Vale a pena comprar imóvel na planta como investimento? Fizemos as contas para você
O fato de ainda estar em construção traz vantagens para esse tipo de empreendimento, mas a condição também torna o investimento mais arriscado

Entra ano e sai ano, surgem novos produtos financeiros e, ainda assim, o investimento direto em imóveis não perde o posto de um dos favoritos brasileiros. A tradição pesa — aluguel já existia antes da criação da primeira bolsa de valores do país —, mas esse não é o único fator que torna a modalidade tão atrativa.
Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o investimento em imóveis gerou um retorno médio de 15,3% ao ano na década passada. O percentual soma os ganhos com aluguéis e também a valorização das propriedades no período.
Vale destacar que rendimentos passados não são garantia de rentabilidade futura. Ainda mais considerando o ambiente atual de juros altos, que atrapalha o setor imobiliário e diminui a atratividade de investimentos fora da renda fixa.
Ainda assim, há quem descarte a ideia de comprar títulos de dívida e prefira seguir investindo em imóveis para construir seu patrimônio (literalmente) tijolo a tijolo.
Para esse público, porém, há uma grande dificuldade: o valor necessário para a compra de uma propriedade física — que inclui, além do preço do imóvel propriamente dito, todas as taxas envolvidas no processo — é alto.
Imóvel na planta é uma alternativa para viabilizar a compra de imóveis
Nesse contexto, a comercialização de casas e apartamentos na planta surge como uma alternativa. Como ainda estão em fase construção, empreendimentos do tipo são negociados diretamente com as incorporadoras e o preço pode ser diluído em uma entrada de 20% a 30% do valor total e parcelas mensais e anuais até a entrega da obra.
Leia Também
Como o investidor assume um risco maior ao comprar uma propriedade que ainda não existe — as companhias costumam iniciar as vendas antes mesmo de existir uma fundação no terreno —, o preço do metro quadrado é mais barato na comparação com imóveis prontos na mesma região.
O maior risco, como costuma acontecer, em geral vem acompanhado de uma maior perspectiva de retorno, já que o imóvel na planta costuma ter uma valorização depois de pronto.
De acordo com o índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R ABECIP), calculado com base nos laudos de imóveis financiados por bancos, os empreendimentos residenciais brasileiros ficaram 15,06% mais caros entre fevereiro de 2022 e janeiro deste ano.
Além disso, por se tratar de um imóvel ainda em construção, é possível personalizá-lo para atender as necessidades dos futuros locatários ou para valorizá-lo ainda mais em caso de venda futura.
- Imposto de Renda sem complicações: não passe perrengue na hora de declarar o seu IR em 2023. Baixe de forma GRATUITA o guia completo que Seu Dinheiro preparou com todas as orientações que você precisa para fazer sua declaração à Receita sozinho. [É SÓ CLICAR AQUI]
Mas há riscos nesse tipo de operação
Se o fato de ainda estar em construção traz vantagens para esse tipo de empreendimento, essa condição também torna o investimento mais arriscado na comparação com uma casa ou apartamento já prontos.
Conforme explica Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Planejar, o principal risco é de que o imóvel não saia do chão por diversos fatores, como a falência da incorporadora ou problemas de documentação e alvarás necessários para a construção. Veja aqui como mitigar os riscos na compra de imóveis na planta.
Outro ponto de atenção é para o atraso na entrega. Segundo a lei 13.786, conhecida como “lei do distrato”, as companhias têm, no máximo, 180 dias corridos de tolerância para entregar as chaves ao comprador.
Apesar de trazer mais segurança jurídica para a negociação, o prazo é longo e pode atrapalhar os planos e a rentabilidade do investidor.
Como calcular o retorno de um imóvel na planta
Por falar nisso, a rentabilidade prevista deve ser um dos fatores chaves na hora de decidir se vale a pena ou não investir em um imóvel na planta.
Não existe uma fórmula específica para a projeção de lucros nesse cenário, mas, segundo Milech, podemos “pegar emprestada” a estrutura do cálculo de cap rate — ou taxa de capitalização — para uma aproximação.
O indicador mede o retorno do capital investido em imóveis prontos por meio da relação entre o valor do empreendimento e os aluguéis recebidos em 12 meses.
No caso dos imóveis na planta, o planejador explica que é necessária uma adaptação na fórmula: ao invés de aluguéis recebidos, o investidor deve utilizar uma projeção com base na média dos valores de locação de imóveis com características semelhantes e na mesma região.
Feito isso, basta dividir a cifra de aluguéis pelo valor de mercado para chegar à taxa anualizada de retorno prevista. Com este indicador em mãos, o possível comprador consegue avaliar melhor a relação entre risco e rendimento do empreendimento.
Vale destacar que, apesar de fornecer parâmetros importantes para a análise do investidor, a conta não considera a valorização do imóvel na planta ao longo do tempo — um elemento que pode compensar um cap rate baixo. Essa valorização, porém, é difícil de mensurar por ser afetada por uma série de fatores macro e microeconômicos.
- LEIA TAMBÉM: Os fundos imobiliários (FIIs) mais recomendados para investir em março, segundo 12 corretoras
Qual é o retorno mínimo para o investimento desse tipo?
De volta ao cálculo, Milech aconselha que a taxa obtida pelo potencial comprador seja comparada com o investimento que é considerado o de menor risco no Brasil, os títulos do Tesouro Direto. E não é qualquer título, mas um de longo prazo, superior a 10 anos, e indexado à inflação.
Os critérios servem para aproximar a base de comparação do horizonte de investimento em imóveis e também dos contratos de locação, que costumam ser reajustados pelo IPCA ou IGPM — os dois principais índices de inflação brasileiros.
“Hoje, para que o custo de oportunidade do investimento em um imóvel valha a pena, o cap rate deve ser de, no mínimo, 6% ao ano. Esse é o percentual que obtemos atualmente em uma NTN-B [Tesouro IPCA+] com vencimento em 2035”.
Um exemplo prático de como calcular o retorno
Para ilustrar a situação, utilizaremos como exemplo um apartamento na planta de 36 metros quadrados e um dormitório localizado no Tatuapé, bairro na zona leste da cidade de São Paulo. A construtora oferece o empreendimento por R$ 229 mil, sem considerar eventuais taxas e custos com cartório.
Uma pesquisa em sites de locação online mostra que o preço médio de locação de imóveis com características semelhantes na região está em R$ 2.375. A maioria dos apartamentos oferecidos está mobiliado, por isso também é preciso considerar esse custo — que gira em torno de R$ 7 mil para móveis e eletrodomésticos básicos de acordo com plataformas de comparação de preço.
Dividindo a média dos valores de locação pela soma do custo do imóvel e mobília, chegamos a um cap rate de 12%. O percentual é quase o dobro do retorno mínimo estabelecido por Milech por oferecer mais riscos do que um título do tesouro, especialmente o de que o empreendimento não seja entregue.
Além disso, para chegar a essa taxa de retorno, o investidor teria de pagar o apartamento e os móveis à vista ou obter um financiamento sem nenhum tipo de juros ou correção monetária — algo impossível nesse mercado.
Mesmo nas negociações diretas com as construtoras, as parcelas mensais costumam ser corrigidas por algum índice ligado à construção. O mais utilizado é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que acumula alta de 8,64% nos últimos 12 meses.
INSS suspende Crefisa após detectar irregularidades em pagamentos de benefícios: como fica a situação dos aposentados?
