Trégua entre Lula e Campos Neto alivia pressão sobre o Ibovespa; confira os destaques do dia
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Se ontem o canto das sereias do mercado foi o responsável pela forte alta do Ibovespa, nesta quinta-feira (16) outra figura dos mares ditou os rumos do pregão. Em um dia cheio de declarações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) complicou os negócios ainda pela manhã ao aumentar as incertezas fiscais do país.
Lula afirmou que o salário mínimo será reajustado para R$ 1.320 a partir de maio. O presidente confirmou ainda uma correção na tabela do Imposto de Renda: a faixa de isenção subirá para R$ 2.640.
A cifra está longe dos R$ 5 mil prometidos durante a campanha — mas ele fala em aumentar o valor progressivamente até atingir esse nível. Ainda assim, o impacto será sentido na arrecadação federal.
Os anúncios pressionaram a curva de juros futuros e o câmbio, mas foram ofuscados pelo próprio petista mais tarde, quando trechos de sua entrevista à CNN foram divulgados e interpretados como uma “bandeira branca” na guerra que trava com Roberto Campos Neto sobre o patamar dos juros.
“Como presidente da República, não interessa brigar com um cidadão que é o presidente do Banco Central”, disse. Lula, porém, não perdeu a oportunidade de cutucar RCN: “se ele topar, vou levá-lo para ver os lugares mais miseráveis do país.”
Mesmo com a alfinetada, a trégua temporária foi suficiente para aliviar a curva de juros e renovar o apetite por risco dos investidores brasileiros.
Impulsionado também pelo bom desempenho dos bancos e pelos ganhos da Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e outras ações ligadas às commodities, o Ibovespa encerrou o dia com uma alta de 0,31%, aos 109.941 pontos. Já o dólar à vista registrou leve recuo de 0,16%, cotado em R$ 5,2115.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
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