🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero com especialização em Macroeconomia e Finanças (FGV) e pós-graduação em Mercado Financeiro e de Capitais (PUC-Minas). Com passagens pelo portal R7, revista IstoÉ e os jornais DCI, Agora SP (Grupo Folha), Estadão e Valor Econômico, também trabalhou na comunicação estratégica de gestoras do mercado financeiro.
HISTÓRICO

Conheça a história da Americanas (AMER3), um dos símbolos do varejo nacional que pediu recuperação judicial com um rombo contábil e uma dívida de R$ 43 bilhões

Criada em 1929, a Americanas (AMER3) tentou se renovar com a aposta no comércio eletrônico, mas já enfrentava dificuldades antes da descoberta dos problemas no balanço

Ana Carolina Neira
Ana Carolina Neira
19 de janeiro de 2023
18:08 - atualizado às 18:09
Americanas efeito congelamento Avenida Brasil
Montagem com fachada de loja da Americanas - Imagem: Pinterest / Montagem Brenda Silva

A derrocada da Americanas (AMER3) surpreende não apenas pelo rombo de R$ 20 bilhões encontrado na varejista, mas também pela velocidade em que tudo aconteceu. Ainda mais para uma empresa quase centenária e que tem os homens mais ricos do país como acionistas de referência. 

Desde o anúncio que levou o então CEO Sérgio Rial a deixar o cargo antes mesmo de esquentar a cadeira, foram necessários somente oito dias para que a varejista entrasse com um pedido de recuperação judicial, formalizado e aceito nesta quinta-feira (19) — tudo muito rápido, urgente e sem solução mágica.

No total, a Americanas declarou uma dívida de R$ 43 bilhões, com o objetivo de protegê-la dos 16.300 credores e tentar garantir sua reestruturação.

A situação só piorou após a revelação de que o caixa disponível da companhia chegou a apenas R$ 800 milhões, deixando claro que a recuperação judicial viria em questão de pouquíssimo tempo, já que boa parte dos recursos estava indisponível para movimentação.

A história da Americanas (AMER3)

Parte da perplexidade do mercado com a Americanas (AMER3) vem não apenas dos valores revelados ou do desconhecimento sobre quão fundo é esse buraco, mas também pelo que a empresa representa, sendo um dos símbolos do varejo brasileiro.

Criada em 1929, já são quase 100 anos de história num país que, como diz a frase atribuída a Tom Jobim, não é para amadores. A varejista foi criada por um grupo de americanos — daí o nome — e teve desde sempre um apelo mais popular.

Mas a Americanas só ganhou os contornos de hoje após a chegada do famoso trio da 3G Capital formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, em 1982. Juntos, eles tinham a missão de reestruturar a empresa e torná-la rentável e eficiente.

  • Não perca dinheiro em 2023: o Seu Dinheiro conversou com os principais especialistas do mercado financeiro e reuniu neste material as melhores oportunidades de investimentos em ações, BDRs, fundos imobiliários e muito mais. ACESSE AQUI GRATUITAMENTE

E durante um bom tempo conseguiram. Além da Ambev (ABEV3), a Americanas é um dos símbolos do estilo de gestão desses empresários, voltado para a eficiência e o corte de custos em prol da saúde financeira. Não demorou para o trabalho na empresa virar um exemplo.

Em setembro passado (último dado disponível), a Americanas contava com 3.601 lojas em mais de 900 cidades.

A aposta no varejo digital

Sempre famosa e na memória dos brasileiros, a varejista também conseguiu surfar a onda do início da internet no Brasil e das compras feitas online. Em 2000 surgiu o site Americanas.com.

Nos anos seguintes, o grupo aumentou a aposta nas vendas online com a compra dos concorrentes Shoptime e Submarino. Em 2007, após a incorporação da primeira loja e a fusão com a segunda, foi criada a B2W, uma gigante do comércio eletrônico.

Mas, claro, nenhum crescimento é linear e constante. Ainda mais com o acirramento da concorrência com nomes  como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3). A rivalidade também veio de fora, com Mercado Livre (MELI34) e Amazon (AMZO34).

Com o objetivo de simplificar a estrutura, em 2021 surgiu a Americanas S.A., combinação dos negócios com a B2W. Isso abriu espaço para que Lemann, Sicupira e Telles deixassem o controle da empresa e virassem o que o mercado chama de "acionistas de referência". 

Hoje eles são donos de 31,13% das ações da empresa, mas pode ser que aumentem essa fatia diante da capitalização que a varejista precisa para se manter de pé

As dificuldades da varejista

A situação da Americanas antes da descoberta do rombo de R$ 20 bilhões já não era das mais favoráveis. Além da concorrência,  o cenário atual de juros altos, endividamento das famílias e a baixa confiança do consumidor estão entre os desafios das varejistas brasileiras.

Para analistas do setor e gestores, enquanto não houver melhora macroeconômica, não haverá descanso para as companhias. Mas a Americanas, especialmente, já estava em desvantagem nessa corrida.

Quando comparada com as demais, ela sempre era apontada como aquela que tinha o balanço menos saudável, com vendas mais fracas e projeções mais pessimistas para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Se antes a desconfiança com a Americanas já era grande, esse sentimento só aumentou desde a semana passada, uma vez que os analistas sequer conseguem dimensionar quais eram os verdadeiros números dos balanços passados diante da baixa contábil. E pior: essa pulga atrás da orelha ainda se alastra e contamina as demais empresas do setor.

O que o futuro guarda para a Americanas (AMER3)

Ainda sobram perguntas e faltam um bocado de respostas quando falamos do futuro da Americanas (AMER3). Com a recuperação judicial aprovada, o processo ainda deve se arrastar por alguns meses e uma série de etapas

Nesse meio tempo, a varejista deve ficar em um “limbo”, e os concorrentes devem se aproveitar para ocupar esse espaço.

Mesmo antes da revelação do rombo contábil, os números do balanço da Americanas eram pouco animadores. No terceiro trimestre de 2022, o prejuízo líquido da empresa foi de R$ 211,6 milhões, enquanto o Ebitda somava R$ 582,3 milhões.

Nesse contexto, é certo que a Americanas precisará de um plano de recuperação consistente se não quiser entrar para a lista de varejistas brasileiras que não resistiram ao passar dos anos — entre elas Mappin, Mesbla, JumboEletro e Ultralar.

Nomes conhecidos e que ficam na memória de muita gente, mas que não sobreviveram aos períodos de inflação alta e a necessidade de capitalização permanente, duas constantes do setor.

Compartilhe

POTENCIAL FOLLOW-ON

Vem oferta de ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por aí? Caixa autoriza estudos para possível venda de papéis da seguradora

28 de março de 2024 - 20:16

A Caixa é dona de 82,75% do capital da seguradora, mas o possível follow-on não teria como objetivo alterar o controle da empresa

Bolada pré-feriado

Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito

28 de março de 2024 - 19:09

Pagamento de cerca de R$ 0,54 por ação será efetuado nos meses de abril, julho e outubro

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024

28 de março de 2024 - 14:36

Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024

PRATO CHEIO

Grupo GPS (GGPS3) chega ao “bandejão da firma” com aquisição e adiciona bilhões em receita; ações sobem forte na B3

28 de março de 2024 - 12:01

Com a GRSA, o Grupo GPS amplia a oferta no “cardápio” de serviços que oferece. A empresa vem enfileirando aquisições desde o IPO, em 2021

Valor agradou

Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP

28 de março de 2024 - 11:30

Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser “penny stock”

28 de março de 2024 - 9:16

Oi (OIBR3) teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões nos últimos três meses de 2023 e fechou o ano com dívida líquida de mais de R$ 23 bilhões

AGORA ELA É A DONA

Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha

27 de março de 2024 - 19:50

Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação

UM PAPEL PARA GUARDAR NA CARTEIRA

Klabin (KLBN11) ou Suzano (SUZB3)? Uma delas está barata. Itaú BBA eleva preço-alvo das duas ações e conta qual é a oportunidade do momento

27 de março de 2024 - 14:04

Tanto as units da Klabin como as ações da Suzano operam em alta na bolsa brasileira nesta quarta-feira (27), mas só uma delas é a preferida do banco de investimentos; descubra qual

CORRIDA POR TECNOLOGIA

Finalmente, um oponente à altura da Nvidia? Empresas de tecnologia se unem para combater hegemonia da gigante de IA

27 de março de 2024 - 12:15

A joia da coroa da Nvidia está muito menos exposta: é o sistema plug and play da empresa, chamado CUDA, e é com ele que o setor quer competir

A VOLTA

Sete anos após o Joesley Day, irmãos Batista retornam à JBS (JBSS3); ação reage em queda ao resultado do 4T23

27 de março de 2024 - 10:19

A volta de Joesley e Wesley, que foram delatores da Lava Jato, acontece após uma série de vitórias judiciais da JBS e dos empresários

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies