🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

O paradoxo do conservadorismo necessário: para que os juros caiam depois, é preciso mantê-los elevados agora

Manter os juros altos agora não apenas ajudaria a reancorar as expectativas de inflação, mas também permitiria uma política monetária mais flexível no futuro

18 de junho de 2024
6:33 - atualizado às 9:58
campos neto juros selic
Imagem: Flickr/Wikimedia Commons - Montagem: Giovanna Figueredo

Após a confusão gerada pelo último Comitê de Política Monetária (Copom) devido à comunicação de sua decisão, é natural que haja maior ansiedade e precaução em relação à reunião desta semana.

O Copom começa hoje e será concluído amanhã, após o fechamento do pregão.

Mais do que a decisão em si, o mercado espera um comunicado claro e assertivo, que não dê margem a múltiplas interpretações.

O Brasil atravessa um período de grande estresse.

O antigo arcabouço fiscal não mais se sustenta.

As normas fiscais apresentavam inconsistências desde o início e sua duração surpreendentemente curta evidenciou suas falhas.

Ao que tudo indica, o ajuste fiscal baseado no aumento de arrecadação atingiu seu limite.

Leia Também

Empresários se mobilizaram e o Congresso percebeu a urgência da situação.

Todos agora enfatizam a necessidade de revisar os gastos públicos.

O mercado manifestou seu desconforto com os níveis de preços dos ativos, com o real sendo uma das moedas de pior desempenho global em 2024, além da queda na Bolsa de Valores.

Diante da inviabilidade do modelo atual, precisamos mudar, mesmo que sejam apenas pequenos ajustes no curto prazo.

Sem espaço para aumentar receitas, enfrentamos uma escolha crítica: ou reduzimos os gastos, ou abandonamos qualquer tentativa de ajuste fiscal.

Estamos justamente no momento de decidir qual caminho seguir.

Por isso, a crescente incerteza fiscal e a deterioração dos ativos domésticos, especialmente o real, devem elevar a cautela entre os membros do Copom.

O Banco Central (BC) corre o risco de entrar em um novo ciclo vicioso, especialmente com a predominância de indicados pelo presidente Lula no Copom até o final do ano.

Credibilidade do Copom é questionada

A configuração dos votos no último encontro do Copom foi problemática, pois os quatro votos a favor de um corte de 50 pontos-base nos juros vieram dos diretores indicados pelo governo Lula.

Embora fosse possível justificar um corte de 0,50 ponto percentual, a comunicação precisava ser mais precisa e acertada.

Com consequência, a credibilidade do BC foi questionada após a votação dividida na reunião de maio, o que reforça a importância de uma decisão unânime agora. Ou seja, além de ser conservadora, a decisão precisa ser de comum acordo.

Copom vai repetir erros do passado?

Há uma preocupação no mercado financeiro sobre a possível repetição dos problemas enfrentados durante a administração de Dilma Rousseff.

Naquela época, uma série de reduções na taxa de juros levou a expectativas inflacionárias que ultrapassaram as metas estabelecidas.

Nesse contexto, é apropriado falar em "crise" de credibilidade atualmente, e o BC não pode ser eximido de sua parcela de responsabilidade.

A unanimidade entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) para manter a taxa Selic em 10,50% na reunião de quarta-feira poderia marcar um passo importante na recuperação da confiança na instituição.

Pausar o ciclo de reduções na taxa de juros agora poderia responder eficazmente ao desalinhamento das expectativas inflacionárias e às incertezas do mercado sobre o compromisso da futura administração do Banco Central com a meta de inflação.

Não me leve a mal

É fundamental não interpretar mal minha posição: acredito que haverá novas reduções nas taxas de juros, mas estas devem ocorrer mais adiante, e não de imediato.

Para que essa medida seja viável, é necessário que ocorra uma redução nas taxas de juros nos Estados Unidos, o que é esperado para o segundo semestre deste ano, além de uma política fiscal mais coerente e minimamente responsável.

É válido questionar os altos níveis dos juros no Brasil. No entanto, uma redução forçada da Selic poderia, paradoxalmente, resultar em taxas ainda mais altas no futuro.

Se as expectativas de inflação estão aumentando, os agentes econômicos antecipam o crescimento dos preços futuros, alimentando a inflação presente.

Aqui, o desafio não é apenas controlar a inflação corrente, mas também gerenciar as expectativas futuras.

A combinação de uma política fiscal excessivamente permissiva e uma política monetária que seja subserviente ou excessivamente arriscada leva à valorização do dólar.

Esse aumento afeta inicialmente os preços dos produtos importados e, posteriormente, se propaga ao restante da economia através do efeito da variação cambial.

Diante dessa situação, o Banco Central é compelido a responder, resultando eventualmente em um aumento das taxas de juros.

Recentemente, Fernando Haddad e Simone Tebet propuseram uma ampla revisão das despesas públicas, uma iniciativa que inicialmente foi recebida com otimismo, mas que rapidamente perdeu força com falas estranhas do presidente Lula e de seu partido.

Não podemos mais nos esconder: se quer corte de juros, precisa cortar gastos.

Para implementar políticas sociais eficazes, é essencial que as finanças públicas estejam organizadas.

Se nosso objetivo é alcançar taxas de juros mais baixas, é crucial garantir que o BC opere de maneira estritamente técnica e cautelosa.

Funciona paradoxalmente como um conservadorismo necessário.

Isso não apenas ajudaria a reancorar as expectativas inflacionárias, mas também permitiria uma política monetária mais flexível no futuro.

O caminho até lá, porém, apresenta desafios significativos.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
THE 50 BEST BARS

Conheça os 50 melhores bares da América do Norte

30 de abril de 2025 - 9:52

Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

conteúdo EQI

Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR

30 de abril de 2025 - 8:00

Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

CAIXA BALANÇA

JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025

29 de abril de 2025 - 12:43

Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

FUNDAMENTOS INVERTIDOS

S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA

28 de abril de 2025 - 19:15

Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

JOGANDO UM CHARME

Haddad prepara investida para atrair investimentos em data centers no Brasil; confira as propostas

28 de abril de 2025 - 16:15

Parte crucial do processamento de dados, data centers são infraestruturas que concentram toda a tecnologia de computação em nuvem e o ministro da Fazenda quer colocar o Brasil no radar das empresas de tecnologias

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

GUERRA DOS CHIPS

Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)

28 de abril de 2025 - 13:33

Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês

DIAS 97 E 98

Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade

28 de abril de 2025 - 9:49

Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar