O fantasma dos liberais voltou: Lula diz na Argentina que vai usar o BNDES para financiar projetos no exterior
Teve mais: o presidente também tratou da criação de uma moeda de circulação sul-americana e foi apoiado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O fantasma dos liberais está de volta: o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento de projetos em outros países. A política usada em outros governos petistas foi anunciada nesta segunda-feira (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior. E para ajudar que países vizinhos possam crescer e até vender resultado desse enriquecimento para países como o Brasil", afirmou Lula durante viagem à Argentina.
Junto com o anúncio, o presidente críticas a atual política do BNDES. Para o presidente, há quatro anos o banco público não empresta dinheiro para o desenvolvimento, o que teria ajudado na estagnação do crescimento brasileiro.
Para dar mais força às declarações de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu em defesa da ideia de usar o BNDES para financiar a construção de um gasoduto para trazer o gás de xisto da região de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil.
Para Haddad, financiar uma obra assim é diferente de conceder crédito para construir um porto em um país da América Central.
Lula, Fernández e o “peso real”
E teve mais: Lula e o presidente Alberto Fernández, da Argentina, reiteraram a disposição de ambos os países em criar, no longo prazo, uma moeda de circulação sul-americana.
Em documento com 82 compromissos, Lula e Fernández firmaram o entendimento de iniciar estudos técnicos para aprofundar a integração financeira.
Mais uma vez, Haddad endossou a ideia. Segundo o ministro da Fazenda, a Argentina tem forte interesse no acordo de moeda comum com o Brasil porque conseguiria importar mais sem mexer nas reservas de dólar.
Para o Brasil, segundo ele, não haveria riscos com um bom sistema de garantias.
“O Banco do Brasil não toma risco de conversibilidade. Tudo começa com um sistema de garantias. Se não tiver sistema de garantias, não tem como prosperar”, afirmou Haddad.
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