Gestor que “venceu” mercado na pandemia aposta na alta da bolsa em 2024 — e vê espaço para dólar cair a R$ 4,60
Sócio da Genoa Capital, gestora com R$ 19 bilhões em ativos, André Raduan vê prêmio para investir na bolsa e real forte; veja as ações favoritas da casa
A Genoa Capital é uma gestora de fundos relativamente nova, com pouco mais de três anos de vida. Mas a reputação da casa — que hoje conta com R$ 19 bilhões em ativos — e de seus sócios precede esse período.
Antes da Genoa, André Raduan e os principais gestores trabalharam por 13 anos na área de fundos do Itaú Unibanco. Lá eles eram responsáveis pelo Itaú Hedge Plus, o fundo que ganhou os holofotes por ser um dos únicos a ganhar dinheiro no auge da crise nos mercados com a pandemia da covid-19.
Criada justamente em março de 2020, a Genoa não demorou a “entrar no radar” dos investidores — sem trocadilho. Com um retorno acumulado de 50,4% desde a criação, o equivalente a 153% do CDI, o fundo Radar já se tornou um dos principais multimercados da indústria.
Boa parte dos ganhos da Genoa nesse período veio em posições nos mercados de juros e câmbio. Por isso, me chamou a atenção quando Raduan revelou uma das principais apostas da gestora hoje: a bolsa.
“Pela primeira vez em muito tempo enxergamos um prêmio na bolsa brasileira sobre os juros”, me disse Raduan, em uma conversa no escritório da Genoa.
Na entrevista, ele também revelou suas previsões para o mercado financeiro no ano que vem. E já vou deixar um spoiler: além da trajetória positiva do Ibovespa, o sócio da Genoa espera que o dólar siga em queda contra o real e alcance o patamar de R$ 4,60 nas mínimas.
Leia Também
É claro que esse cenário tem riscos, que você confere na reportagem completa. É só continuar a leitura.
O que a Genoa Capital espera da bolsa
Apesar da “pernada” que o Ibovespa deu em novembro, o principal índice de ações da bolsa brasileira ainda tem espaço para ampliar os ganhos, ajudado pelo cenário macroeconômico e por um valuation ainda atrativo, de acordo com o sócio da Genoa.
Por aqui, o ambiente fiscal mais controlado sustenta a visão mais otimista da gestora para o Brasil. Afinal, ainda que o ajuste fiscal esteja incompleto, o saldo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro ano de gestão é positivo.
Para Raduan, o governo ainda deve se beneficiar da arrecadação com o petróleo, que atinge o auge justamente nos próximos anos e ajuda tanto o fiscal como as transações correntes do país.
Desse modo, o cenário doméstico hoje assume um segundo plano na lista de preocupações da Genoa para o desempenho do Ibovespa.
Na realidade, a atenção agora fica com o exterior, com a trajetória dos juros nos Estados Unidos, além dos impactos dos conflitos geopolíticos nos ativos.
As apostas da Genoa Capital em ações da bolsa para 2024
Apesar do otimismo com o Brasil, uma das principais posições da Genoa Capital é de uma empresa estrangeira: a fabricante de chips Nvidia (NVDA).
A empresa ganhou os holofotes com a explosão da inteligência artificial (IA). Afinal, a onda de plataformas como o ChatGPT impulsionou a demanda pelos chips de última geração da companhia. Isso levou o valor de mercado da Nvidia a cruzar a fronteira do trilhão de dólares, tornando a companhia uma das empresas mais valiosas do mundo.
Para Raduan, ainda que a Nvidia já tenha disparado 211% só no acumulado deste ano, a gigante dos chips tem espaço para subir ainda mais.
Recentemente, o Seu Dinheiro publicou uma entrevista exclusiva com o diretor da Nvidia na América Latina, com os detalhes sobre os planos da companhia para o futuro. Você lê o bate-papo na íntegra aqui.
Na bolsa brasileira, as principais apostas da Genoa Capital estão em bancos e empresas de utilities, que incluem os setores de energia elétrica e saneamento.
Sem grandes surpresas, um dos nomes da carteira da gestora para enfrentar as adversidades macroeconômicas pertence a um grande banco. Mais especificamente, ao Itaú Unibanco (ITUB4).
A gestora possui ainda outras duas principais apostas no segmento de instituições financeiras na bolsa: o BTG Pactual (BPAC11) e a XP Investimentos (XPBR31).
Já no setor de utilities, a gestora destaca o interesse pela distribuição de energia, com destaque para a Equatorial (EQTL3), Energisa (ENGI3), CPFL Energia (CPFE3) e Copel (CPLE6).
Nos cálculos da Genoa, estas companhias atualmente negociam a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 10%. Ou seja, bem acima do título público corrigido pelo IPCA, que hoje paga um rendimento real inferior a 6%.
A gestora mantém ainda posições em empresas como a Natura (NTCO3), além das petroleiras privadas, com destaque para a PRIO (PRIO3).
- VEJA TAMBÉM: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO DE 2023: VEJA RECOMENDAÇÕES GRATUITAS EM AÇÕES, FIIS, BDRs E CRIPTOMOEDAS
O ritmo de Campos Neto para os juros em 2024
Assim como o restante do mercado financeiro, o gestor da Genoa Capital acredita que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve manter o plano de pouso das taxas de juros no Brasil.
O chefão do BC já sinalizou a intenção de manter o ciclo de cortes da Selic em 0,50 ponto percentual por reunião.
Para a Genoa, o Copom tem espaço para cortar os juros com um menor custo econômico, sem aumento do desemprego e sem um colapso da economia.
Nas contas da gestora, no melhor cenário, a Selic deve terminar o ciclo de reduções ao redor de 9% ao ano, como já está precificado pelo mercado. Assim, Raduan vê hoje pouca oportunidade no mercado de juros.
Vem queda do dólar pela frente?
A visão da Genoa Capital é otimista para o câmbio. A gestora atualmente aposta na queda do dólar em relação ao real e a uma cesta de moedas fortes.
“É uma regra de bolso: se o juro real é positivo e restritivo e a balança comercial é boa, a moeda também é boa”, afirma Raduan, ao comentar a aposta a favor do real.
Para o gestor, a moeda norte-americana tem espaço para cair até os R$ 4,60 no próximo ano — e, ainda neste patamar, o real estaria barato.
O principal risco para a aposta da Genoa são os Treasurys, os títulos do governo norte-americano, que registram fortes oscilações diante dos novos dados econômicos nos Estados Unidos ao longo de 2023.
Prometeu e cumpriu: Aura (AURA33) atinge guidance anual e mostra números de produção do 4T24; BDRs sobem 5% na B3
A mineradora canadense superou o guidance anual em duas das quatro minas operacionais; produção do 4T24 manteve-se estável
Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido
O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade
Uma cartinha para Haddad e Tebet: a herança de Campos Neto para Galípolo com o IPCA de 2024 fora da meta
IPCA acumulado em 2024 fechou em 4,83%, abaixo do que se esperava, mas acima do teto da meta de inflação estipulada pelo CMN
Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira
Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas
Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje
Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa
O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos
Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?
Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então
Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora
No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade
A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros
Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio
‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025
Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais
Fundo imobiliário HCTR11 decide distribuir dividendos e cotas disparam mais de 20% na bolsa hoje; confira os valores e datas
O FII HCTR11 havia anunciado que não seriam distribuídos dividendos referentes ao mês de dezembro, mas, após a gestora ir na direção oposta, o fundo voltou atrás
Após quase dois anos sem pagar proventos, TORD11 anuncia distribuição de dividendos; cotas sobem quase 7% na bolsa hoje
O último pagamento de dividendos realizado pelo FII TORD11 ocorreu em fevereiro de 2023; cotas do fundo vêm patinando na bolsa desde outubro
Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez
Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter
Fundo imobiliário favorito do mês teve retorno de quase 12% no último ano; confira os FIIs mais recomendados para se proteger da alta dos juros em janeiro
Com a alta da Selic desafiando o setor imobiliário, os FIIs de papéis vêm sendo a principal aposta para janeiro – e o fundo mais recomendado para o mês faz parte da classe
Loucura ou esperteza? O que está por trás das ameaças de Trump de anexar o Canadá, a Groenlândia e o Panamá
A poucos dias de tomar posse, verborragia de Trump resultou em reações enérgicas de tradicionais aliados dos EUA
WEG (WEGE3) imune ao apocalipse da bolsa? BofA corta preço-alvo de ações de transporte e bens de capital — e só três papéis escapam
A Weg foi uma das poucas ações dos setores de transporte e bens de capital a escapar da revisão negativa de preços-alvo pelo Bank of America; veja as expectativas dos analistas
A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje
Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023
Por que o Brasil vai surpreender se evitar uma crise fiscal em 2025, segundo a consultoria global Gavekal – e o que ela diz sobre outros desafios
Estudo aponta os principais fatores do Brasil e mundo que podem ajudar (ou atrapalhar) os investidores globais neste ano
Trump é uma pedra no sapato: o alerta do maior banco central do mundo sobre os juros antes do novo chefe na Casa Branca
A ata da reunião de dezembro do Federal Reserve mostra preocupação dos membros do comitê de política monetária com relação às medidas que o republicano pode adotar a partir de 20 de janeiro e sinalizam como isso pode mexer com a economia dos EUA
Mais um dia de queda: bitcoin (BTC) perde marca dos US$ 100 mil após relatório positivo para novas vagas de emprego dos EUA
Sinais de um mercado de trabalho aquecido nos EUA reforçam temores de inflação, enquanto a possibilidade de juros elevados reduz o apetite por ativos de risco