O negócio do ano: O que você precisa saber sobre a fusão da Arezzo (ARZZ3) com o Soma (SOMA3), dono da Hering, em acordo multibilionário para consolidar casa de marcas
Fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma foi confirmada na manhã de hoje, mas rumor do negócio já repercute nas ações desde a semana passada

Os rumores da fusão entre a Arezzo (ARZZ3) e o Grupo Soma (SOMA3) transformaram a dupla no destaque positivo do Ibovespa na semana passada.
A ação do Soma, dono da Hering e da Farm, liderou as altas da semana (+10,94%), seguida pelos papéis da Arezzo (+8,44%).
Agora os investidores preparam-se para repercutir a confirmação do negócio do ano — quiçá da década — no varejo de moda.
A Arezzo & Co e o Grupo Soma anunciaram na manhã desta segunda-feira um acordo para criar uma gigante do setor.
Juntas, Arezzo e Soma faturaram R$ 12 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (resultados mais recentes disponíveis).
O nome da futura empresa ainda não foi definido, mas nós aqui no Seu Dinheiro apelidamos carinhosamente de “SomArezzo”.
Leia Também
- VEJA TAMBÉM EM A DINHEIRISTA - Posso parar de pagar pensão alimentícia para filha que não vejo há quatro anos?
O que a Arezzo e o Grupo Soma pretendem com a fusão
Se a fusão for concluída, o processo resultará em uma gigantesca estrutura integrada por 34 marcas e mais de 2 mil lojas, entre estabelecimentos próprios e franquias, bem como mais de 20 mil funcionários.
A operação contará com quatro verticais de negócios:
- calçados e bolsas;
- vestuário feminino;
- vestuário masculino; e
- “vestuário democrático”.
O negócio deve colocar sob o mesmo guarda-chuva marcas como Arezzo, Vans, Alexandre Birman, Schutz, Hering, Farm, Animale e dezenas de outras.
Em fato relevante divulgado na manhã de hoje, a Arezzo e o Grupo Soma afirmam enxergar oportunidades de geração de valor adicional pela transação.
As oportunidades identificadas por elas são:
- a alavancagem da receita do Grupo Soma por meio das vendas de calçados e bolsas;
- a otimização da gestão dos canais de multimarcas, comércio eletrônico e franquias;
- um melhor aproveitamento da planta industrial de malharia da Hering; e
- a preparação da nova empresa para avançar em outras verticais de negócios.
Acionistas de referência comandarão futura empresa
Os atuais acionistas de referência da Arezzo e do Grupo Soma ficarão à frente da gigante do varejo de moda resultante da fusão de maneira paritária.
Alexandre Birman, da Arezzo, será o CEO. Roberto Luiz Jatahy Gonçalves, do Soma, ficará à frente da unidade de vestuário feminino.
Enquanto isso, Rony Meisler permanecerá como CEO da unidade AR&Co e Thiago Hering seguirá à frente da unidade que leva seu sobrenome.
Grupo Soma será incorporado pela Arezzo
O acordo de associação prevê a incorporação do Grupo Soma pela Arezzo&Co.
Nesse sentido, os acionistas do Grupo Soma receberão 0,120446593048 ação da Arezzo.
Nessa relação de troca, os acionistas da Arezzo&Co ficarão com 54% da futura empresa e os do Grupo Soma com os 46% restantes.
A expectativa é de que, concluída a transação, a família Birman detenha 22% do capital da nova empresa. Já os controladores do Grupo Soma ficarão com 16%.
Os acionistas de referência das empresas comprometeram-se com a celebração de um acordo para votarem em conjunto nas assembleias.
Além disso, eles informaram que votarão pela fusão em todas as instâncias aplicáveis e estão comprometidos com a indicação paritária de membros para o conselho de administração e com um lock-up por período ainda indefinido.
O lock-up impede esses acionistas de venderem suas respectivas participações na empresa.
O acordo ainda está sujeito à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Arezzo como casa de marcas
A incorporação do Grupo Soma pela Arezzo está alinhada com a estratégia de transformação desta em uma casa de marcas.
A vertical de calçados de calçados e bolsas segue altamente relevante para o negócio, mas a incorporação de marcas já estabelecidas e amplamente conhecidas no universo da moda local diversifica o portfólio e aumenta a possibilidade de sinergias em termos de distribuição e produção.
Na avaliação do banco BTG Pactual, os benefícios da fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma tendem a seguir esse roteiro — já observados na formação de grandes conglomerados internacionais, como LVMH, Kering, Ralph Lauren, PVH, Prada Group, Richemont e Luxottica Group.
No entanto, o mercado já embutiu parte desses ganhos potenciais no preço das ações da Arezzo e do Grupo Soma, segundo o BTG Pactual.
Os analistas do banco chamam ainda atenção para os riscos de execução da fusão diante da diferença cultural de um conglomerado com dezenas de marcas sob seu guarda-chuva.
A DINHEIRISTA —Descobri traição do meu marido e 'limpei' a conta conjunta. Estou errada?
Varejo de moda enfrenta dificuldades
O anúncio do acordo ocorre em um momento delicado para o varejo de moda no Brasil.
"É uma fusão surpreendente", disse o professor de varejo da FGV, Ulysses Reis, em nota distribuída pelo Estadão Conteúdo.
De acordo com ele, a decisão de unir os dois grupos ocorre como um reflexo de fatores como as dificuldades do setor de moda, queda no valor de mercado das empresas separadamente e também à chegada de novos negócios como as gigantes asiáticas.
O especialista chama a atenção para o fato de a Arezzo e o Soma estarem em busca de sinergia entre marcas focadas em públicos muito diferentes ou que competem entre si.
"Eles precisarão avaliar bem o catálogo de marcas dos dois grupos", afirma.
Shein ainda é a varejista de moda mais barata no Brasil, mas diferença diminui, diz BTG Pactual
Análise do banco apontou que plataforma chinesa ainda mantém preços mais baixos que C&A, Renner e Riachuelo; do outro lado da vitrine, a Zara é a mais cara
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?
Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis
Mercado Livre (MELI34) é a ação favorita do Safra para tempos difíceis: veja os três motivos para essa escolha
O banco é otimista em relação ao desempenho da gigante do comércio eletrônico, apesar do impacto das “dores de crescimento” nos resultados de curto prazo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Sneakermania: 5 tendências que devem manter a indústria de tênis aquecida
Com crescimento superior ao do segmento de calçados, indústria bilionária dos sneakers continua aquecida, dentro e fora do Brasil; Igor Morais, da Kings Sneakers, compartilha o que anda em alta no setor
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Família da Tok&Stok envia carta à Mobly (MBLY3) negando conluio em OPA, mas empresa aponta compromisso ‘inusitado e sem precedentes’
A família Dubrule quer retomar o controle da Tok&Stok e a Mobly alega negociação às escondidas com outros acionistas para se garantir a compra de ações na Oferta Pública de Aquisição
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Mil e uma contas a pagar: Bombril entrega plano de recuperação judicial para reestruturar dívida de mais de R$ 2 bilhões
Companhia famosa por seus produtos de limpeza entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, alegando dívidas tributárias inconciliáveis
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Mobly (MBLY3) acusa família Dubrule de ‘crime contra o mercado’ e quer encerrar OPA
Desde março deste ano, a família Dubrule vem tentando retomar o controle da Tok&Stok através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA)