Como a gestora que já investiu mais de US$ 7 bilhões em imóveis quer lucrar com o aluguel residencial no Brasil
Paladin lista oportunidades para investidores em imóveis residenciais para renda, mas vê um risco na fonte de dinheiro desse mercado

Ao contrário de outras áreas do setor imobiliário que são dominadas por grandes investidores institucionais — como shoppings, escritórios e galpões — o mercado residencial para renda sempre esteve na mão dos pequenos investidores brasileiros.
Afinal, em um país onde o investimento em imóveis é um dos mais tradicionais, comprar uma casinha ou apartamento para alugar virou uma das formas favoritas de criar um “pé de meia” e gerar renda passiva.
Após anos observando a pulverização do nicho na mão das pessoas físicas, os “tubarões” do Real Estate começam a avançar sobre esse mercado — já há opções de fundos imobiliários focados em residencial para a renda na B3, por exemplo.
Mas esse nicho do mercado imobiliário encontra uma dificuldade para crescer no meio institucional, de acordo com Ricardo Raoul, diretor e responsável pelo escritório brasileiro da gestora norte-americana Paladin Realty: “leva tempo para construir um bom portfólio”.
O executivo conta, em entrevista ao Seu Dinheiro, que esse problema é causado justamente pelo fato de que os condomínios residenciais já existentes têm dezenas, às vezes até centenas, de donos diferentes, o que dificulta uma potencial negociação.
Para contornar esse desafio e garantir o controle de um empreendimento — condição necessária para poder conduzir a gestão de acordo com os objetivos para o investimento — é preciso desenvolvê-lo desde a fundação.
Leia Também
Nesse cenário, porém, há outros obstáculos. “O grande desafio é o tempo. Além disso, durante a construção é preciso arcar com todos os custos e ficar com 100% do ativo até a maturidade”, cita ele.
Ainda assim, o diretor acredita que o mercado deve se desenvolver cada vez mais por aqui.”É uma questão de escala e tempo, só não sabemos quanto”.
- LEIA TAMBÉM: 5 fundos imobiliários para comprar agora e buscar “aluguéis” na conta em forma de proventos
Já ouviu falar de imóveis do tipo multifamily?
A própria Paladin já explora tanto o residencial para a venda quanto para a renda e estuda a possibilidade de lançar um fundo imobiliário voltado para desenvolvimento de imóveis residenciais.
No passado, a gestora, que também opera em outros segmentos imobiliários, trabalhava com foco no capital de investidores institucionais e gringos.
“Mais recentemente o perfil dos nossos fundos têm mudado, estamos tentando trazer mais brasileiros para o negócio”, conta Fernanda Rosalem, sócia e head de investimentos.
A gestora lançou no início de 2021 um FII de lajes corporativas em parceria com a Hedge, o HDOF11, e estuda replicar esse modelo na frente residencial.
Vale destacar que, considerando todos os escritórios e a operação principal nos Estados Unidos, a Paladin já investiu mais de US$ 7 bilhões em oito países, com foco justamente em escritórios e ativos residenciais para venda ou aluguel.
O escritório dedicado à região sul americana atua desde 1998 no Brasil e já alocou mais de US$ 3 bilhões em ativos comerciais, hotéis, residenciais e multifamily.
Este último é um segmento — que consiste em complexos residenciais nos quais todas as casas ou apartamentos são voltados para o aluguel — é muito popular na terra natal da Paladin e é uma das apostas da gestora para o mercado brasileiro.
Empreendimentos do tipo têm uma grande vantagem no enfrentamento de um dos maiores problemas para quem lucra com a locação de imóveis: a falta de inquilinos. “O multifamily é menos sensível à vacância porque o risco é muito pulverizado entre o grande número de locatários”, diz a sócia da Paladin.
Onde encontrar oportunidades no mercado residencial?
Outra forma de reduzir os riscos ao operar nesse mercado é ser certeiro na escolha do público-alvo. Nesse contexto, a Paladin prefere a média e a alta renda que, de acordo com a head de investimentos da gestora, são menos sensíveis às dinâmicas macroeconômicas e às flutuações de preço no mercado.
Outro ponto essencial para o sucesso dos empreendimentos é a localização. “Acreditamos que São Paulo é um mercado já grande, mas que ainda tem muito a crescer em relação a preço”, aponta Ricardo Raoul.
