O que Haddad pensa sobre a meta de inflação? Para o ministro da Fazenda, resolver o lado fiscal é prioridade
Fernando Haddad diz que uma revisão da meta de inflação nunca foi discutida, e que a resolução das questões fiscais é um tema mais urgente

A política monetária, quem diria, virou tema cotidiano do brasileiro: afinal, os juros a 13,75% ao ano estão altos demais ou não? É preciso mudar a meta de inflação? Quem está certo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou Roberto Campos Neto, o chefe do Banco Central? Pois o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu seus pitacos na questão.
Em entrevista à GloboNews, o petista ressaltou que, ao menos dentro de sua pasta, nunca foi discutida a possibilidade de mudança na meta de inflação que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — o alvo para 2023 é de 3,25% ao ano, com uma margem de erro de 1,5 ponto percentual (p.p.), para mais ou para menos.
Segundo o ministro, o debate sequer deveria ser feito neste momento: para ele, o ideal seria resolver as questões referentes à política fiscal antes de qualquer coisa e, a partir daí, seria mais simples discutir eventuais mudanças na política monetária.
- O Seu Dinheiro acaba de liberar um treinamento exclusivo e completamente gratuito para todos os leitores que buscam receber pagamentos recorrentes de empresas da Bolsa. [LIBERE SEU ACESSO AQUI]
Arcabouço fiscal, juros e BC
Na mesma entrevista, Haddad disse também que se o novo arcabouço fiscal for aprovado com a credibilidade necessária, o BC terá de reagir à nova regra em algum momento.
"A tese da harmonização do fiscal com o monetário tem que acontecer em algum momento do dia, não é possível manter a taxa de juro indefinidamente com as projeções de inflação que hoje estão no mercado", disse Haddad. "Não faz sentido manter a taxa de juros perto de 14,0%."
O ministro da Fazenda afirmou que o espaço fiscal existente hoje no País para garantir crescimento econômico deve vir do Banco Central. Ele citou um dado do Datafolha, segundo o qual 80% dos brasileiros avaliam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva age bem ao pressionar a autoridade monetária a reduzir a taxa de juros.
Leia Também
Até tu, Lotofácil? Loterias da Caixa encalham e atenções se voltam para prêmio enorme na Mega-Sena
Bolsa Família paga hoje (21) beneficiários com NIS final 2
"Não podemos aumentar a carga tributária em cima de quem paga, temos que aumentar em cima de quem não paga para equilibrar contas, permitir redução da taxa de juros e aí a economia brasileira vai crescer", disse o ministro.
Haddad afirmou que os investimentos privados, em um nível mais alto do que o ano passado, serão o caminho para a economia voltar a crescer. Em caso de queda dos investimentos, especialmente diante do patamar dos juros, os recursos públicos não vão compensar a perda, segundo ele.
O ministro voltou a dizer que existe espaço "bastante razoável", à luz da experiência internacional, para reduzir os juros e negou estar fazendo pressão sobre o BC. "Espaço existe e é real", enfatizou, ao dizer que existem milhares de empresários querendo investir no Brasil.
Haddad e o nível ideal de juros
Haddad evitou comentar sobre o patamar ideal de juros e disse que é preciso estar pilotando o Banco Central para fazer palpites. Ele ponderou, no entanto, que economistas renomados avaliam que, com quase 8% de juro real ou 6,5%, a depender da contagem, há espaço para corte de juros suficiente para a economia voltar a crescer.
"Com quase 8% de juro real ou 6,5%, depende da contagem, se tem espaço para economia crescer, está aí, desde que Brasil se arrume um pouco, que é algo que estamos procurando fazer com despatrimonialização do orçamento público, que é reivindicada pelos liberais", disse ele, evitando estimar quando os juros devem começar a ser cortados.
O ministro voltou a dizer que, apesar do cenário internacional ruim, o Brasil tem possibilidades concretas de se sair bem. Ele afirmou que uma política monetária saudável vai ajudar a política fiscal, gerando um ciclo virtuoso ao País.
Piso para crescimento de despesas
Indagado sobre o piso para o crescimento real de despesas previsto no projeto do novo arcabouço fiscal, de 0,6% por ano, o ministro da Fazenda afirmou que a taxa corresponde ao aumento vegetativo do Orçamento com o teto de gastos.
"Há várias coisas extra-teto que não estamos incorporando o 'V zero', por exemplo, o dinheiro que é gasto no Fundeb hoje", disse Haddad, na entrevista à GloboNews. "Não é um desafio pequeno arrumar o Orçamento depois do que aconteceu em 2022, quando para um sujeito, para reverter um quadro eleitoral desfavorável, resolveu botar fogo no Orçamento", emendou.
Haddad declarou ainda que há impressão de que "o jogo" está começando agora, mas que o País está há dez anos errando muito e que agora é preciso acertar.
Haddad e Campos Neto
Haddad ainda afirmou que as tentativas de tirar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por meio de um processo no Senado não são assunto da pasta econômica.
"Tenho que trabalhar com a minha realidade. Minha realidade é a seguinte: tem um Banco Central independente que não fui eu que criei. Ele tem mandato até o ano que vem e eu vou respeitar", disse o ministro, ao completar que quer ouvir os "contra argumentos" de Campos Neto sobre a política monetária vigente no País.
Ele afirmou que o encontro marcado para hoje com o presidente do BC é dever de ofício. "A gente tem que se reunir a cada ciclo de decisões para sintonizar", disse o ministro, ao reforçar que a reunião serve como uma troca de ideias sobre percepções, já que cada um sabe das suas obrigações institucionais.
Haddad reforçou que, no campo pessoal, não há problema com Campos Neto, mas ponderou que existem apenas visões distintas sobre a realidade econômica, o que cria um debate plural.
Arcabouço no Congresso
Apesar de as equipes técnicas dos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento e Casa Civil terem trabalhado durante todo o fim de semana na formatação do texto final da proposta de novo arcabouço fiscal, Haddad admitiu que o projeto pode ser enviado ao Congresso apenas na próxima semana.
Ele garantiu que a proposta chegará aos parlamentares junto com medidas para a recuperação das receitas federais.
"As equipes estão por conta disso desde sexta-feira, 31, trabalharam no fim de semana. Como não tem sessão do Congresso nessa semana, vão aproveitar esses dias para calibrar a proposta. Se ficar pronto antes, enviamos até quarta-feira. Se não, mandamos na segunda-feira da semana que vem", afirmou Haddad, ao chegar ao edifício da pasta.
O ministro respondeu que as propostas de medidas para elevar a arrecadação estão na mesma situação do arcabouço, ou seja, ainda sendo redigidas pelas equipes técnicas. "Elas vão juntas, ou com um dia de diferença. O arcabouço vai junto com as medidas de recuperação da base fiscal. Quando forem para o Congresso nós vamos explicar para vocês", completou.
*Com Estadão Conteúdo
Petrobras (PETR4) dá alívio para o bolso dos motoristas e anuncia redução de 4,9% no preço da gasolina
Segundo estimativas de mercado, a estatal tinha margem para reduzir entre 5% e 10% o preço da gasolina
Trump cobra que China volte a comprar soja norte-americana, exigência para negociações sobre tarifas
O republicano exige que a China retome importações de soja e diz manter boas relações com o país; China admite desaceleração econômica
Precisa reformar a casa? Governo lança hoje programa que oferecerá R$ 40 bilhões em crédito; veja quem pode participar
O Reforma Casa Brasil prevê créditos com juros reduzidos e prazos de pagamento de até 60 meses, e inclui faixa para quem tem renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil
Loterias da Caixa voltam à cena hoje com prêmio de mais de R$ 10 milhões na Quina
Quina começa a semana acumulada há três concursos. De todos as loterias com sorteios programados para a noite desta segunda-feira (20), somente uma promete prêmio inferior a R$ 1 milhão.
É inflação para todo lado: agenda da semana tem IPCA-15 e CPI nos EUA; temporada de balanços ganha força no Brasil e no exterior
Em meio à segunda semana de shutdown nos EUA, a agenda econômica reserva também importantes termômetros para o mercado de trabalho norte-americano e para a economia global; saiba o que esperar dos próximos dias
Do Sudão do Sul à Guiana: os países que vão crescer até 26% em 2025 — e não necessariamente por bons motivos
FMI prevê que Sudão do Sul, Líbia e Guiana liderem o crescimento mundial em 2025 — mas altas expressivas refletem mais crises e efeitos de recuperação do que prosperidade real.
Licença-maternidade: o que mudou para as mães com a nova lei sancionada pelo presidente Lula
Nova lei da licença-maternidade muda a contagem do benefício em casos de internação da mãe ou do bebê, garantindo o direito ao afastamento completo de 120 dias
Ray Dalio treina clone de IA para compartilhar sua filosofia de investimentos – uma semana depois de alertar para bolha
O bilionário e fundador da Bridgewater quer usar inteligência artificial para replicar seu modo de pensar e responder a perguntas de investidores
Essa praia brasileira é considerada uma das piores do mundo, mas classificação é justa?
Entre as 100 praias com mais reclamações do mundo, esse cartão postal brasileiro tem críticas sobre lotação e lixo — mas continua encantando turistas do Brasil e do exterior
Ministério da Fazenda cria secretaria para desenvolver o Mercado de Carbono no Brasil
Nova secretaria vai definir os critérios e implementar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE)
Temporada do Terror 2025: Rede convoca os fantasmas do cinema para um Halloween de arrepiar
De “O Bebê de Rosemary” a “A Noiva-Cadáver”, a rede exibe 11 clássicos e novos títulos do gênero com ingressos a preço único (e simbólico) de R$ 13
Com apartamento de 49 m² por menos de R$ 110 mil em São Paulo e mais de 170 imóveis, Itaú promove leilão no próximo dia 24
Leilão do Itaú Unibanco em parceria com a Zuk oferece 175 imóveis em todo o país, com lances a partir de R$ 20 mil e opções em São Paulo e Rio de Janeiro que podem sair por menos de R$ 110 mil
Com investidores globais, Patria Investimentos capta R$ 15,4 bi no maior fundo de infraestrutura da América Latina
Com captação recorde, novo fundo da Pátria Investimentos é o maior para infraestrutura da América Latina
Novo vale-gás 2025: Governo toma decisão sobre preços de referência do Gás do Povo; veja o valor em seu Estado
Com o “Gás do Povo”, o governo muda o formato do benefício: em vez de depósito, famílias de baixa renda receberão um vale exclusivo para comprar o botijão de 13 kg
MEC Enem: app gratuito traz simulados, corrige redações, monta plano de estudos e ajuda na preparação para exame
Ferramenta do Ministério da Educação reúne inteligência artificial, trilhas de estudo e plano de revisão personalizado a menos de um mês do exame
Mega-Sena 2928 acumula e prêmio em jogo se aproxima de R$ 50 milhões; ‘fermento’ do final 5 infla bolada na Quina
Além da Mega-Sena 2928, outras três loterias sorteadas ontem à noite acumularam, com destaque para o salto no prêmio da Quina
Lotofácil volta a brilhar sozinha e faz um novo milionário em SP
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta sexta-feira (17) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3515
Este é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo, tem metade da seleção nascida no exterior e convocação feita pelo LinkedIn
Com metade do elenco nascido fora e um jogador convocado pelo LinkedIn, o arquipélago africano faz história ao conquistar vaga inédita na Copa do Mundo de 2026
“Faz um Pix”: o Mercado Pago quer transformar esse pedido em rotina com o novo assistente de inteligência artificial
A fintech aposta na inteligência artificial para simplificar o dia a dia dos clientes — e o Brasil será o primeiro laboratório dessa revolução
Entenda a Operação Alquimia, deflagrada pela Receita para rastrear a origem do metanol em bebidas alcoólicas
Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a nova ofensiva da Receita Federal mira a rota clandestina do metanol