O Ibovespa não gosta de Trump? Por que a vitória do republicano desceu amarga para a bolsa brasileira enquanto Nova York bateu sequência de recordes
Em Wall Street, as ações da Tesla — cujo dono, Elon Musk, é um grande apoiador de Trump — deram um salto de 15%; outros ativos também tiram vantagem da vitória do republicano. Por aqui, o Ibovespa não celebra o resultado das eleições nos EUA e afunda

O mercado lá fora já estava posicionado há semanas para o retorno de Donald Trump à Casa Branca, ainda assim, a consagração do republicano nas urnas fez o dólar disparar no exterior e colocou Wall Street nas máximas desta quarta-feira (6). Por aqui, no entanto, o clima foi outro: o Ibovespa descolou das bolsas norte-americanas, chegando a cair mais de 1% ao longo do dia.
Em Nova York, o Dow Jones subiu 1.500 pontos, ou 3,6% — a última vez índice saltou mais de 1.000 pontos em um dia foi em novembro de 2022. O S&P 500 também atingiu uma alta histórica, saltando 2,6%. O Nasdaq subiu quase 3% renovando sua própria máxima.
Os ativos que devem se beneficiar com a presidência de Trump também explodiam: as ações da Tesla — cujo CEO Elon Musk é um importante apoiador do republicano — deram um salto de 14,75% hoje.
Os papéis de bancos também ganharam impulso com JPMorgan, Bank of America subindo mais de 10%, enquanto o Wells Fargo avançou 9%.
O índice de referência de small cap Russell 2000 saltou 5,8%. Segundo especialistas, as pequenas empresas — que são mais voltadas para o mercado doméstico e são cíclicas — serão grandes beneficiadas dos prometidos cortes de impostos e das políticas protecionistas que Trump pretende implementar.
No mercado de criptomoedas, o bitcoin renovou máxima com a vitória do republicano, operando acima dos US$ 75 mil. O Seu Dinheiro detalhou o desempenho dos ativos digitais e você pode conferir tudo aqui.
Leia Também
O que explica a reação negativa do Ibovespa?
Por aqui, o Ibovespa terminou o dia com queda de 0,24%, aos 130.340,92 pontos. Além da eleição de Trump, os investidores por aqui aguardavam a decisão de política monetária do banco central brasileiro.
Para alguém mais desatento, o comportamento do Ibovespa hoje pode causar estranheza: se a maioria das bolsas lá fora sobe em reação à vitória de Trump, por que o principal índice da bolsa brasileira vai na direção contrária?
A resposta está nas propostas que Trump pretende implementar em seu segundo mandato. Corte de impostos, elevação de tarifas e deportação de imigrantes têm o potencial de acelerar a inflação nos EUA e, consequentemente, segurar os juros do Federal Reserve (Fed) em patamares mais elevados. A taxa por lá está atualmente na faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano e o Fed se reúne amanhã (7) para uma nova decisão.
Acontece que juros mais altos tornam mais atrativos os títulos do Tesouro norte-americano — papéis que são considerados os mais seguros do mundo para investidores.
Quando isso acontece, o fluxo de investimento global acaba se deslocando de forma mais firme para os EUA — contribuindo, inclusive, para o fortalecimento do dólar.
Esse movimento é especialmente prejudicial para as economias emergentes, entre elas o Brasil.
Por conta das fragilidades e do risco que representam para os investidores, essas economias precisam ter juros reais muito altos para atrair dólares de investidores estrangeiros. Se os juros estão mais altos nos EUA, fica mais difícil disso acontecer.
TRUMP ELEITO: E agora, o que será da maior economia do mundo?
Por que o dólar ganha força mundo afora?
Assim que Trump consolidou a vitória, o dólar passou a se valorizar em todo o mundo. No Brasil, a moeda norte-americana chegou a subir quase 2%, cotada a R$ 5,8619 na máxima do dia, mas acabou encerrando na contramão, com queda de 1,26%, a R$ 5,6759.
Na China, a relação entre o yuan e o dólar nesta manhã era a maior desde agosto. O peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano também carregavam grandes perdas em relação a moeda norte-americana.
O que explica o movimento do dólar é basicamente o mesmo efeito da vitória de Trump sobre a economia brasileira: a avaliação de que as medidas fiscais e de imigração prometidas do republicano possam acelerar a inflação nos EUA.
Essas políticas teriam reflexo nos juros, nos títulos do Tesouro norte-americano e, por consequência, no dólar.
- GRÁTIS: Reportagens, análises e tudo o que você precisa saber sobre esta temporada de balanços para investir melhor; cadastre-se gratuitamente para acessar
Trump: alegria de uns e preocupação para outros
Enquanto Wall Street celebra a vitória de Trump com novos recordes, o restante do mundo segue preocupado, especialmente por conta das tarifas comerciais.
Durante a campanha, o republicano disse repetidas vezes que vai aumentar as tarifas de importação, principalmente em relação à China.
Se os produtos importados ficam mais caros para os norte-americanos, a inflação tende a acelerar nos EUA.
Soma-se a isso o plano de Trump de fazer deportações em massa de imigrantes ilegais e endurecer a entrada de novos imigrantes no país sob o argumento de que essa mão de obra tem tirado o emprego dos norte-americanos.
Acontece que o impacto dessa política de imigração mais dura também pode ser inflacionário: com menos imigrantes, o custo de produção nos EUA tende a subir e se refletir em preços maiores.
E o remédio para uma inflação acelerada é o aperto monetário. É bem verdade que, depois de quatro anos, o Fed finalmente começou a cortar os juros nos EUA.
Mas, repetidas vezes o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, declarou que pode interromper o corte de juros e elevar as taxas se a inflação voltar a ser uma ameaça para a economia.
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela