Após a especulação que seguiu a desistência de Adriano Pires e Rodolfo Landim aos cargos de presidente da Petrobras (PETR4) e de seu Conselho de Administração, respectivamente, o governo confirmou nesta quarta-feira (06) quem são os novos indicados à chefia da petroleira.
Segundo nota divulgada há pouco pelo Ministério de Minas e Energia, o escolhido para a cadeira de presidente é José Mauro Ferreira Coelho, ex-diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Já para o comando do Conselho, o governo optou pelo nome de Marcio Andrade Weber.
Coelho é químico industrial de formação e sua trajetória com o governo não começa agora. O indicado foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME até outubro de 2021, onde atuou desde abril de 2020, e comanda o Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) desde maio de 2020.
Weber, que já é conselheiro da Petrobras, era um dos cotados para a presidência. Já fazer parte do conselho facilitaria o caminho de aprovação, uma vez que ele poderia receber o "sim" para o cargo na reunião.
O executivo já passou por outras empresas do setor de óleo e gás, atuando como diretor da Petroserv e membro da Diretoria de Serviços da subsidiária da Petrobras, a Braspetro.
Os dois candidatos ainda precisam passar pelo crivo da Assembleia Geral Ordinária de acionistas, marcada para 13 de abril.
Novela na chefia da Petrobras (PETR4)
Vale lembrar que os indicados originais aos cargos desistiram das posições há poucos dias. O economista Adriano Pires, que era o nome da União para a presidência, disse "não" ao cargo por "motivos pessoais", segundo dizia a carta que enviou ao MME.
Já Rodolfo Landim, apontado pelo governo federal para comandar o Conselho de Administração da Petrobras, abriu mão do posto para permanecer apenas como presidente do Clube de Regatas do Flamengo.
Landim anunciou a desistência após o clube perder a final do campeonato carioca para o Fluminense. Na ocasião, ele afirmou que o seu foco continuaria sendo o Flamengo; no entanto, ao longo do fim de semana começaram a circular as primeiras notícias quanto aos possíveis conflitos de interesse envolvendo os executivos indicados pelo governo.
A carta de Pires fala sobre esse problema: "Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência".
Para mitigar os conflitos, o economista conta que já havia iniciado os procedimentos para desligar-se do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria da qual é sócio-fundador, mas, ao longo do processo, percebeu que não teria condições de fazê-lo "em tão pouco tempo".