Com a suspensão, a Crefisa fica impedida de processar os pagamentos de novos benefícios até que os problemas sejam resolvidos
Seu salário dura até o fim do mês? Para a maioria dos brasileiros a resposta ainda é ‘não’ — mas isso já foi pior
Pesquisa conduzida por subsidiária da Serasa Experian mostra, para 54% dos brasileiros, o salário não chega ao fim do mês
BTG Pactual amplia funcionalidades da conta internacional com câmbio instantâneo e transferência de ativos no exterior
As novidades incluem câmbio com liquidação entre 9h15 e 17h e solicitação digital de transferência de custódia, com leitura automática de documentos
CNH gratuita: como funciona a nova lei que abre as portas para quem quer tirar a carteira de habilitação sem gastar nada
Lei sancionada pelo governo oferece CNH gratuita a pessoas de baixa renda e abre as portas para milhares de brasileiros no mercado de trabalho
Lotomania 2811: Carioca teimoso leva prêmio milionário, mas perde chance de embolsar mais R$ 100 mil; entenda
Apostador levou sozinho o prêmio de mais de R$ 3 milhões em jogo no concurso 2811 da Lotomania, mas deixou um bom dinheiro na mesa ao não fazer aposta-espelho
Procura um Porsche por um valor bem abaixo do mercado? Confira o leilão de cinco carros de luxo que ocorre hoje
Modelos como Porsche 911, Cayenne e Cayman vão a leilão em São Paulo com valores abaixo da tabela Fipe
Mais retorno na aposentadoria? Crédito privado cresce no cardápio dos fundos de previdência e se torna estratégico na diversificação de portfólios
Com gestão ativa e foco em ativos de maior qualidade, o crédito privado atrai gestores e investidores para a estratégia de previdência de longo prazo
Mega-Sena 2902 e Quina 6802 não fazem novos milionários e prêmios acumulam — a sorte ficou para a Lotofácil 3471 e seu único ganhador
Lotofácil premia apostador de Belo Horizonte, enquanto Quina e Mega-Sena acumulam prêmio mais gordo para o próximo sorteio
Brasileiros deixam de resgatar de R$ 10 mil a R$ 50 mil em ‘ativos invisíveis’ de parentes falecidos — veja o que fazer nesta situação
Luto somado à burocracia e à falta de orientação financeira faz as famílias se esquecem de resgatar os valores
Mega-Sena 2902 acumula R$ 55 milhões e sorteio acontece neste sábado — ainda dá tempo de tentar a sorte
Apostas podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília
Mega-Sena 2901 corre hoje valendo R$ 47 milhões; Lotofácil 3468 tem 8 ganhadores, mas ninguém fica milionário
Mega-Sena está acumulada há três concursos, mas uma mudança na regra de distribuição vem turbinando os prêmios oferecidos
Pix: a inovação brasileira que economizou mais de R$ 100 bilhões, sambou com bancos e irritou Trump
Enquanto consumidores comemoram, bancos e maquininhas sentem o impacto: o Pix transformou o mercado e ninguém ficou parado
Dinheiro esquecido: R$ 10,56 bilhões ainda estão de bobeira esperando para serem resgatados
Dados do BC revelam que 48,2 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos
INSS suspende pagamento de benefícios pelo Agibank por suspeita de irregularidades; banco nega
Para os beneficiários do INSS que já recebem pelo Agibank, os pagamentos continuam normalmente, sem alterações imediatas
Um prêmio de loteria por mês: quanto rendem os quase R$ 100 milhões do mais novo ganhador da Mega-Sena na poupança, no Tesouro Direto, no CDI e no LCI
Na caderneta de poupança, o prêmio do concurso 2897 da Mega-Sena cresceria R$ 670 mil por mês, mas rendimento pode passar de R$ 1 milhão em outros tipos de investimento, mesmo na renda fixa conservadora
Esquenta da Mega da Virada: mudança de regra coloca loteria no caminho de prêmio bilionário no fim do ano
Ministério da Fazenda acaba de alterar as regras de distribuição de prêmios da Mega-Sena e da Mega da Virada
A inadimplência de aluguel de imóveis está em alta no Brasil e atinge maior patamar em mais de um ano
Segundo Índice Superlógica, indicador chegou a 3,59% em junho de 2025, maior patamar desde maio de 2024
Com juros altos e incerteza global, renda fixa exige diversificação, apontam especialistas
Painel da Expert XP 2025 buscou destacar os caminhos e desafios para alocar recursos no atual cenário, econômico.
Gestor da Kinea vê oportunidade em FIIs e aposta em retomada com corte de juros
Executivo aponta que mesmo com Selic alta, mercado de fundos imobiliários oferece boas oportunidades tanto em ativos de papéis quanto em tijolo.
Lucro do FGTS cai nas contas ainda em julho: rendimento é de R$ 20 a cada R$ 1.000 de saldo
Com a distribuição de lucros, o rendimento total do FGTS em 2024 sobe para 6,05% e tem ganho real — ficou acima da inflação de 4,83% acumulada no mesmo período.