🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Guilherme Valle
DO CÉU AO INFERNO

Os grandes casos de corrupção e fraude corporativa do mercado, incluindo a Theranos e a Petrobras

Entenda como uma jovem estudante de Stanford foi capaz de criar uma empresa bilionária com base em uma tecnologia que não existia; relembre também alguns dos maiores escândalos corporativos recentes

Elizabeth Holmes
Elizabeth Holmes, fundadora e ex-CEO da Theranos, chega para audiência em San Jose, California. - Imagem: Shutterstock

Elizabeth Holmes deliberadamente levou investidores a acreditarem que a tecnologia para exames de sangue criada pela sua empresa — a Theranos — era eficaz. Isso é o que diz a sentença proferida nesta terça-feira (4) pelo júri que analisou o caso.  

Além disso, Elizabeth e seu sócio, Sunny Balwani, foram considerados culpados em três acusações de fraude bancária. Ela ainda foi absolvida de duas acusações de fraude contra pacientes, uma de conspiração para fraudar pacientes e mais três de fraude contra investidores.

A pena por cada um dos crimes pode ser de mais de 20 anos. Ainda assim, Elizabeth segue livre e ainda não há data para a sentença. 

De acordo com o Wall Street Journal, a empresa tem alguns investidores ilustres, por exemplo: Larry Ellison, fundador da Oracle, e a Draper Fisher Jurvetson, importante firma de venture-capital.

Theranos e a falácia do exame sem agulhas

A Theranos foi fundada em 2003 e chegou a ser avaliada em mais de US$ 9 bilhões, fazendo parte do Billion Dollar Club, do Wall Street Journal. Não durou muito. 

Elizabeth Holmes era uma jovem estudante da Escola de Engenharia de Stanford que odiava agulhas e por isso decidiu criar seu próprio laboratório de diagnósticos. 

O princípio por trás da empreitada era simples: o paciente teria seu sangue retirado por meio de uma fitinha semelhante às usadas para medir glicose em diabéticos. Essa amostra então seria usada para a realização de exames que entregariam o diagnóstico em um intervalo de poucas horas e a custos módicos. 

Supostamente, a tecnologia poderia ser usada para em uma vasta gama de diagnósticos, como por exemplo: exames de sangue, exames de urina, testes para doenças sexualmente transmissíveis, entre outros. O problema é que os testes não funcionavam.

Em 2005, Elizabeth contratou Ian Gibbons, um bioquímico britânico que havia desenvolvido sistemas capazes de processar quantidades muito pequenas de fluidos. Sua colaboração levou ao registro de diversas patentes por parte da Theranos. Holmes consta como co-inventora na maioria delas. 

Só que as coisas andavam devagar. Gibbons acabou comentendo suícidio em 2013. Em entrevista ao Wall Street Journal, aviúva revelou que o cientista dizia que: “nada funcionava”.

Na ocasião,  Theranos alegou que o cientista já estava enfrentando problemas de saúde e psicológicos e por isso já não participava mais do dia a dia em seus laboratórios.

Em 2015, o Wall Street Journal revelou que a companhia era alvo de investigações federais em que se constataram problemas que comprometiam a segurança dos pacientes em seus laboratórios. A empresa decidiu fechar os laboratórios em 2016.

Em 2018, Elizabeth Holmes e seu sócio Ramesh Balwani foram processados por fraude bancária e conspiração. De acordo com a acusação, Holmes e Bawani agiram deliberadamente para ludibriar investidores, levando-os a acreditar na confiabilidade dos resultados oferecidos pela tecnologia de testagem de sangue da Theranos.

O caso de Elizabeth Holmes está longe de ser o único no mercado. Relembre a seguir outras fraudes que chacoalharam o noticiário

Petrobras e o mega esquema de corrupção

Por aqui, este talvez seja o mais conhecido dos escândalos corporativos. As investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal revelaram que funcionários da petrolífera brasileira cobravam propina de empreiteiras para garantir que levariam concorrências e licitações.

A revelação do esquema de corrupção desencadeou uma grande crise política que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Para além da questão política, a estatal anunciou que já conseguiu recuperar um total de R$ 6,17 bilhões em recursos desviados.  O dinheiro foi recebido em acordos de colaboração, leniência, repatriações e renúncias. Apenas em 2021, a Petrobras recuperou mais de R$ 1,2 bilhão.

A Petrobras atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 31 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 85 ações penais.

Volkswagen e fraude nas emissões de poluentes

A fabricante de carros alemã desenvolveu um dispositivo capaz de detectar quando seus veículos a diesel estavam sendo submetidos a um teste de emissões. O carro ajustava sua performance para emitir menos óxidos de nitrogênio e por isso parecia mais limpo. 

O caso veio a público em setembro de 2015 e o estrago foi grande: o ex-CEO Martin Winterkorn renunciou, quase 500 mil carros foram devolvidos e mais de US$ 25 milhões em multas foram cobrados. A Volkswagen ainda sente o efeito financeiro do escândalo e responde, até hoje, a diversos processos na justiça.

