Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
Esta semana promete ser uma das mais decisivas do ano, começando com uma notícia importante: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa para concentrar-se nos desafios fiscais do Brasil.
Esse movimento é um sinal positivo, embora a efetiva implementação das medidas de contenção de gastos ainda seja aguardada. Caso essas ações sejam confirmadas nos próximos dias, poderão trazer maior estabilidade ao mercado financeiro.
No cenário internacional, todas as atenções estão voltadas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, que ocorrem nesta terça-feira (5).
A disputa permanece acirrada nos Estados-pêndulo, com ambos os candidatos mantendo boas chances de vitória.
Investidores aguardam mais estímulos da China
Na Ásia, os mercados acionários abriram a semana em alta, impulsionados pela expectativa de que a reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China, em curso até sexta-feira, possa resultar em novos estímulos econômicos.
A projeção é de que o pacote alcance até cerca de US$ 1,4 trilhão, com aproximadamente 60% desse valor financiado por emissões de títulos soberanos — o que representaria cerca de 8% do PIB chinês, a ser implementado em até cinco anos.
Leia Também
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Além disso, a China revisou e flexibilizou regulamentações para atrair investimentos estrangeiros em empresas listadas, buscando fortalecer o capital de longo prazo e alto valor agregado.
Como tudo isso pode beneficiar o petróleo
Essas iniciativas devem impulsionar significativamente o mercado de commodities, com destaque para o petróleo, especialmente diante do cenário delicado no Oriente Médio.
O setor de energia nas bolsas tem colhido benefícios com o adiamento do aumento de produção por parte da Opep+.
Além disso, rumores indicam que o Irã pode estar preparando uma ofensiva mais intensa contra Israel, mas parece ponderar os possíveis impactos de uma resposta dos EUA no contexto eleitoral, possivelmente favorecendo a candidatura de Harris em relação a Trump. Esses fatores tendem a dar suporte ao preço do petróleo elevado.
Essas movimentações no mercado de commodities podem afetar as expectativas de inflação global e regional, impactando diretamente as decisões de política monetária em várias partes do mundo, inclusive no Brasil e nos EUA.
Banco Central se prepara para elevar os juros
Por aqui, a atenção está voltada para as próximas decisões do Banco Central, com a expectativa de um aumento na taxa de juros na quarta-feira.
O clima econômico continua pessimista. Projeções indicam um aumento expressivo nas despesas obrigatórias nos próximos anos, o que tem gerado inquietação tanto no governo quanto no mercado quanto à sustentabilidade do arcabouço fiscal atual.
As taxas de juros nominais já ultrapassam 13% em várias maturidades e o mercado já precifica um ciclo de aperto monetário ainda mais rigoroso do que o anterior, com a Selic podendo atingir quase 14%.
Simultaneamente, o dólar à vista recentemente alcançou cerca de R$ 5,87, registrando seu segundo maior valor histórico em relação ao real, abaixo do pico de R$ 5,90, alcançado em maio de 2020 no auge da pandemia.
Investidores aguardam notícias sobre cortes
A decisão de Haddad de cancelar sua viagem à Europa trouxe algum alívio ao mercado, mas ainda é insuficiente para tranquilizar completamente os investidores.
O risco é que qualquer decepção em relação aos cortes poderia agravar ainda mais a situação econômica.
O presidente Lula e seus principais ministros das áreas econômica e política se reuniram para avançar no plano de ajuste fiscal.
Em discussão estão duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) essenciais: uma que visa incluir todos os gastos obrigatórios — com exceção do salário mínimo e da Previdência — dentro de um limite de 2,5% do arcabouço fiscal; e outra que propõe a desvinculação das receitas, em linha com o antigo mecanismo de Desvinculação das Receitas da União (DRU) do Plano Real.
Espera-se ainda a apresentação de outras medidas em um projeto de lei, incluindo a definição de limites para o número de famílias beneficiadas por programas sociais e ajustes nos critérios para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e ao seguro-desemprego.
Por enquanto, essas propostas ainda estão no campo da especulação e o mercado aguarda ações concretas para restabelecer a confiança.
Banco Central sob pressão
A falta de credibilidade fiscal, somada ao aumento dos juros nos EUA — onde o yield das Treasuries de 10 anos ultrapassou 4,30% devido à robustez da economia americana e ao "Trump Trade" —, pressiona o Banco Central do Brasil.
As expectativas de inflação têm se deteriorado nas últimas semanas, como mostra o Boletim Focus.
Atualmente, o mercado projeta que a taxa Selic atinja 11,75% até o final do ano, com aumentos previstos de 50 pontos-base em novembro e dezembro.
Novos ajustes em 2025 dependerão do progresso nas medidas de corte de gastos, essenciais para reancorar as expectativas inflacionárias, e da trajetória dos juros nos EUA.
Expectativa de queda de juros nos EUA
Por falar nisso, no cenário externo, além das eleições presidenciais americanas, investidores seguem atentos à temporada de balanços e aos dados mais recentes de emprego, aguardando a decisão do Federal Reserve desta semana.
Após um corte de 50 pontos-base em setembro, os indicadores apontam para uma economia que ainda demonstra resiliência, mas com uma inflação que permanece como um ponto de atenção.
Esses fatores sustentam a expectativa de um novo corte de juros pelo Fed, desta vez de 25 pontos-base.
O relatório de empregos da última sexta-feira trouxe dados decepcionantes, com a criação de apenas 12 mil postos de trabalho no mês, bem abaixo das projeções, mas um corte mais agressivo de 50 pontos-base parece improvável, considerando as distorções geradas por greves e eventos climáticos recentes.
Fontes: Bureau of Labor Statistics e EY-Parthenon.
Note, porém, que a normalização é notável.
Com isso, diante da divulgação do relatório, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA inicialmente caíram, refletindo preocupações com o crescimento econômico. A taxa de desemprego permaneceu estável em 4,1%.
Há uma boa chance de que esses dados sejam revisados para cima. Outros indicadores, como o ADP e os pedidos de seguro-desemprego, mostraram robustez, sugerindo que a situação do emprego pode ser mais sólida do que a leitura inicial.
Em termos gerais, contudo, os dados introduzem mais incerteza do que clareza. Embora o mercado de trabalho mostre sinais de desaceleração, como sugerem os dados de vagas abertas (JOLTS) e o índice de custo de mão de obra, ele continua com capacidade expressiva de contratação.
Na corrida presidencial americana, por outro lado, a disputa se intensifica.
Embora Harris tenha uma boa chance de conquistar a maioria dos votos populares, o foco está na conquista dos delegados dos estados decisivos — Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Arizona, Wisconsin e Nevada —, um cenário que venho destacando continuamente.
Após um rali recente no “Trump Trade”, o último fim de semana trouxe uma ligeira mudança nas projeções, reduzindo as chances de vitória de Trump em favor de Harris, embora ele ainda mantenha uma vantagem sutil nas casas de apostas.
Trump é visto como favorito em algumas apostas e lidera em certas pesquisas. Sua vitória ainda não é certa, mas o mercado já está se posicionando para essa possibilidade, com alguns analistas estimando até 75% de chance de vitória.
Esse cenário indica a possibilidade de continuidade das altas nos juros e no dólar, além de uma inflação mais alta nos próximos anos, caso Trump seja eleito e implemente tarifas comerciais e políticas expansionistas, como cortes de impostos (estimula a atividade). Isso poderia levar a um ciclo de cortes de juros mais contido.
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro