EXCLUSIVO: Adnoc e Apollo fazem proposta de R$ 47 por ação da Braskem (BRKM5) para comprar fatia detida pela Novonor, dizem fontes
A operação, segundo fontes ouvidas pelo Seu Dinheiro, ganhou tração após a visita de Lula aos Emirados Árabes; a Braskem dispara na B3
![Vista da então nova unidade da Braskem Petroquímica, em Paulínia, São Paulo. Petrobras (PETR3 e PETR4) e Novonor são as principais acionistas da Braskem (BRKM5) | Dividendos](https://media.seudinheiro.com/uploads/2021/12/Braskem-BRKM5-628x353.jpg)
A Adnoc, petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos, em conjunto com o fundo americano Apollo Global Management, já estruturou uma proposta de R$ 47 por ação da Braskem (BRKM5), de modo a adquirir a participação detida pela Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica, segundo fontes ouvidas pelo Seu Dinheiro.
Os termos da potencial transação foram apresentados diretamente aos bancos credores da construtora — a Novonor é dona de 50,1% do capital votante da Braskem, e as ações detidas pelo grupo foram dadas às instituições financeiras como garantia da dívida.
O valor representa um prêmio de quase 145% em relação ao preço de fechamento das ações da Braskem na quinta-feira (4), de R$ 19,22; os papéis BRKM5 disparavam 28,7% por volta das 15h desta sexta, a R$ 24,74 — mais cedo, chegaram a avançar mais de 40%.
"A ideia é que as duas compartilhem igualmente [a fatia da Novonor]", disse uma das fontes, sob condição de anonimato. "A proposta de R$ 47 dá aos bancos 100% de recuperação da dívida que a Odebrecht não pagou".
Em março, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que a Novonor havia recusado uma proposta da J&F Investimentos, holding dos irmãos Batista; a proposta seria de R$ 30 por ação, o que representava um prêmio de 50% em relação às cotações da época.
Adnoc, Apollo e Braskem: os bastidores da proposta
Outra fonte a par das negociações diz que o interesse da companhia dos Emirados Árabes "ganhou tração" após a visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva ao país, em meados de abril. A Adnoc — ou Abu Dhabi National Oil Company — ainda não tem participação em ativos no Brasil.
"Eles já vinham conversando com o Apollo e veem a Braskem como uma plataforma petroquímica nas Américas, se conseguirem fechar o negócio", diz a segunda fonte, também sob condição de anonimato.
A operação, segundo a apresentação feita as bancos credores da Novonor, seria viabilizada com uma parcela em dinheiro e outra em renovação de dívida — a ideia é viabilizar uma 'troca' dos compromissos financeiros atuais por outros mais saudáveis.
Caso concretizada, a transação daria saída à antiga Odebrecht; aos demais acionistas da Braskem — especialmente a Petrobras, dona de 47% do capital votante da petroquímica — seria estendido o direito de tag along.
Nesta tarde, a Braskem publicou um comunicado na CVM negando que a Novonor tenha recebido propostas pela sua fatia na petroquímica. Veja abaixo:
“Em resposta a vossa solicitação, a Novonor informa que, desde nossas últimas manifestações e até o presente momento, não recebeu qualquer proposta de potenciais interessados que implique em evolução material ou vinculante nas discussões que vem mantendo junto aos cinco Bancos detentores da alienação Fiduciária de sua participação indireta na Braskem S.A. Permanecemos à disposição de V.Sas. para eventuais esclarecimentos adicionais.”
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