O fundo imobiliário The One (ONEF11) pertence a duas classe que já foram a mais populares da indústria, mas que estão quase virando artigo de colecionador hoje em dia: a dos FIIs de gestão passiva e monoativos — ou seja, focados na administração da carteira e que investem em apenas um empreendimento.
Mas, mesmo com a disseminação do modelo ativo e de diversificação do portfólio de imóveis, o ONEF11 não pretende mudar seu perfil. Muito pelo contrário: quer dobrar a aposta em seu modelo de gestão e no empreendimento que dá nome ao FII.
A gestão recebeu no final de abril uma proposta para vender a participação do The One no edifício homônimo por R$ 31,5 mil por metro quadrado. Atualmente, o FII detém cerca de 6 mil m² do prédio, cuja Área Bruta Locável (ABL) total é de 13,6 mil m².
Mas, após analisá-la, concluiu que o negócio "não era do melhor interesse dos cotistas" — por, entre outros fatores, estar abaixo do valor patrimonial do ativo e sugerir que 85% do negócio fosse quitado com cotas do fundo VBI Prime Properties (PVBI11) — e apresentou uma contraproposta aos investidores: ao invés de vender, aumentar a participação no empreendimento.
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Fundo imobiliário ONEF11 quer aumentar a participação no ativo
E o primeiro movimento dentro dessa estratégia já foi feito nesta quinta-feira (18): o fundo Pátria Edifícios Corporativos (PATC11) recebeu uma proposta pelos seis conjuntos que detém no The One, ou cerca de 1,8 mil m².
O valor oferecido pelas lajes corporativas é R$ 31,5 mil por metro quadrado — totalizando pouco mais de R$ 57,5 milhões. A cifra é a mesma que consta na proposta recebida e rejeitada pelo ONEF11, mas o FII planeja oferecer condições melhores de pagamento para fechar o negócio.
Se aceitar a venda, o PATC11 recebera, no mínimo, R$ 40,2 milhões em moeda corrente nacional. O saldo remanescente também será pago em dinheiro se o The One conseguir captar recursos no mercado ou, caso contrário, em cotas do fundo.
Em comunicado, administradora e gestora do PATC11 afirmam que realizarão a análise preliminar do negócio e se comprometem a "agir com observância ao melhor interesse do fundo".
Já os cotistas parecem não te recebido muito bem as condições da transação: por volta das 12h30, as cotas PATC11 recuavam 4%, a R$ 70,76, enquanto o ONEF11 operava em estabilidade, a R$ 182,15.
"Os cotistas do fundo e o mercado em geral serão informados a respeito dos desdobramentos decorrentes de tal proposta", destaca a gestão do Pátria Edifícios Corporativos no comunicado.