A seleção brasileira volta a campo nesta sexta-feira ao meio dia para enfrentar a Croácia pelas quartas-de-final da Copa do Catar. Mas outro evento que acontece amanhã mexe com os nervos do mundo político e econômico: o anúncio dos primeiros ministros que farão parte do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
O petista inicialmente só anunciaria os ministros após a diplomação, que deve acontecer na próxima semana. A decisão de antecipar os nomes ocorreu para reduzir as especulações em torno dos nomes, de acordo com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
"O presidente deve começar amanhã a divulgar. Ele acabou de me chamar para o final da tarde para conversar, está querendo pelo menos amanhã anunciar alguns nomes de ministros", afirmou Gleisi.
De fato, tudo o que se sabe sobre quem vai ocupar a Esplanada dos Ministérios no governo Lula é fruto de especulação. A CNN, por exemplo, informa que o presidente eleito já tem seis nomes para compor o Ministério.
- Fazenda: Fernando Haddad
- Casa Civil: Aloizio Mercadante
- Secretaria-Geral: Floriano Pesaro
- Relações Exteriores: Jaques Wagner
- Justiça e Segurança Pública: Flavio Dino
- Defesa: José Múcio
PT quer cargos importantes no governo Lula
O PT vai entregar ainda nesta quinta-feira a Lula uma lista dos ministérios nos quais o partido tem interesse prioritário. A lista definida em reunião da Executiva Nacional do partido que acontece em Brasília com a participação virtual de outros dirigentes. O próprio presidente eleito deve fazer uma participação no encontro.
O partido cobra mais cargos no primeiro escalão. Até agora, o plano de Lula de fazer um governo com "menos PT" tem provocado divergências e queixas no partido.
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O Ministério da Saúde, por exemplo, um dos mais cobiçados da Esplanada, é alvo de uma disputa interna. De um lado, o deputado Alexandre Padilha (SP) defende o nome da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, para a vaga. De outro, o senador Humberto Costa (PE) quer indicar Arthur Chioro. Nísia é hoje a mais cotada para assumir a Saúde.
No Ministério da Educação, as bancadas de deputados e senadores do PT tentam emplacar o líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). O núcleo de Educação e Cultura aprovou a indicação de Reginaldo por unanimidade.
O petista disputa a cadeira com a governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido). Neste ano, ele tentou concorrer ao Senado, mas abriu mão da candidatura em prol de uma aliança do PT com o PSD em Minas. Foi escalado pela campanha de Lula para falar sobre educação em entrevistas e sabatinas durante o período eleitoral.
Mesmo assim, Izolda Cela desponta como uma das favoritas para o MEC. A atual governadora do Ceará foi secretária de Educação de Sobral e também do Estado. Ela foi filiada ao PDT do ex-ministro Ciro Gomes, que disputou sem sucesso o Palácio do Planalto, mas hoje está sem partido.
Além do PT?
Lula já disse mais de uma vez que seu governo irá além do PT e será composto por quadros que representem as forças políticas da campanha e os apoios recebidos. A conta não fecha porque integrantes do partido pedem espaço em quase metade dos ministérios. O novo governo deve ter entre 30 e 33 pastas.
O Ministério do Desenvolvimento Social, que coordenará o novo Bolsa Família de R$ 600 e outros programas sociais, também é cobiçado pelo PT.
Se depender do partido, essa cadeira ficará com Tereza Campello, que já foi titular da pasta no governo Dilma. Lula, porém, está inclinado a entregar o ministério para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial e o apoiou no segundo turno da eleição.
*Com informações do Estadão Conteúdo