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Relação entre preço e lucro é suficiente para garantir oportunidades de investimento? Entenda como avaliar o múltiplo e proteger seu bolso

O índice é o queridinho dos investidores, mas o lucro contábil de uma empresa ainda pode ser manipulado e colocar seus investimentos em risco

24 de outubro de 2023
14:04 - atualizado às 13:14
Um livro aberto com moedas no topo, simbolizando o aprendizado sobre investimentos; há mais livros ao fundo
Imagem: Shutterstock

A relação Preço/Lucro de uma ação, comumente abreviada como P/L ou P/E (price/earnings), é o múltiplo preferido e mais usado pelos investidores e analistas de ações.

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Ele é bastante utilizado para comparar o preço de uma empresa com o quanto ela gera de lucro por ano.

A grosso modo, quanto menor o múltiplo, mais barata a empresa; e quanto mais distante da média histórica, maior a oportunidade de investimento - seja na compra, ou na venda. 

O grande questionamento é: será que essas comparações fazem sentido? Ou será que são enviesadas podendo levar à decisões erradas de investimento?

A explicação simples é que diferentemente do fluxo de caixa gerado pela empresa, o lucro contábil pode ser facilmente manipulado e ainda conter diversos números não recorrentes. 

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Manipulação do lucro

No tradicional modelo de fluxo de caixa descontado, há de se levar em conta premissas como crescimento de receita, nível de margens, capital de giro e necessidade de investimentos em ativos fixos.

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Na avaliação por múltiplos, essas variáveis podem ser ignoradas, sendo o múltiplo uma fotografia baseada somente no lucro contábil da empresa em um determinado período - o qual pode se distanciar bastante de sua média histórica ou tendência de longo prazo.

Por isso, é importante para o investidor saber o que está refletido no múltiplo de uma empresa e entender por que ele pode alterar ao longo do tempo.

A teoria por trás do múltiplo

Em 1961, os professores Merton Miller e Franco Modigliani ofereceram uma interpretação do valor justo de uma empresa bastante útil para os investidores e para a discussão sobre os múltiplos justos de uma ação.

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Eles separaram o valor de uma empresa em duas partes: o valor da operação hoje e as oportunidades de crescimento.

Este valor da operação hoje é equivalente ao valor presente do resultado operacional mantido constante até a perpetuidade mais o caixa líquido em posse da empresa (se ela tiver).

Já o valor do crescimento da empresa depende do quanto ela investe, qual é o retorno gerado por esses investimentos e por quanto tempo ela pode encontrar esse tipo de oportunidade.

Formalmente o valor desse crescimento é dado pela fórmula abaixo - mas não se assuste, o ponto é mais simples do que esse:

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Valor do crescimento da empresa = Investimento X (Retorno sobre o Capital Investido - Custo de Capital) * Período de Oportunidades / [(Custo de Capital) * (1 + Custo de Capital)].

O que importa da fórmula acima é que para a empresa criar valor além da sua operação hoje ela precisa investir com retorno superior ao seu custo de capital.

Caso o retorno dos seus investimentos seja exatamente o seu custo de capital, o valor gerado pelo seu crescimento é zero, independente do quanto a empresa cresce.

Se a empresa investe a um retorno inferior ao seu custo de capital, ela está destruindo valor.

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E onde que entram os múltiplos nessa história?

Se sabemos o valor justo da operação atual de uma empresa, significa que podemos inferir também o múltiplo justo dessa operação.

Este múltiplo deve ser o inverso do custo de capital - a taxa de retorno exigida pelos acionistas da empresa.

Ou seja, se essa taxa de retorno for equivalente a 10% ao ano, significa que o múltiplo justo da operação é de 10x (1/10%).

De forma intuitiva, um múltiplo de 10x significa que os lucros da empresa equivalem a 10% do valor pago para se investir nela, exatamente a taxa de retorno exigida pelos acionistas da empresa.

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O que pode explicar o múltiplo dessa empresa ser superior ou inferior a 10x vem justamente do fator de crescimento dela.

Se a empresa tiver vantagens competitivas e conseguir investir a um retorno superior ao seu custo de capital, ela pode negociar com um múltiplo superior a 10x.

Se isso não for possível e a taxa de retorno de seus investimentos for igual a seu custo de capital, a empresa deve negociar a um múltiplo de 10x INDEPENDENTE DO SEU CRESCIMENTO.

É neste ponto que queríamos chegar. Não é porque uma empresa cresce mais que ela deveria negociar a um múltiplo maior.

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Múltiplo justo para além do lucro

Na verdade, a empresa só deve negociar com um múltiplo alto caso ela consiga combinar este crescimento com rentabilidade.

No limite, se ela buscar crescimento a qualquer custo, ela deveria negociar a um múltiplo abaixo de 10x.

Além disso, o custo de capital também impacta diretamente o múltiplo justo que uma empresa negocia e ele depende de uma série de fatores como taxa de juros, expectativas de inflação, prêmio de risco, entre outros.

Ou seja, quando acreditamos que a empresa A está barata porque negocia a um múltiplo menor que a empresa B ou menor que sua média histórica, antes devemos nos perguntar:

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  1. Existe algo que mudou no presente, como um aumento da competição, um esgotamento das possibilidades de investimento ou o potencial de ganho de market share pela empresa?
  2. O lucro reflete corretamente a tendência de longo prazo dos resultados da empresa? As taxas de juros ou o apetite de risco de mercado continuam os mesmos?

É provável que a resposta para alguma dessas perguntas seja não.

O múltiplo é conhecido por todos no mercado e por isso devemos tomar cuidado por comparações deste tipo - não podemos assumir que os outros também não estão pensando da mesma forma que nós.

Sempre que estamos estudando um investimento devemos nos questionar: o que o mercado sabe que eu não sei? 

É por este motivo que no Market Makers gostamos de dedicar nosso tempo estudando o modelo de negócios a fundo de cada empresa e escolher aquelas que queremos ser sócios no longo prazo.

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Neste caso, acreditamos que estamos pagando bom preço por um fator de crescimento subestimado pelo restante do mercado.

Um abraço,
Matheus Soares

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