🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

ESSA AÍ PASSOU!

Copom entra na dança, mas ainda não baixa a cordinha dos juros — e a Selic segue em 13,75% ao ano

Sem surpresas na pista de dança: o Copom continuou no mesmo compasso e manteve a Selic em 13,75% pela sexta vez seguida

Victor Aguiar
Victor Aguiar
3 de maio de 2023
18:47 - atualizado às 20:16
Montagem mostrando Roberto Campos Neto, presidente do BC, dançando a dança da cordinha, numa alusão ao nível da Selic e dos juros no Brasil
"Quero ver você passar por debaixo da cordinha", como diz a música - Imagem: DU Guelph / Wicicommons. Montagem: Victor Aguiar

Em Brasília, a música do arcabouço fiscal começou a tocar nos alto-falantes do Congresso. Um grupo levantou da mesa e formou uma fila: Lula, Haddad, ministros, deputados, senadores — todos chamando um tímido Roberto Campos Neto para a dança. Era hora de o Copom baixar a cordinha da Selic, cantavam os mais animados.

O presidente do Banco Central ensaiou os passos. Tirou o paletó, deu um gole na caipirinha, afrouxou a gravata. Mas, entre uma tentativa e outra, viu que não teria jeito — baixar os juros, agora, poderia fazer a economia cair sentada no chão. Frustração na pista de dança: mais uma vez, o Copom manteve a Selic estável em 13,75% ao ano.

É a sexta reunião seguida em que o colegiado deixa as taxas inalteradas; um disco arranhado que acabou com o clima da festa, diriam alguns. Afinal, a inflação acumulada em 12 meses já cedeu para dentro da margem de erro da meta definida pelo CMN, e o lado fiscal começa a ser endereçado pelo governo. Não é suficiente para trocar a música?

Vale lembrar que, em março de 2021, os juros do Brasil estavam em 2% ao ano — e que, ao todo, foram 12 aumentos consecutivos, até os 13,75% atuais. E se é verdade que a inflação dá sinais de estar cedendo, também é verdade que o ritmo da atividade econômica foi afetado pelo volume tão alto da Selic.

É verdade que a decisão desta quarta-feira (3) já era esperada pelo mercado. Dito isso, Campos Neto não fugiu da pista de dança: no comunicado, o Copom fez uma ligeira mudança em seu tom, afirmando que uma eventual alta nos juros não está descartada, caso necessário — mas que esse cenário é "menos provável".

Ou seja: um eventual corte na Selic já na próxima reunião, em 20 e 21 de junho, parece uma hipótese remota — e outros pontos do comunicado reforçam essa mensagem. Ainda assim, o comitê deu a entender que o balanço de riscos está um pouco menos pressionado.

Leia Também

  • Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]

Copom: vai, vai, vai que eu também vou!

O que exatamente justifica a nova manutenção na Selic — e o que fez com que o BC se mostrasse mais confortável para, ao menos, admitir que o cenário não é tão adverso quanto antes?

Basicamente, a mudança de panorama ocorreu no lado doméstico: os indicadores de atividade econômica local continuam dando sustentação às premissas do Copom, confirmando uma desaceleração em paralelo à alta nos juros. Portanto, neste sentido, a política monetária tem cumprido com a sua função primordial.

Há, ainda, um efeito secundário do aperto na Selic: a desaceleração na concessão de crédito — o que, segundo o BC, tem acontecido num ritmo maior que o esperado, considerando o atual ciclo da política monetária. Uma sinalização de que a autarquia está preocupada com uma eventual paralisia mais intensa que o projetado para a economia brasileira.

"Por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal", diz o comunicado. "Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária".

E o exterior também pode dar uma ajudinha para que o cenário de baixa nos juros se concretize por aqui. O Copom destaca que, caso o preço das commodities continue caindo, ou caso a economia global tenha uma desaceleração maior que o projetado, a Selic também pode vir a cair num futuro próximo.

Corte na Selic? Quero ver você passar

Ok, tudo isso faz a balança de riscos pender para o lado de baixa. Mas isso não quer dizer que todos os fatores considerados pelo Copom em sua avaliação tenham melhorado em relação à última reunião, de março.

Veja, por exemplo, o contexto internacional: o comunicado dá amplo destaque à crise bancária global, um evento que tem elevado a incerteza nos mercados — ainda que, por aqui, o contágio seja limitado. Além disso, os principais BCs do mundo estão promovendo as suas próprias altas de juro, considerando a inflação resiliente nas grandes economias.

Aliás: se, por aqui, Campos Neto ainda prefere manter os juros estáveis, vale lembrar que, nos EUA, Jerome Powell e o Federal Reserve subiram a cordinha ao nível de 5% a 5,25% ao ano, um patamar bastante elevado para a flexível economia americana. Ninguém quer dar vexame e dar de cara na pista de dança...

Mas, voltando ao Copom: por mais que o IPCA acumulado em 12 meses já tenha convergido para dentro da margem de erro da meta para 2023, o BC ressalta que essa ainda não é uma batalha vencida — a projeção do índice fechado para o ano ainda está acima do teto considerado pelo CMN.

Também há um alerta relevante quanto ao arcabouço fiscal, cantado a plenos pulmões pelo governo. Por mais que o texto tenha sido entregue ao Congresso, Campos Neto e o Copom ainda buscam mais detalhes, de modo a ter confiança suficiente de que as questões referentes às contas públicas serão, de fato, endereçadas:

A incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condução da política monetária, seus impactos sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco

Trecho do comunicado do Copom de 3/5, referindo-se a um dos fatores de riscos de altas para o cenário inflacionário

Ainda nessa questão, o Copom diz que não há convergência mecânica entre a convergência da inflação e a aprovação do arcabouço fiscal — ou seja, o substituto do teto de gastos não afeta a tendência para os preços de maneira automática.

Sendo assim, os olhos da autoridade monetária voltam-se para um horizonte mais amplo: a desancoragem das expectativas no longo prazo eleva o custo da desinflação necessária no presente, de modo a cumprir as metas estabelecidas pelo CMN.

Copom e a nova onda

Como sempre, o Copom atualizou seu cenário de referência, que parte da taxa de juros extraída do Focus e dólar em R$ 5,05; veja quais são as premissas do comitê:

  • Projeções de inflação: 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024 (estável em relação à última reunião)
  • Inflação de preços administrados: 10,8% em 2023 e 5,2% em 2024 (na última reunião, estava em 10,2% para 2023 e 5,3% em 2024)

Há também o chamado "cenário alternativo", em que a Selic é mantida constante em 13,75% durante todo o horizonte relevante, que costuma ser de seis trimestres para frente. Nele, as projeções de inflação estão em 5,7% em 2023 e 2,9% em 2024; a projeção anterior era de IPCA em 3% ao fim do ano que vem.

A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual — o teto, portanto, é de 4,75%. Para 2024, a meta é de 3%, com limite superior em 4,5%.

"O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024", diz o comunicado. "O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

O mercado e a dança do Copom

Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs

"O comunicado é consistente com a postura vigilante e conservadora do Copom, dado que o processo de desinflação está em andamento e nem toda a incerteza vinda do lado fiscal foi removida. [...] Em nossa visão, o cenário mais provável é o de que o BC será firme e paciente, e segurará as taxas nos níveis restritivos atuais por um pouco mais de tempo. Consequentemente, esperamos que o Copom espere até agosto para começar um corte gradual, mas uma espera ainda maior para iniciar o processo não pode ser descartada".

Mirella Hirakawa, economista da AZ Quest

"A comunicação se manteve com componentes que sinalizam a manutenção [da Selic em 13,75% ao ano] para a próxima reunião, mas com alguns componentes que trazem um alívio no grau de assertividade. [...] Os principais termos que sinalizam o atual momento da política monetária, que são 'vigilante', 'perseverar' e 'não hesitará' foram mantidos, mas o último veio acompanhado de 'cenário menos provável'".

Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos

"O BC tem sido muito técnico e está sendo correto em cima de suas decisões diante de um cenário de tantas incertezas. Na minha visão, a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação continuam", diz o economista, ponderando que ainda há incertezas em relação ao arcabouço fiscal e as possíveis permissividades com o aumento de gastos do governo federal e a deterioração da trajetória da dívida pública.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos

"O comitê segue focado no processo de desancoragem das expectativas de inflação e, sem uma convergência dessas para a meta, o Copom entende que não há motivos para mudar de postura, apostando no ‘esperar e observar’, até que as incertezas cedam e o arcabouço fiscal ancore o cenário doméstico, em especial as expectativas de longo prazo. Não vemos motivos para mudar o cenário e esperamos que a taxa Selic siga em 13,75% até dez/23, pelo menos".

Rafael Cardoso, economista-chefe da Daycoval Asset

“O arcabouço fiscal está mais resolvido, mas a questão não está fechada. A nota do Copom foi mais positiva ao sinalizar o avanço do arcabouço fiscal e a redução de um eventual cenário de cauda onde voltaria a subir a taxa de juros. [...] A Daycoval Asset aposta na Selic em 12,50% a.a ao fim de 2023, com 9% a.a projetados para 2024”.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
LOTERIAS

Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões 

13 de junho de 2025 - 9:46

Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores

MEGA-SENA

R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil

12 de junho de 2025 - 9:11

As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875.  No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]

SENTA QUE LÁ VEM IMPOSTO

Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes

12 de junho de 2025 - 8:44

Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas

COM A PALAVRA, O MINISTRO

“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário

11 de junho de 2025 - 15:41

O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos

MUDANÇA NOS IMPOSTOS

Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis

11 de junho de 2025 - 12:48

No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários

LOTERIAS

Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)

11 de junho de 2025 - 9:40

Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão

EM BUSCA DE FUNDING

Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta

11 de junho de 2025 - 8:52

Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria

RECADO PARA LULA

O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país

10 de junho de 2025 - 19:01

Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país

‘JUSTIÇA TRIBUTÁRIA’

Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”

10 de junho de 2025 - 15:07

Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso

ESTÁ ACONTECENDO

O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic

10 de junho de 2025 - 11:48

Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção

COMPENSAÇÃO DO IOF

Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb

10 de junho de 2025 - 11:10

A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país

ADEUS, CARTÃO

É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões

9 de junho de 2025 - 18:41

O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações

ALTERNATIVAS EM XEQUE

IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara

9 de junho de 2025 - 16:01

Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)

NA MIRA DO LEÃO

Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora

9 de junho de 2025 - 13:47

Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)

LOTERIAS

Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois

9 de junho de 2025 - 9:38

Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena

DE OLHOS BEM ABERTOS

Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA

9 de junho de 2025 - 9:00

A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana

9 de junho de 2025 - 7:03

A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado

BOMBOU NO SEU DINHEIRO

A esperança pela “volta” do Banco do Brasil (BBAS3) e as 5 ações para o segundo semestre são os temas mais lidos da semana

8 de junho de 2025 - 17:30

Entre a recuperação do Banco do Brasil (BBAS3) e as apostas da Bradesco Asset para o 2º semestre, veja os destaques mais lidos da semana no Seu Dinheiro

OPÇÕES À MESA

Haddad se encontra com líderes partidários para discutir alternativas ao aumento do IOF: o que esperar?

8 de junho de 2025 - 13:12

O anúncio sobre as medidas deve ser feito na próxima terça-feira

MEGA-SENA

R$ 61 milhões na mesa: ninguém acerta os seis números e Mega-Sena acumula — mas prêmio de ‘consolação’ é R$ 44 mil 

8 de junho de 2025 - 9:15

Confira os números sorteados no concurso 2.873 da Mega-Sena

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar