🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Ecos nas montanhas de Wyoming: Simpósio de Jackson Hole ajudará a saber se juros permanecerão altos por mais tempo

O Simpósio de Jackson Hole está prestes a oferecer novas perspectivas sobre os rumos da política monetária dos principais bancos centrais

24 de agosto de 2023
8:16 - atualizado às 8:49
Placa indicando a localidade de Jackson Hole, onde se realiza o simpósio anual do Federal Reserve (Fed) e outros bancos centrais
Imagem: Divulgação Jackson Hole

Estamos prestes a adentrar no evento mais significativo da semana em termos internacionais. O Simpósio de Jackson Hole, em Wyoming, está prestes a fornecer aos investidores novas perspectivas sobre a condução da política monetária nos EUA e em várias regiões globais, após muitos meses de aperto nas políticas monetárias.

No mês anterior, o Federal Reserve elevou as taxas de juros para o seu patamar mais alto em 22 anos, numa tentativa audaciosa de conter a inflação.

Existe a possibilidade de que mais aumentos nas taxas possam ser necessários caso a economia continue forte e a inflação persista.

Os investidores que agora examinam a próxima fase da estratégia do Fed se questionam por quanto tempo as taxas permanecerão nesse nível elevado. No entanto, a trajetória incerta da inflação torna essa questão desafiadora.

Juros altos por mais tempo

Em vez de focar unicamente na taxa de pico das taxas de juros ou no número de aumentos futuros, talvez seja mais prudente começar a considerar a duração dessa situação.

Alguns investidores estão até apostando em cortes de juros já no início do próximo ano, talvez na expectativa de que a economia possa enfrentar dificuldades em breve.

Leia Também

Caso o desemprego cresça em resposta às taxas de juros mais altas, o Fed possivelmente reduzirá as taxas para evitar uma perda substancial de empregos, alinhado com seu mandato de promover o emprego máximo.

Cortes nas taxas de juros indicariam que o Fed está tentando estimular uma economia que não está indo suficientemente bem para atingir o pleno emprego.

Por outro lado, a sugestão de aumentos nas taxas de juros implica que o Fed percebe que a economia dos EUA ainda está aquecida demais e pode não ser condizente com uma inflação de 2%.

Por o discurso de Powell em Jackson Hole é aguardado com tanta expectativa

Contudo, até o momento, o Fed não deu qualquer indicação de cortes nas taxas.

Pelo contrário, conforme evidenciado pela ata de sua última reunião em julho, parece mais provável que ocorram mais aumentos nas taxas ainda este ano.

É justamente por isso que o discurso de Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve, no simpósio, é aguardado com tanta expectativa.

Diante desse clima de incerteza, a postura rigorosa adotada pelo Federal Reserve (Fed) agitou o mercado de títulos, contribuindo para a elevação dos rendimentos de longo prazo.

Um exemplo é o rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 10 anos, que atingiu 4,3%, seu nível mais elevado em mais de uma década.

O dólar como arma geopolítica

Nesse contexto, é interessante considerar que fatores técnicos podem desempenhar um papel importante.

A China, por exemplo, observando os acontecimentos envolvendo a Rússia, percebeu a possibilidade de congelamento de suas reservas em dólares.

Com a possibilidade de o dólar se tornar uma arma geopolítica, há uma necessidade de alternativas.

Isso resulta em uma perda de um comprador marginal crucial. E isso ocorre em um período de redução da liquidez global, enquanto o Fed procura diminuir seu balanço e Janet Yellen realiza leilões sucessivos e substanciais de títulos da dívida.

Quando há uma oferta substancial e uma demanda enfraquecida, os preços caem e as taxas de juros do mercado aumentam.

Além disso, o Japão está ajustando sua curva de juros para permitir uma elevação maior das taxas de juros de longo prazo. Isso implica uma competição com o fluxo de capital internacional, uma vez que os títulos japoneses se tornam mais atrativos em termos prospectivos.

Onde vai parar a dívida dos EUA?

Por fim, é essencial lembrar da falta de controle dos gastos e da trajetória ascendente da dívida pública nas nações desenvolvidas. Isso é simbolizado pelo recente declínio na perspectiva do rating soberano dos EUA.

A discussão relevante não deveria se concentrar apenas na votação parlamentar sobre a elevação do teto da dívida dos EUA a curto prazo, mas sim em como se poderia estruturalmente tornar a relação dívida/PIB mais convergente.

Este é o contexto subjacente por trás do aumento dos rendimentos dos títulos de dívida durante o mês de agosto, com implicações generalizadas para o fluxo de capital internacional.

Ao mesmo tempo, a solidez da economia dos EUA tem mantido algumas autoridades do Fed preocupadas em atingir uma inflação de 2%.

O Índice de Preços ao Consumidor subiu 3,2% em julho em relação ao ano anterior, uma taxa mais alta do que o aumento anual de 3% em junho. Isso marcou o primeiro aumento da inflação geral em mais de um ano, embora os aumentos de preços subjacentes tenham continuado a diminuir no mês passado.

Se os consumidores continuam gastando, isso é positivo para a economia, porém sugere que o Federal Reserve (Fed) continuará sua trajetória de aperto monetário, o que pode não ser favorável para os mercados acionários.

Por outro lado, se o consumidor não está gastando o suficiente, conforme percebido pelo mercado, isso também pode indicar que a recessão prevista pela curva de juros há um ano pode estar mais próxima do que se pensava.

Leia também

Como está o mercado antes de Jackson Hole

A expectativa de novos aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos e a manutenção dessas taxas em níveis elevados por um período prolongado contribuíram para um clima de pessimismo nos mercados na semana anterior.

Isso foi intensificado pela divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), que reforçou a postura "hawkish" que já havia sido sugerida por alguns membros individuais da autoridade monetária norte-americana.

Para que o banco central possa reduzir as taxas, a economia precisa ceder. Recentemente, o Fed de Atlanta revisou sua previsão para o crescimento do PIB dos EUA no terceiro trimestre para cima.

Enquanto a economia e o mercado de trabalho permanecerem robustos em meio à pressão do Fed, a probabilidade de cortes nas taxas provavelmente permanecerá baixa.

Enquanto isso, os investidores aguardam atentamente o discurso do presidente do Fed, Powell, na sexta-feira, em Jackson Hole, para obter pistas sobre as políticas futuras.

Durante o evento, Powell enfrenta o desafio de equilibrar as preocupações. É provável que o Fed reitere sua intenção de manter as taxas de juros em patamares elevados por um período prolongado, a fim de evitar um aumento adicional da inflação.

  • Como construir patrimônio em dólar? Estratégia de investimento desenvolvida por Ruy Hungria, analista da Empiricus Research e físico pela USP, possibilita lucros semanais na moeda americana. Conheça aqui.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

NÚMEROS DECEPCIONANTES

A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca

24 de abril de 2025 - 11:26

Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

ILUMINADA

Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?

23 de abril de 2025 - 16:22

Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel

MERCADOS HOJE

Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia

23 de abril de 2025 - 12:44

A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

DIA 92

Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros

21 de abril de 2025 - 17:12

O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)

METAL MAIS QUE PRECIOSO

É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano

21 de abril de 2025 - 15:01

Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos

MERCADO EXTERNO

A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump

21 de abril de 2025 - 10:26

Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)

RESUMO DA SEMANA

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana 

18 de abril de 2025 - 11:34

Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou

CONFIANTE COM O FUTURO

‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte

18 de abril de 2025 - 9:04

Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes

SEXTOU COM O RUY

Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo

18 de abril de 2025 - 7:59

O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar