Uma nova bolha está se formando? Ganhos concentrados em poucas ações soam o alarme em Wall Street
O S&P-500 atingiu 5 mil pontos pela primeira vez, mas a concentração de ganhos em poucas empresas chama a atenção para uma possível bolha
Pela primeira vez, o índice S&P-500 uma das referências mais importantes, senão a mais importante, do mercado de ações americano — o mais vasto, significativo e influente mercado globalmente —, atingiu o patamar de 5 mil pontos.
Atingir 5.000 pontos é considerado um marco simbólico (e psicológico), demonstrando o otimismo dos investidores em relação ao contínuo crescimento da economia americana, apesar das altas taxas de juros, um fenômeno que desafia as teorias econômicas tradicionais.
A trajetória de crescimento do S&P-500 foi notável, registrando uma alta de mais de 20% desde o início de novembro.
Desde setembro de 2017, quando marcava 2.500 pontos, o índice duplicou seu valor, impulsionado mais recentemente pelo entusiasmo em torno da "Inteligência Artificial".
Impulso do S&P-500 é concentrado em poucas empresas
Embora o S&P-500 englobe 500 empresas, são principalmente sete gigantes tecnológicas, denominadas "Sete Magníficas", que lideram a maior parte desse avanço.
Empresas como Meta, Microsoft e Nvidia, que juntas representam 29% da composição total do índice, têm visto sua influência crescer conforme os investidores apostam nelas como as principais beneficiárias da revolução da inteligência artificial.
Leia Também
A notável concentração de ganhos em um número restrito de empresas, atualmente debatida entre investidores como sendo não mais as "Sete Magníficas", mas sim cinco ou seis, desperta preocupações.
Desempenho é sustentável ou uma bolha se avizinha?
Essa concentração limitada de desempenho gera questionamentos sobre a sustentabilidade do mercado.
Surge então a questão: estaria o mercado imerso em uma bolha especulativa de grandes proporções?
Minha análise preliminar sugere que não, apesar de reconhecer que o recente rali do mercado merece vigilância.
A expectativa é que ajustes ou desacelerações ocorram para remediar qualquer excesso observado no recente rali.
Ao examinar episódios anteriores de bolhas no mercado, parece haver margem para que o momento atual continue sua trajetória ascendente, ainda que eu não caracterize a situação presente como uma bolha per se.
É importante destacar que a dinâmica atual do mercado não é ideal.
Fonte: Bank of America.
A concentração do mercado em um seleto grupo de empresas, a ausência de correções nos ralis e o aumento exponencial dos múltiplos são claros sinais de alerta que os investidores devem considerar cuidadosamente.
A situação não é saudável.
David Einhorn, da Greenlight Capital, apontou que "os mercados parecem fundamentalmente desalinhados", criticando a abordagem dos investimentos passivos em fundos que replicam índices.
Em 2022, os ativos alocados em investimentos passivamente indexados ao S&P-500 ou a fundos que o utilizam como benchmark alcançaram aproximadamente US$ 11,4 trilhões, segundo a S&P Global.
O dilema dos fundos passivos reside na sua dinâmica de compra: à medida que recebem novos aportes, eles adquirem ações disponíveis no mercado sem questionar os preços, inflando ainda mais os valores das empresas já sobrevalorizadas.
Historicamente, adquirir as maiores empresas por valor de mercado raramente se provou uma estratégia acertada, já que, frequentemente, todas as notícias positivas já estão precificadas, limitando o potencial de valorização.
Leia também
- Nunca aposte contra o Tio Sam: Mercado leva mais uma invertida da economia dos EUA e dólar tem margem para seguir valorizado
- A eleição mais importante do ano não vai acontecer no Brasil: o que esperar do possível retorno de Trump à Casa Branca
Lembra da bolha da internet?
A ascensão contínua das "Sete Magníficas" e a dominância exacerbada do setor tecnológico no índice levantam preocupações, especialmente quando comparamos com a situação no início dos anos 2000, antes do estouro da bolha da internet.
Louis Gave, da Gavekal, destacou que, embora o mercado de ações dos EUA represente cerca de 70% da capitalização de mercado global, a economia americana corresponde a apenas 17,8% do PIB mundial.
Isso indica uma expectativa de que as empresas americanas, principalmente as tecnológicas, dominem os lucros globais indefinidamente, uma premissa que desafia a lógica econômica.
Não sou eu que estou falando. É o mercado. Estou fazendo basicamente uma interpretação dos preços.
VEJA TAMBÉM: PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casa Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
O que observar diante de uma possível bolha
Apesar da força e da lucratividade inegáveis das "Sete Magníficas", atribuir seu domínio exclusivamente aos fundamentos é questionável.
A história nos mostra que tendências de concentração de mercado, que pareciam inabaláveis, muitas vezes se revertem.
A predominância dos EUA sobre outras economias desenvolvidas pode parecer insustentável a longo prazo, potencialmente propiciando uma reavaliação das ações tecnológicas.
No entanto, a expectativa de queda nas taxas de juros pode favorecer ainda mais essas empresas.
Isso não exclui a oportunidade de explorarmos outras ações que ficaram para trás, como empresas de valor, de pequeno porte, entre outras, buscando uma diversificação mais equilibrada.
Há sempre espaço para encontrar ativos subvalorizados, o que requer uma análise cuidadosa, dimensionamento adequado das posições e diversificação estratégica, tudo alinhado ao perfil de risco do investidor e com as devidas medidas de proteção.
- Como montar uma carteira internacional diversificada? A Empiricus Research disponibiliza uma lista com 10 ações gringas de diferentes setores da economia, que estão subprecificadas e que têm potencial de gerar lucro para o investidor. Acesse gratuitamente aqui.
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região