Pelé Eterno: o Rei do Futebol morre aos 82 anos; veja os números da carreira
Pelé estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e morreu em decorrência de falência de múltiplos órgãos
O futebol, o Brasil e o mundo estão de luto: Edson Arantes do Nascimento, tricampeão da Copa do Mundo, eleito atleta do século e autor de mais de mil gols ao longo da carreira — não à toa, reverenciado como Rei Pelé nos quatro cantos do globo —, morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos.
O menino de Três Corações (MG) ascendeu ao trono do futebol ainda na adolescência. Em 1958, aos 17 anos, Pelé fez parte da Seleção Brasileira que viajou à Suécia e conquistou o primeiro título mundial do país; o jovem que assombrou o mundo do esporte, no entanto, já atraia olhares incrédulos nos estádios locais.
Um deles, o do escritor Nelson Rodrigues. Numa de suas crônicas, ele profetizou:
Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável — a de se sentir rei, da cabeça aos pés"
Nelson Rodrigues, na crônica "A Realeza de Pelé", meses antes da Copa de 1958
O cetro e a coroa do futebol continuaram nas mãos de Pelé nos anos seguintes. Em 1962, Pelé e a Seleção repetiram a dose e conseguiram mais um título para o Brasil; em 1970, numa das mais memoráveis campanhas numa Copa do Mundo, o Rei conquistou o tri — e, na bagagem de volta, trouxe consigo a taça Jules Rimet.
E olha que estamos falando apenas da carreira de Pelé com a camisa verde e amarela; se incluirmos também sua vitoriosa trajetória nos clubes — em especial, no Santos —, os números tornam-se ainda mais superlativos. Até hoje, seu nome é sinônimo de excelência: ser o "Pelé" de alguma área é um elogio máximo.
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Mesmo após sua aposentadoria, em 1977, Pelé continuou sendo um embaixador do Brasil no exterior, alcançando o status de figura pop no mundo: foi, de certa forma, o primeiro superstar do futebol — ou do soccer, considerando a sua passagem pelo New York Cosmos. Um atleta lendário, como Muhammad Ali, Ayrton Senna ou Michael Jordan.
O homem capaz de parar guerras e que é tido como o astro máximo do futebol — apenas os argentinos Maradona e Lionel Messi aparecem num patamar comparável de grandiosidade — morreu nesta tarde no Hospital Albert Einstein, em decorrência de falência de múltiplos órgãos.
Pelé estava internado há quase um mês, tratando um câncer de cólon em estágio avançado. Nas últimas semanas, seu quadro se deteriorou progressivamente; familiares foram chamados ao hospital, fãs passaram a fazer vigília, jornalistas ficaram em plantão.
Edson, o homem, morreu. Pelé, o Rei, segue vivo — é eterno.
Os números da carreira de Pelé
Com o Santos
- 1.116 partidas e 1.091 gols (média de 0,98 por partida)
- Cinco títulos do Campeonato Brasileiro (61, 62, 63, 64, 65 e 68)
- Duas Copas Libertadores (62 e 63)
- Dez Campeonatos Paulistas (58, 60, 61, 62, 64, 65, 67, 68, 69 e 73)
- Três Torneios Rio-São Paulo (59, 63 e 64)
- Duas Copas Intercontinentais (62 e 63)
- Uma Supercopa Sulamericana (68)
Com a Seleção Brasileira
- Três Copas do Mundo (58, 62 e 70)
- 114 partidas e 95 gols (média de 0,83 por partida)
No New York Cosmos
- 111 partidas e 65 gols (média de 0,59 por partida)
- Um título da North American Soccer League (77)
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