🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Felipe Miranda: Conheça três “megatrends” de investimentos para os próximos 20 anos — e saiba como o Brasil pode se aproveitar delas

Vejo ao menos três megatrends para as próximas duas décadas. Em duas delas, o Brasil encontra vantagens comparativas claras

18 de setembro de 2023
19:53 - atualizado às 18:32
100 dias com lula ações bolsa brasileira ibovespa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Freepik/Divulgação - Montagem: Julia Shikota

Poucas coisas são tão transformadoras para um investidor do que a captura de um megatrend global, aquelas tendências de dez ou quinze anos que começam pequenas e nichadas e vão se tornando grandiosas e consensuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É quase uma tautologia. Se:

  1. o ato de investir é algo inerentemente de longo prazo, por conta da aleatoriedade e da imprevisibilidade dos mercados em intervalos curtos, requerendo tempo para que os preços convirjam aos valores intrínsecos; e
  2. uma ação representa um pequeno pedaço do capital de uma empresa, se o segmento em que aquela companhia está inserida se multiplica por muitas vezes e a firma é capaz de abocanhar um naco razoável daquilo, então seria natural admitir que aquela empresa também será multiplicada por n vezes.

E, se o negócio vai bem, no final do dia a ação acaba seguindo, ensina aquele jovem de Omaha com um futuro promissor pela frente.

Uma ação é como uma tatuagem na pele de uma empresa — conforme a companhia cresce, a tatuagem acompanha.

Não é propriamente fácil identificar um megatrend de maneira prospectiva com o objetivo de se ganhar dinheiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Algumas dessas grandes tendências não são exatamente difíceis de serem percebidas, mas, se ficam assim óbvias para todos, emerge uma adversidade subjacente: distinguir o que já está no preço e o que ainda não está.

Leia Também

Quanto do crescimento à frente projetado vai de fato se materializar? Quanto é apenas hype

As megatrends para os próximos 20 anos

Vejo ao menos três megatrends para as próximas duas décadas. Em duas delas, o Brasil encontra vantagens comparativas claras. 

A população mundial crescerá em cerca de um bilhão de pessoas até 2050. Estima-se o alcance de 10 bilhões de seres humanos até 2100.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nunca houve na história, em termos absolutos, uma adição populacional tão grande (não confundir com taxa de crescimento percentual). Essas pessoas precisam comer.

As oportunidades no país

Se levarmos em conta que o enriquecimento, principalmente nos mercados emergentes, leva a um aumento do consumo de proteínas, podemos vislumbrar décadas profícuas pela frente para os produtores de alimentos.

Ponto para o Brasil — e embora possamos estar circunstancialmente pessimistas com o preço de grãos, me parece que o mercado subestima o valor estratégico de SLC; não me surpreenderia com um eventual interesse árabe nessa história.

Também poderíamos falar da oportunidade, que já vem sendo aproveitada, por 3 Tentos na expansão do Mato Grosso — começa a fazer sentido inclusive um follow on para acelerar o crescimento aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E, obviamente, isso gera toda uma oportunidade para players de infraestrutura e escoamento logístico do Centro-Oeste, seja via Rumo ou Hidrovias do Brasil — para essa última, os preços-alvo já estão sendo revisados para algo acima de R$ 6 e, se vier a expansão para o norte, o que também exigiria uma oferta primária, talvez os modelos já apontassem para algo na casa dos R$ 9.

Brasil, Amazônia e a megatrend da transição energética

Outro megatrend bastante óbvio é a transição energética — quando você vê o CEO da Vale (sim, da Vale, não da Natura) escrevendo no jornal sobre a oportunidade única para a neoindustrialização brasileira pautada na economia de baixo carbono, é porque a coisa virou consenso (talvez fosse desnecessária a lembrança de que o setor de Metais & Mining é um dos grandes responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa; a produção de aço gera como subproduto o dióxido de carbono).

O ministro Haddad está agora empenhado na emissão de greenbonds, e logo estaremos debatendo a criação de um mercado regulado de carbono no Brasil, o que é ótima notícia.

Poucas coisas são tão caras para o investidor europeu do que a narrativa da preservação da Amazônia, e isso coloca o Brasil como protagonista internacional.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Possivelmente, inclusive, aqui resida uma das grandes dificuldades de o mercado entender o capex de Raízen — todo mundo se diz buffettiano no Brasil, mas, na real, a maior parte é trader de curto prazo esperando o próximo trigger.

Muita gente defende a atração de um sócio para Raízen reduzir seu capex, mas a companhia enxerga as coisas anos à frente e não quer dividir o upside associado a etanol de segunda geração, hidrogênio verde, por aí vai. Mas essa é outra história. 

Desde a revolução industrial, instaurou-se a ideia de que a natureza estava aí para servir o ser humano. Poderíamos gozar dela para nosso desenvolvimento.

E embora tenhamos sem dúvida avançado muito como sociedade a partir dessa ideia, ela parece ter se esgotado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Percebemos que, mantido o ritmo, não haverá mais natureza lá na frente para nos servir.

Melhor parar de maltratar a natureza ou, para usar a terminologia de Jorge Caldeira, começar a restaurá-la — essa é a ideia central do seu livro “Brasil: Paraíso Restaurável”, que, pra mim, pareceu uma versão moderna da “Visão do Paraíso” do Sérgio Buarque de Holanda.

O Brasil sempre teve essa associação com o Éden e, se vamos começar a valorizar a natureza como um bem valioso a ser preservado e restaurado, não haveria alguém em maior vantagem comparativa do que o Brasil.

Até aí, nenhuma novidade. Suspeito que até minha filha de três anos já tenha ouvido algo parecido.

O Brasil e a megatrend da Inteligência Artificial

Quero falar do terceiro megatrend e de como o Brasil poderia, se bem inserido, acabar se beneficiando dela mesmo em termos relativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Falo da inteligência artificial e da revolução que ela pode causar na educação e na produtividade do trabalho — para quem teme eventuais efeitos deletérios da inteligência artificial sobre a educação infantil, recomendo fortemente o Ted Talk com Sal Khan, intitulado “How AI Could Save (Not Destroy) Education”. Está disponível no YouTube. 

Essa questão me ocorreu enquanto ouvia o podcast do Joe Rogan entrevistando o historiador Yuaval Harari.

Em determinado momento, falam dos limites da inteligência artificial. Harari responde de forma seca e quase ríspida, naquele estilo “ok, vamos para a próxima”.

Diz algo mais ou menos assim: “é óbvio que a inteligência artificial não terá consciência, porque a consciência sofre.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Achei bonita a resposta. O sofrimento é essencialmente algo natural (não artificial).

A partir dele podemos evitar caminhos ruins, aprender com os erros e testar novas possibilidades à frente. Você sofre, reflete e ajusta.

Mas confesso ter entrado numa dialética interna, daquelas típicas em que fico rodando em círculos numa masturbação mental sem respostas: será que, se formos apenas química e impulso elétrico, não poderíamos replicar nos computadores, a partir dessa mesma química e dos impulsos elétricos, a mesma sensação do sofrimento?

Ou será que há algo além disso na nossa consciência, numa ideia metafísica ou não, sei lá, próxima à alma humana?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Teria relação desse daimon (para usar a expressão do James Hillman e evitar uma conotação necessariamente religiosa ao termo “alma") com a consciência humana?

Não é necessariamente uma conversa platônica, esotérica ou filosófica — embora até possa ser.

Isso tem implicações práticas, porque se pudermos conferir à inteligência artificial no futuro alguma espécie de consciência, as consequências éticas, morais e práticas podem ser bastante grandes, incluindo aí a possibilidade de que essa consciência “artificial" esteja preocupada com a própria preservação e se insurja contra os humanos.

Ainda não está claro para mim todo o caminho, nem a multiplicidade de coisas potencialmente advindas da inteligência artificial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas começa a ficar meio evidente que haverá uma revolução educacional e do mercado de trabalho à frente.

Todo o reconhecimento de padrões, o trabalho braçal, a “planilhagem”, as contas, os modelos e afins poderão ser feitos pela AI. Será difícil para o ser humano concorrer com os computadores nessa seara.

Ao mesmo tempo, pelo menos numa primeira fase da inteligência artificial, a vantagem humana estará na criatividade, na geração de novas ideias, na retórica, na inventividade, no improviso, na espontaneidade.

De maneira resumida, quase como se as habilidades apolíneas fossem transferidas ao computador, enquanto restará ao homem ocupar o campo dionisíaco (sem que esteja alijado da técnica, é evidente; ele deverá estar munido e associado às atividades apolíneas desempenhadas pela AI). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Talvez seja a hora de perdermos um pouco do nosso histórico complexo de vira-latas e passarmos a valorizar o que Eduardo Giannetti chama de “vitalidade iorubá” ou o que Luiz Felipe Scolari dizia ser “a alegria nas pernas.”

Quem sabe teremos uma pauta de exportação além dos alimentos, do minério de ferro, do petróleo e da celulose?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)

10 de setembro de 2025 - 8:00

Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)

9 de setembro de 2025 - 8:03

Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA

Insights Assimétricos

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

9 de setembro de 2025 - 7:15

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

8 de setembro de 2025 - 20:00

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)

8 de setembro de 2025 - 8:05

Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada

TRILHAS DE CARREIRA

Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham

7 de setembro de 2025 - 7:32

Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar