Rodolfo Amstalden: É possível ser neutro e real ao mesmo tempo?
Se perguntarmos para qualquer economista da Faria Lima, ouviremos, sem titubear, que a taxa de juros real neutra no Brasil oscilou entre 2% e 12% nos últimos vinte anos

“There is a certain rate of interest on loans
which is neutral in respect to commodity prices,
and tends neither to raise nor to lower them.
This is necessarily the same as the rate of interest
which would be determined by supply and demand
if no use were made of money and all lending were effected
in the form of real capital goods.”
(Knut Wicksell-Interest and Prices, 1898).
Você quer ligar a TV para assistir ao futebol na noite desta quarta-feira, já vai começar.
Você precisa ajudar seu filho mais velho com a lição de matemática, ele só te avisou agora.
E você gostaria também de preparar o risoto de limão siciliano preferido da sua esposa, enquanto ela coloca sua filha mais nova para dormir.
Pois bem, qual é a taxa de juros neutra que permite que você concilie todos esses objetivos, sem acelerar seu estresse, nem desacelerar o hedonismo merecido de uma hard day's night?
Os equilíbrios mais tênues que buscamos em nosso dia a dia não derivam de cálculos premeditados, mas sim de um mergulho cego em direção às profundezas da experiência.
Leia Também
Super Quarta de contrastes: a liquidez vem lá de fora, a cautela segue aqui dentro
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
Partindo da convicção de insucesso, de repente você percebe que deu certo, mais uma vez.
Coloca a cabeça no travesseiro com seu time na sul-americana, seu guri entendendo as operações de radiciação e a família inteira de barriga cheia.
Antes de pegar no sono, você tenta recapitular as últimas horas, na ânsia de decifrar como é que tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo.
Mas não consegue, e nem precisa. A realidade é onisciente e onipresente.
- Quer buscar lucros de até US$ 100 mil nos próximos meses? Casa de análise abre inscrições para grupo de investidores interessados em lucrar com o mercado de criptomoedas. O objetivo é liberar o acesso a uma carteira com ativos digitais com potencial de valorização exponencial. [INSCREVA-SE AQUI]
A taxa de juros neutra
A taxa de juros neutra estava ali, mas ninguém deu conta dela. A mão invisível de Adam Smith se manifesta de diversas formas, ligando o controle remoto, pegando o lápis e acendendo o fogão.
É mais elegante que seja assim, o juiz não deve aparecer mais do que os jogadores em campo.
No entanto, para o Banco Central que se leva a sério demais, todas as taxas precisam ser devidamente calculadas e explicitadas.
Se perguntarmos para qualquer economista da Faria Lima, ouviremos, sem titubear, que a taxa de juros real neutra no Brasil oscilou entre 2% e 12% nos últimos vinte anos.
Ou seja, ninguém sabe qual é o número; não há consenso sequer sobre como calculá-lo.
Hodrick-Prescott? Breakeven inflation? Regra de Taylor com Filtro de Kalman?
Ninguém tem a mais puta ideia, e a variância dos resultados é gigantesca.
Ainda assim, na última ata do Copom, o Bacen calculou que a taxa de juros real neutra, que até pouco tempo era de 4,0%, agora pulou para 4,5%.
Eu mesmo desconfiava de 4,3758%, mas a turma lá deve ter arredondado para cima.
- Leia também: A primeira noite de um homem: Queda da Selic vai demorar e, ao mesmo tempo, sentimos que está logo ali
O que realmente importa
Como era de se esperar, o mercado se ressentiu dessa novidade metodológica, talvez por também estar levando o Banco Central a sério demais.
Como o próprio RCN nos lembrou durante os conflitos com o Lula no começo do ano, o Bacen não tem controle sobre as taxas de juros que realmente importam. Elas são encontradas implicitamente, pari passu, de maneira descentralizada e computacionalmente irredutível.
Não há como saber exatamente qual é a taxa de juros neutra do Brasil hoje; só sabemos que ela provavelmente será diferente ao final de 2024, e diferente de novo ao fim de 2025.
A noite de amanhã já será diversa da noite de hoje.
Mas fique tranquilo, depois pensamos nisso; uma coisa de cada vez.
Por enquanto, dever cumprido; boa noite e bons sonhos.
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
Fora do ar condicionado e dos escritórios muito bem acarpetados, há um Brasil real de fronteira tecnológica, liderando inovação e produtividade
O que a inteligência artificial vai falar da sua marca? Saiba mais sobre ‘AI Awareness’, a estratégia do Mercado Livre e os ‘bandidos’ das bets
A obsessão por dados permanece, mas parece que, finalmente, os CMOs (chief marketing officer) entenderam que a conversão é um processo muito mais complexo do que é possível medir com links rastreáveis
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana