O dia está sendo agitado para os investidores da Petrobras (PETR3 e PETR4) digerirem todas as notícias. A mudança na política de preços praticados da estatal e os cortes no preço dos combustíveis impulsionam as ações da empresa, que figuram entre as maiores altas do pregão.
Quem não ficou exatamente feliz foram os legisladores do Congresso. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou nesta terça-feira (16) o requerimento para convidar o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a explicar a nova política de preços da empresa.
O requerimento foi do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e a audiência ainda não tem data marcada.
A chamada política de preços com paridade internacional (PPI) antiga foi criticada durante toda a campanha eleitoral pelo hoje presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Não há intervenção do governo na Petrobras, afirma Prates
Do lado do depoente, Prates afirmou que não há nenhum tipo de intervenção do governo na estatal.
A declaração foi dada ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após a empresa anunciar uma mudança na estratégia comercial para definição dos preços de combustíveis.
"Não há intervenção absolutamente nenhuma", disse Prates, em entrevista a jornalistas, ressaltando que a estratégia comercial da empresa é decisão de sua diretoria executiva.
"Nós somos parte do governo brasileiro. Não há intervenção nesse sentido de dizer assim 'bote o preço assim'. Os instrumentos da Petrobras competitivos, de rentabilidade, de garantia da financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos".
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Críticas ao PPI
Representantes do governo já haviam sinalizado a intenção de mudar o modelo adotado até então. As críticas à política de preço da Petrobras geraram, nos primeiros meses do governo, um desgaste na relação entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e a empresa.
O presidente da Petrobras também afirmou que a empresa continuará tendo transparência total e que os componentes da composição de preços estarão disponíveis no site da empresa, como já acontecia antes.
Petrobras: um passo para trás ou para frente?
Prates afirmou que a mudança pode parecer ser uma volta ao passado, mas, na verdade, a empresa está colocando um filtro para amortecer os preços praticados no Brasil.
"O que nós estamos garantindo aqui é menos volatilidade especulativa internacional. Vamos ter efeito da referência internacional? Vamos, mas estarão refratados numa série de possibilidades nacionais."
O presidente da estatal afirmou que ter boa parte dos custos em reais não pode se comparar com a paridade de preços de importação e que irão deixar o pior cenário para as moléculas que precisam ser importadas.
*Com informações do Estadão Conteúdo