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Micaela Santos
Micaela Santos
É repórter do Seu Dinheiro. Formada pela Universidade São Judas Tadeu (USJT), já passou pela Época Negócios e Canal Meio.
O BOI SUBIU NO TELHADO?

Minerva (BEEF3): Ação cai forte na B3 após rebaixamento por corretora. Por que os analistas não recomendam mais a compra do papel?

Corte acontece perto da conclusão da compra de ativos da Marfrig (MRFG3) por R$ 7,5 bilhões, anunciada em agosto do ano passado

Micaela Santos
Micaela Santos
28 de agosto de 2024
14:01
Celular com a marca Minerva Foods (BEEF3) na tela e também ao fundo
Celular com a marca Minerva Foods (BEEF3) - Imagem: Shutterstock

Enquanto produtoras de alimentos como JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) vêm servindo um banquete aos investidores na B3 com a disparada nas ações nas últimas semanas, a Minerva (BEEF3), por outro lado, segue pelo caminho oposto. Nesta quarta-feira (28), as ações da companhia despontavam entre as maiores quedas do Ibovespa

Por volta das 13h19, os papéis BEEF3 amargavam queda de 3,08%, com as ações sendo negociadas a R$ 7,50. Em 2024, as ações acumulam alta de apenas 0,40%. 

No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,01%, aos 136.758,38 pontos. Já a Marfrig (MRFG3) operava em alta de 1,03%, com a ação negociada a R$ 14,77. 

A queda nos papéis da Minerva acontece após a XP Investimentos rebaixar a recomendação para as ações da Minerva de “compra” para “neutro”. 

Com a novela da transação bilionária entre a empresa a e Marfrig (MRFG3) próxima do fim, os analistas não recomendam mais a compra do papel, que atualmente tem preço-alvo de R$ 8,40 — um potencial de valorização de 8% em relação ao preço do fechamento anterior.

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Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3): a novela próxima do fim

Um ano após o anúncio do acordo assinado pela Minerva para a compra de ativos da Marfrig na América do Sul por R$ 7,5 bilhões, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) publicou neste mês um parecer recomendando a aprovação do negócio. 

A transação bilionária envolve plantas de abate bovino de propriedade da Marfrig no Brasil, Argentina e Chile, e chegou a ser rejeitada por autoridades regulatórias no Uruguai.

À medida que a conclusão do negócio se aproxima do final, os analistas da XP consideram o resultado do acordo positivo para as duas companhias, apesar do longo prazo e do risco de possíveis medidas corretivas, como restrições regulatórias. Mas ainda existem desafios.

O boi subiu no telhado para a Minerva? 

O corte da Minerva a “neutro” pela XP ocorre em meio a revisões positivas de outros bancos em suas recomendações para empresas do setor. Neste mês, JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) tiveram seu preço-alvo elevado com recomendação de compra pelo JP Morgan.

O Bank of America (BofA) também elevou o preço-alvo da Marfrig (MRFG3). Na contramão dos ventos favoráveis do mercado, a Minerva teve suas ações rebaixadas de “compra” para “neutro” pelo BTG em maio, após o “aumento dos riscos” depois da transação bilionária.

À época, os analistas do BTG afirmaram que a transação envolvendo os ativos Marfrig já não parecia uma boa ideia de investimento desde o início, devido ao “alto preço e ao risco de execução não negligenciável”, além da alavancagem financeira da empresa.

No entanto, com mais clareza sobre as condições de aprovação do negócio, a XP decidiu revisar os impactos da transação para as empresas.

No relatório divulgado ontem (27), os analistas da corretora argumentaram que uma maior alavancagem da Minerva ainda pressiona o valor do patrimônio líquido (equity) da produtora de alimentos.

“Ainda há tempo para capitalizar um momento de ciclo favorável”, embora a corretora acredite que a empresa tenha pago mais do que o valor justo pelos ativos da Marfrig.

E a Marfrig?

Por outro lado, a XP permanece neutra em relação às ações da Marfrig. No entanto, a corretora aumentou o preço-alvo dos papéis para R$ 17,50 — a uma alta de 20% sobre o fechamento anterior. A XP cita que a decisão foi “impulsionada principalmente pelo aumento do valuation da BRF e pelo impacto positivo da desalavancagem da Marfrig”. 

A BRF, aliás, segue entre as preferências da XP no setor, junto com a JBS, “já que um aperto de ciclo (tanto nos EUA quanto no Brasil) e o aumento das taxas de juros podem limitar a geração de caixa e o ritmo de desalavancagem da Marfrig e da Minerva”.

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