Enron e o escândalo contábil

A empresa de energia, premiada de 1996 a 2001 como a “Empresa mais inovadora dos EUA” pela revista Fortune tinha um modelo de negócios tão complicado que pouquíssimos entendiam. A linha de “lucro líquido” estava sempre recheada, só que ninguém conseguia explicar de onde vinha todo aquele dinheiro. 

A empresa revisou voluntariamente os números que tinha publicado, em agosto de 2001, e a partir daí ficou claro o que acontecia: a Enron reavaliava constantemente seus ativos, por meio dessa prática “turbinava” — no papel —  seus lucros.

Também eram usadas subsidiárias, que não apareciam em seus balanços, para esconder endividamento. Não demorou muito para que a companhia precisasse decretar falência, o que aconteceu em dezembro do mesmo ano.

O escândalo da Enron foi tão importante para o mercado de capitais que levou à promulgação da lei Sarbanes-Oxley, que define regras para o registro e publicação de informações financeiras de companhias públicas nos EUA.

Além disso, uma das maiores firmas de auditoria da época, a Arthur Andersen, esteve envolvida na destruição de documentos da Enron e por isso foi implicada nas investigações.

Guillermo Braunbeck, professor do departamento de contabilidade da FEA-USP, trabalhava para a Arthur Andersen na época e conta que apesar de ser normal a destruição de alguns documentos no decorrer de uma auditoria, neste caso, a hipótese que prevaleceu foi a de que os documentos foram deliberadamente destruídos para que informações não viessem a público, o que prejudicou de maneira irreversível a credibilidade da firma que acabou desmembrada e incorporada por outras empresas.

Compartilhe

QUEM DÁ MAIS?

Quanto vale a foto de um bilionário? Ex-namorada de Elon Musk leiloa imagens e itens da época universitária

12 de setembro de 2022 - 15:57

Estão à venda 18 fotografias, um colar de esmeralda e um cartão de aniversário assinado pelo dono da Tesla; os itens recebem lances até o dia 14 de setembro

VAI FALTAR DINHEIRO?

Elon Musk no banco dos réus? Processo contra o bilionário por suposto esquema de pirâmide com dogecoin (DOGE) se agrava

8 de setembro de 2022 - 11:45

Ação judicial alega que o bilionário e outros oito réus teriam lucrado “dezenas de bilhões de dólares” às custas de outros investidores

OCEANO DE AZAR

Michael Saylor em apuros? Bilionário é acusado de sonegar milhões em impostos — e a MicroStrategy não saiu ilesa

1 de setembro de 2022 - 13:02

Procurador-geral de Columbia acusa Saylor de nunca ter pagado imposto de renda no estado em que supostamente morava há dez anos e evadido US$ 25 milhões em impostos distritais

BILIONÁRIO ANIVERSARIANTE

Parabéns, Warren Buffett! Por que o “Oráculo de Omaha” segue como referência no mercado financeiro aos 92 anos

30 de agosto de 2022 - 15:15

Aos 11 anos, Buffett fez seu primeiro investimento na bolsa de valores; CEO da Berkshire Hathaway, construiu riqueza com alocações a longo prazo e baixo risco

ATIVISTA POLÍTICO?

Como Luciano Hang, fiel apoiador de Jair Bolsonaro, virou o 10º brasileiro mais rico

26 de agosto de 2022 - 13:14

Catarinense, Luciano Hang tem mais de 160 lojas em todo o Brasil. O “véio da Havan” está entre os bilionários brasileiros desde 2019

ESTRADA DO FUTURO

A Tesla, de Elon Musk, está provocando uma revolução em uma indústria maior que a de carros elétricos — e ninguém está falando sobre isso!

25 de agosto de 2022 - 6:34

Empresas que conseguirem entrar na casa dos consumidores com seus produtos terão a oportunidade de organizar o mercado de geração alternativa e autônoma de energia

EM BUSCA DE CONTROLE?

Warren Buffett está autorizado a comprar até metade da Occidental Petroleum; entenda o que o bilionário vê na petroleira

20 de agosto de 2022 - 13:18

Berkshire Hathaway, o conglomerado de Warren Buffet, já possui mais de 20% das ações da Ocidental Petroleum; analistas especulam que ele estaria atrás do controle da empresa

FALA SÉRIO!

E se Elon Musk comprasse o Manchester United? Veja quanto ele teria que pagar se não fosse piada

17 de agosto de 2022 - 11:48

Ações do Manchester United chegaram a disparar na bolsa de Nova York, mas perderam força depois que Elon Musk desmentiu o próprio tuíte

RESQUÍCIOS DO IMPÉRIO

Limpando o nome: Entenda o leilão bilionário que pode acabar com as dívidas de Eike Batista

16 de agosto de 2022 - 11:35

Nesta terça-feira (16), devem ser conhecidas as propostas por um lote de debêntures da Anglo American; o lance mínimo é de R$ 1,25 bilhão

ROTA DO BILHÃO

O homem mais rico do mundo: Confira as polêmicas e tudo o que você ainda não sabe sobre Elon Musk

14 de agosto de 2022 - 8:15

Fundador de empresas como Tesla, SpaceX, Neuralink e Starlink, o empresário viu sua fortuna multiplicar-se mais de dez vezes desde 2020, atingindo os atuais US$ 259,9 bilhões

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar