorizações parecidas com os setores de tecnologia e comunicações. Essa maior dispersão dos retornos mostra que, aos poucos, a busca por oportunidades também começa a aparecer em outros segmentos.

Gráfico 1 — Desempenho dos ETFs setoriais das Bolsas americanas nos últimos 3 meses. Fonte: Koyfin.

Para mim este apetite deixa claro que os investidores estão se movendo para além do macroeconômico. Estão deixando de lado os pregos e parafusos que balizam as políticas fiscais e monetárias, e estão se atentando aos lucros das empresas e aos negócios que dali podem gerar retornos em excesso para os seus portfólios. O apetite pelo risco e o refinamento das análises estão voltando a tomar corpo. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como havia pontuado no Diário de Bordo do dia 1 de fevereiro — , os juros mais elevados simplesmente reorganizam as ideias, os racionais de investimento e dão sinais para os investidores de quais as empresas que serão capazes de prosperar no mundo competitivo atual. Na teoria, esse é um processo lento. Na prática, o mercado acionário dispara para cima com um foguete, para depois se ajustar. Deixar de aproveitar esse salto é um erro que não pode ser cometido. Como já diria George Soros: “quando eu vejo uma bolha se formando, eu corro para comprar…”.

A performance dos mercados em fevereiro e as adaptações nas carteiras

Neste carnaval, ficar observando os pregões lá de fora sem poder mexer nos fundos foi algo complicado. Senti-me como a personagem Buck, da série Mestres do Ar da Apple TV, no comando do seu B-17 enquanto cruzava os céus alemães em plena Segunda Guerra (com as devidas proporções, logicamente). O tiroteio nas bolsas internacionais nesses últimos dois dias foi intenso e trouxe todo o tipo de sentimento para os investidores globais.

Sem a bolsa brasileira para guiar os ativos locais, as ADRs caíram. O ajuste vai ser feito no pregão reduzido de hoje — quarta-feira (14). A forte alta do dólar frente às moedas globais acabou por sufocar o apetite ao risco por ativos dos países emergentes. O Nasdaq ainda se destaca, com alta superior aos 3%, enquanto a grande (e contínua) surpresa tem sido a Bolsa japonesa, cujo índice Nikkei 225 sobe inebriantes 14% no ano. 

Também não podemos esquecer o Bitcoin, que arrancou nada menos que 21% no mês (considerando o preço de hoje cedo — US$ 51.558,00) e viu seu valor de mercado ultrapassar a marca do US$ 1 trilhão. Conforme esperávamos, a participação dos investidores institucionais têm avançado a passos largos, aspecto que pode ser visto pelo volume de recursos captado pelo ETF da BlackRock, o IBIT. Passado um mês do seu lançamento, o seu patrimônio líquido se multiplicou por quatro e alcançou a marca dos US$ 5,2 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gráfico 2 — Dinâmica de preço, captação e AUM do IBIT. Fonte: Koyfin.

O comportamento dos criptoativos tem sido extremamente favorávelis para o desempenho dos nossos fundos ligados à tese (Empiricus Criptomoedas, Empiricus Cripto High Beta, Empiricus Coin Cripto). O bom desempenho das principais moedas digitais tende a se dispersar para os demais protocolos, cujas apostas se fazem presentes nas carteiras. Dada a força do pulso de liquidez, e o desejo dos investidores globais em colocar um pé nesses ativos, talvez, o cenário dos US$ 70 mil por unidade do Bitcoin descrito no Outlook 2024 seja atingido bem antes do esperado.

Em resumo, os goldilocks parecem mantidos. Podem até deter um outro formato, com um pouco mais de juros e inflação. Mas o lado microeconômico deve dar o seu tom. Vamos em frente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Forte abraço,

João Piccioni

PS1. Na semana passada, divulgamos a segunda carta trimestral do fundo Empiricus Tech Select FIA. Nela, abordamos um pouco da história da tecnologia, questões envolvendo a Inteligência Artificial, as decisões de gestão e breves comentários sobre as teses de investimentos presentes na Carteira. Não deixe de ler! Acesse a carta aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar