Caos nos mercados? Dólar sobe a R$ 5,9135 e Ibovespa fecha na mínima, aos 127.668,61 pontos — o que mexeu com as bolsas aqui e lá fora
Nos EUA, uma enxurrada de indicadores refletiram o comportamento das bolsas antes do feriado. No Brasil, rumores sobre o pacote fiscal seguiram ditando o ritmo das negociações.
Os investidores norte-americanos vão comemorar o Thanksgiving, ou o Dia de Ação de Graças, amanhã (28) digerindo uma série de indicadores divulgados nesta quarta-feira (27) que são cruciais para definir o rumo dos juros nos EUA. Por aqui, o mercado não teve trégua com a expectativa pelo pacote de corte de gastos — que fez o dólar disparar e chegar à casa de R$ 5,92 na máxima do.
Entre todos os dados apresentados nos EUA hoje, vale olhar para o trio Produto Interno Bruto (PIB), índice de preços para gastos pessoais (PCE) e pedidos de seguro-desemprego.
A economia norte-americana cresceu ao ritmo anualizado de 2,8% no terceiro trimestre, de acordo com a segunda leitura do PIB do Departamento de Comércio do país. O resultado confirmou o dado inicialmente divulgado e as projeções da FactSet.
Segundo a Capital Economics, a segunda leitura do PIB dos EUA sugere que a maior economia do mundo continua resiliente.
Por isso, os investidores aguardavam com ansiedade pelo PCE — a medida preferida do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) para a inflação. O índice avançou 0,2% em outubro na comparação com setembro. Em termos anuais, houve alta de 2,3%. As duas comparações vieram em linha com as estimativas da FactSet.
O mercado de trabalho, que junto com a estabilidade de preços, forma o mandato duplo do Fed também mostrou solidez: o número de pedidos de seguro-desemprego caiu em 2 mil na semana encerrada em 23 de novembro, para 213 mil, segundo o Departamento do Trabalho. Analistas consultados pela FactSet esperavam alta para 215 mil.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
- Conheça a carteira que já rendeu +200% do Ibovespa e participe da comunidade no Telegram para receber análises e relatórios exclusivos sem custos
Confira os outros dados que saíram nos EUA hoje e que mexem com a bolsa aqui e lá fora:
- Gastos com consumo: os gastos com consumo foram revisados em baixa, para uma alta anualizada de 3,5% no terceiro trimestre, ante variação inicialmente divulgada de 3,7% para o período, mostrou o relatório do PIB. Apesar da revisão, o ritmo é de aceleração ante o segundo trimestre, quando os gastos com consumo aumentaram 2,8%.
- PCE no trimestre: o índice de preços para gastos do consumidor avançou 1,5% no terceiro trimestre, depois de avançar 2,5% no trimestre imediatamente anterior. O núcleo do índice, que desconsidera preços de alimentos e energia, aumentou 2,1%. O resultado veio abaixo da estimativa inicial, de avanço de 2,2% no período, e representa uma desaceleração depois da alta de 2,8% no segundo trimestre.
- Bens duráveis: as encomendas de bens duráveis subiram 0,2% em outubro ante setembro, a US$ 286,6 bilhões. O resultado veio abaixo do esperado, uma vez que analistas consultados pela FactSet previam alta de 0,5% nas encomendas do período.
- ISM de Chicago: o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago caiu para 40,2 em novembro, ante 41,6 em outubro, segundo pesquisa da própria instituição. O resultado frustrou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço do indicador a 44.
- NAR: as vendas pendentes de imóveis tiveram aumento de 2% entre setembro e outubro, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Corretores (NAR, na sigla em inglês). O resultado contrariou expectativas da FactSet, que previa queda de 2,1% nas vendas do período. Na comparação anual, as vendas pendentes de imóveis avançaram 5,4% em outubro.
A bolsa e o dólar no Brasil…
A enxurrada de dados nos EUA que mostraram uma inflação em linha com o previsto em outubro, mas um aumento acima do esperado na renda e nos gastos dos norte-americanos reduziram o ritmo de queda dos yields dos Treasurys, mas deram força ao dólar na comparação com o real.
Além disso, a moeda norte-americana experimentou uma forte rodada de valorização hoje, renovando sucessivas máximas, com especulações em torno do pacote fiscal.
O dólar chegou a R$ 5,9289 na máxima do dia diante dos rumores de que o governo pretende incluir no conjunto de medidas fiscais a proposta de isenção de imposto de renda a pessoas físicas com renda de até R$ 5 mil.
A expectativa é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se pronuncie na noite de hoje para comunicar ponto a ponto quais serão as medidas de ajuste fiscal.
O Ibovespa, por sua vez, seguiu renovando mínimas na sessão em meio às incertezas sobre o pacote fiscal. A alta das ações da Vale (VALE3), que subiram 1,22%, até ajudaram, mas não foram suficientes para conter as perdas de hoje.
O principal índice de ações da bolsa brasileira acabou terminando o dia com baixa de 1,73%, aos 127.668,61 pontos — no piso da sessão.
O CONGRESSO NACIONAL faz de TUDO para atrapalhar o andamento do GOVERNO
A reação em Wall Street
As bolsas em Wall Street reagiram imediatamente aos dados nos EUA. O Dow Jones superou os 45 mil pontos pela primeira vez logo após a abertura, enquanto os yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro norte-americano de dez anos ganharam fôlego.
A euforia, no entanto, durou pouco. As bolsas em Nova York passaram a operar no negativo algumas horas depois e terminaram o dia no vermelho: o Dow caiu 0,31%, o S&P 500 recuou 0,38% e o Nasdaq perdeu 0,60%.
Os traders lucraram com grandes nomes da tecnologia que tiveram um bom desempenho neste ano — o que explica o desempenho do Nasdaq.
A Nvidia, que subiu mais de 160% em 2024, chegou a cair mais de 3% no início da tarde. A Meta chegou a perder 1% após subir cerca de 60% este ano. Dell e a HP chegaram a cair mais de 12% após fornecerem projeções fracas sobre lucros.
Vale lembrar que essa é uma semana de negociação mais curta para as bolsas nos EUA, com o mercado fechando mais cedo para o feriado de Ação de Graças amanhã (28) e sem funcionar na sexta-feira (29), por isso, o volume de negócios é menor que o normal.
Ainda assim, a semana é notável, com o Dow e o S&P 500 atingindo máximas históricas.
A negociação de novembro, que foi definida por um rali pós-eleitoral com a vitória de Donald Trump, também termina esta semana. O Dow deve garantir ganho de mais de 7% em novembro, a caminho da maior alta mensal de 2024. O S&P 500 e o Nasdaq devem saltar mais de 5%.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa