A Selic começou a cair, e agora? A estratégia de dividendos capaz de superar qualquer cenário, inclusive de juros baixos
Um bom rebanho de empresas pagadoras de dividendos tende a conseguir atravessar muito bem todos os períodos da economia brasileira

Enfim, as taxas de juros voltaram a cair no Brasil, com o corte da Selic nesta semana.
Ao que tudo indica, essa foi apenas a primeira de várias reduções, que devem levar a taxa básica para baixo dos dois dígitos nos próximos anos.
Mas enquanto muita gente se pergunta qual o melhor tipo de investimento para surfar esse novo cenário, eu resolvi usar a coluna de hoje para responder uma pergunta ainda mais importante: qual é o tipo de investimento que consegue se aproveitar de praticamente qualquer ambiente de mercado?
Ou seja, qual é a estratégia capaz de conseguir ótimos retornos mesmo nos ambientes mais adversos?
Quer uma dica? A resposta tem a ver com dividendos.
Os vários chapéus do investidor
Dizem que um investidor pode vestir vários chapéus ao longo de sua trajetória. De modo geral, eu, Ruy, acredito que o investidor brasileiro na verdade precisa vestir vários chapéus ao longo de sua jornada, caso queira atingir os seus objetivos financeiros.
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Eu acho muito legal quando Warren Buffett diz que para ficar rico basta aplicar mensalmente em um fundo passivo que segue o principal índice de ações do país e, voilá, 25 anos depois você estará multi-milionário, curtindo a aposentadoria na praia.
Isso é importante porque mostra para o investidor, principalmente o iniciante, que ele não precisa ficar comprando e vendendo ações como um louco, e nem correr atrás das dicas quentes do mercado para ficar rico.
Só tem um problema nessa análise do Buffett: ele não está no Brasil, onde os índices têm pesos excessivos em commodities, a previsibilidade regulatória é mínima, os problemas fiscais são mais recorrentes do que gostaríamos e a moeda está longe de ser considerada uma reserva de valor.
Aqui é Brasil, Warren! O país do futuro que nunca chega, da Bolsa que sobe e logo depois despenca, da inflação "controlada" que faz o aluguel e o preço do leite saltarem +40% em ano de pandemia, do CDI muitas vezes gordo que pune empreendedores, mas que poucos anos atrás chegou ao chão e também machucou os rentistas.
O Brasil é um Brasil diferente a cada ano que passa – talvez a cada trimestre. Para o investidor ser bem-sucedido por aqui não basta simplesmente "comprar BOVA11" e/ou Tesouro Selic e aguardar a aposentadoria chegar.
Mas o último ano e meio tem mostrado que existe uma categoria de ativos que consegue aproveitar bem todos esses cenários.
Com a Selic em queda, confira a estratégia dos dividendos
Sim, existem momentos nos quais a Selic vai trucidar a grande maioria das ações brasileiras. Existem momentos nos quais o Ibovespa vai fazer o CDI parecer uma porcaria.
No entanto, um bom rebanho de Vacas Leiteiras (empresas pagadoras de dividendos) tende a conseguir atravessar muito bem todos esses períodos.
Quando a Selic chegou em 13,75% no ano passado, muita gente decidiu mudar de chapéu e alocou tudo o que tinha em renda fixa, depois de cansar de perder dinheiro com ações.
Mas, enquanto a maioria das empresas (e o Ibovespa) sofria com suas fragilidades cíclicas, as ações presentes na série Vacas Leiteiras da Empiricus continuaram firmes por terem como características resultados estáveis, boa geração de caixa e dividendos robustos, o que fez o nosso rebanho superar não só o índice como o próprio CDI em 2022.

Em agosto de 2023 o Brasil já é outro novamente. O corte de 50 pontos base da Selic nesta semana deve marcar o início de um longo processo de redução de juros. E agora, será que chegou a hora de trocar de chapéu?
Antes de pensar nisso, é interessante notar que mesmo em um ambiente que tende a premiar nomes de menor qualidade (maior beta), as mesmas Vacas Leiteiras conseguiram se aproveitar muito bem do cenário, superando o Ibovespa até aqui em 2023.

Obviamente, alguns ajustes acabam se tornando necessários para aproveitar um ambiente de juros mais baixos, como a inclusão recente de uma companhia ligada ao financial deepening e a venda de uma companhia que negocia commodity. Mas, a julgar pelo desempenho até aqui, parece que continuamos no caminho certo.
Sempre defenderei a diversificação, ainda mais neste país que muda a cada trimestre. Mas se você é praticante do minimalismo e seu guarda-roupas comporta apenas um chapéu, o estilista Buffett traz uma dica de qual você deveria escolher.
Se quiser conhecer todas as ações do nosso rebanho de Vacas Leiteiras, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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