O diretor cita alguns bairros da capital paulista que devem ganhar nesse sentido: Higienópolis — que, segundo ele, estava com os preços congelados há cerca de dois anos e voltou a se aquecer recentemente —, Jardins, Itaim Bibi e Pinheiros.
E ele segue o que prega: no portfólio de residencial e multifamily da Paladin há cinco lançamentos em Pinheiros e dois no Itaim atualmente.

Já quanto às características físicas dos empreendimentos, Raoul diz que os campeões de procura são os imóveis dois quartos, seguidos de perto por aqueles com apenas um. No quesito tamanho, a faixa onde a Paladin deve concentrar os lançamentos é ampla e vai dos 30 a 120 metros quadrados.
“Mas isso não é excludente, lançamos um empreendimento de 190 metros quadrados no ano passado, por exemplo. A localização é quem manda no produto”, relembra Fernanda Rosalem.
- Receber aluguéis na conta sem ter imóveis é possível através dos fundos imobiliários: veja as 5 top picks no setor para comprar agora, segundo o analista Caio Araujo
Os riscos para o mercado de imóveis residencial
Apesar da perspectiva positiva, também há riscos para o mercado residencial. E, na visão dos executivos da Paladin, o principal deles é a questão do funding para o setor, que tradicionalmente trabalha com altos níveis de capital em ciclos longos de construção.
A poupança, uma das principais fontes de financiamento, terminou 2023 com uma retirada líquida de R$ 87,82 bilhões. Esse foi o terceiro ano consecutivo em que a caderneta teve mais saques do que depósitos.
Outra grande fonte de recursos também está ameaçada pela discussão da remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no Supremo Tribunal Federal (STF). A corte discute uma alteração na remuneração do fundo que pode encarecer a tomada de crédito.
“Uma opção é usar o Certificado de Recebível Imobiliário, mas, embora os CRIs possam até financiar o terreno e até a obra, ainda não financiam o comprador final”, indica Raoul.
Ainda assim, o diretor acredita que o mercado de capitais é o principal candidato para oferecer uma alternativa de funding ao setor.
Mas primeiro é preciso pensar em uma solução para as taxas — que são subsidiadas pelo governo na poupança e no FGTS, mas não nos CRIs — e o prazo dos financiamentos, que é mais curto nos títulos financeiros. “Sem financiamento esse mercado não acontece”, diz Raoul.
Sem dividendos no radar e com liquidação paralisada: FII FAMB11 vai pagar R$ 24,5 milhões aos investidores por amortização das cotas
O pagamento de R$ 200 por cota pelo FAMB11 é referente a amortização parcial do fundo. A operação foi aprovada após a paralisação de um processo de liquidação.
R$ 3 milhões por um apê de 25m², mão-inglesa e liberdade relativa: como é Hong Kong vista de perto
Hong Kong é da China ou é independente? Como funciona na prática o lema “um país, dois sistemas” e quais os problemas sociais e econômicos da Região Administrativa Especial colonizada pela Inglaterra até 1997
FII RCRB11 zera vacância com locação de imóvel alvo de inadimplência da WeWork — e os cotistas vão ganhar com isso
Até outubro de 2024, o imóvel estava locado para a WeWork. Porém, após passar por uma série de inadimplências, a empresa firmou acordo com o FII RCRB11, que determinou a desocupação do ativo
B3 abre caminho para nova classe de ativos e permite negociações de ETFs de FIIs e de infraestrutura com distribuição de dividendos
Até então, os ETFs de FIIs não pagavam proventos; para os ETFs de infraestrutura, a novidade é outra
Iguatemi fecha aquisição dos shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista por R$ 2,59 bilhões; detalhes de acordo colocam ações entre as maiores quedas da bolsa
Apesar de a aquisição já estar no radar dos investidores desde 2024, o mercado não vem reagindo bem ao acordo do Iguatemi. O analista da Empiricus Reasearch, Caio Araujo, explica o motivo
Bitcoin (BTC) no caixa é só um dos pilares da estratégia do Méliuz (CASH3) para reconquistar atenção para as ações após drenagem de liquidez
Ao Seu Dinheiro, o fundador Israel Salmen conta que quer reduzir a dependência das plataformas de e-commerce e apostar em um novo mercado; confira a entrevista na íntegra
XP Malls (XPML11) é desbancado por outro FII do setor de shopping como o favorito entre analistas para investir em março
O FII mais indicado para este mês está sendo negociado com desconto em relação ao preço justo estimado para as cotas e tem potencial de valorização de 15%
Eletrobras (ELET3) é a nova queridinha dos analistas e divide pódio com Itaú (ITUB4) e Sabesp (SBSP3) como ações mais recomendadas para março
Cada um dos integrantes do trio acumulou três indicações entre as 10 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking completo
Fundo imobiliário ZAVI11 vende dois imóveis com lucro e cotas sobem na B3; confira quanto os investidores vão ganhar com a operação
Essa não é a primeira venda do ZAVI11 nos últimos tempos. Segundo a gestora, o FII vem apostando na reciclagem de ativos
A prévia ‘arrasa-quarteirões’ não rendeu: MRV (MRVE3) começou o dia mal na bolsa após prejuízo, que teve a Résia como vilã
Apesar da geração de caixa em todas as suas divisões, construtora registrou prejuízo líquido acima do estimado, além de receita e margens mornas
Com aval do Cade, WeWork assina o divórcio com o Softbank e encerra oficialmente a parceria com o gigante japonês no Brasil
A empresa de escritórios oficializou a saída do gigante japonês de investimentos, que vendeu sua participação de 49,9% na operação local em janeiro
Recuperação judicial da SouthRock pesa sobre FII e BB Investimentos vê oportunidades em outros três fundos
Desde que entrou com pedido de RJ, a empresa de private equity se desfez da Starbucks — os CRIs da rede, que não estão no processo, ainda dependem de uma decisão judicial para que a SouthRock faça o pagamento
A xerife está de olho: CVM abre processo para investigar proposta supostamente falsa de aquisição da PDG Realty (PDGR3)
A PDG divulgou um fato relevante na noite de 19 de fevereiro comunicando que recebeu uma proposta não vinculante da SHKP
PDG (PDGR3) diz ter recebido proposta de aquisição não solicitada, mas alega ainda não ter conseguido contato com a suposta proponente
Negociada a 1 centavo desde setembro do ano passado, ação da construtora chegou a dobrar de valor após divulgação da proposta, o que não quer dizer muita coisa quando se trata de uma penny stock
RBED11 dá mais um passo em direção ao fim e anuncia resgate de cotas; confira quanto os investidores vão receber
O Rio Bravo Renda Educacional (RBED11) está em processo de liquidação. Operação faz parte da fusão do fundo imobiliário com o RBVA11, anunciada em 2024
A xerife voltou atrás? CVM pede prorrogação de contrato de aluguel do FII RBR Properties (RBRP11); entenda o que aconteceu
No início de fevereiro, a CVM havia anunciado ao RBRP11 que não estenderia o contrato de locação de seis conjuntos do Edifício Delta Plaza, localizado na cidade de São Paulo
Quatro anos após perder a Petrobras como inquilina, FII XP Corporate Macaé (XPCM11) anuncia dois locatários em menos de um mês
Com apenas um ativo no portfólio, o XPCM11 vem teve dificuldades para conseguir novos inquilinos para o imóvel em Macaé (RJ). Em dezembro, a gestora chegou a anunciar que teria recursos para manter o FII apenas até meados deste ano
Sócio polêmico, alto endividamento, possível risco no caixa: por que a Oncoclínicas (ONCO3) cai 90% desde o IPO e o que esperar da ação
As ações da rede de tratamentos oncológicos praticamente viraram pó desde a estreia na B3, mas há quem acredite que a situação pode ficar ainda mais complexa; entenda
Novo sonho dos brasileiros? População prefere ter saúde a conquistar a casa própria — e pesquisa revela motivo para isso
Ter saúde aparece como o principal objetivo nas três classes sociais avaliadas — baixa, média e alta — segundo levantamento da Quaest. Já o sonho da casa própria ficou em segundo lugar nas indicações.
FII ALZR11 turbina dividendos com securitização milionária dos aluguéis do Mercado Livre (MELI34)
Além de liberar o caixa, gestora destaca que a securitização também vai impulsionar o dividend yield (taxa de retorno de dividendos) do ALZR11