E agora, Eletrobras? Dois bancos refizeram as projeções para as ações após a privatização. Saiba se é hora de comprar ou vender ELET3
Ações da Eletrobras (ELET3) têm potencial de alta de mais de 40% nas contas de J.P. Morgan e BTG Pactual; saiba as razões do otimismo dos analistas
Passado todo o barulho em torno da privatização da Eletrobras (ELET3), o que esperar das ações da agora ex-estatal na bolsa?
Foram 25 anos até que a companhia passasse para as mãos da iniciativa privada por meio de uma oferta de ações que levantou R$ 33,7 bilhões, diluindo a participação votante do governo de 69% para 40%.
Após esse processo, os bancos BTG Pactual e JP Morgan decidiram refazer as projeções para os papéis da Eletrobras, e seguem bastante otimistas quanto às perspectivas para a companhia.
Motivos para isso não faltam: avaliação atraente, liquidez das ações e melhoras em ESG (sigla em inglês para boas práticas na áreas Ambiental, Social e Governança Corporativa).
É bem verdade que os papéis ainda não brilharam desde a privatização. Por volta de 13h50, as ações ELET3 operavam em queda de 3,69%, cotadas a R$ 42,33, praticamente no mesmo patamar do preço da oferta de ações realizada em junho.
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Então o que o JP Morgan viu na Eletrobras (ELET3)?
O banco norte-americano, que tem recomendação de compra para a Eletrobras, elevou preço-alvo dos papéis ELET3 de R$ 53 para R$ 64 para dezembro de 2023 — o que representa um potencial de valorização de 46% em relação ao fechamento de sexta-feira (08).
Nos próximos dois meses, o JP Morgan acredita que o principal impulsionador da ação será a definição da nova diretoria e equipe de gestão e o que isso significará para governança e estratégia.
Para os próximos 12 meses, o banco definiu sete impulsionadores e fontes de valorização para a Eletrobras:
- Potencial migração para o Novo Mercado;
- Estratégia corporativa, alocação de capital e política de dividendos;
- Novas demonstrações financeiras, sinalizando o impacto da privatização no balanço patrimonial e nos resultados;
- Gestão de passivos, incluindo renegociação de provisões de empréstimos compulsórios;
- Reprecificação da energia não contratada;
- Redução de custos;
- Eleições e condições de mercado.
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Eletrobras (ELET3): uma empresa que tem tudo
Essa é a definição do JP Morgan para a Eletrobras (ELET3): uma empresa que tem tudo — avaliação atrativa, gatilhos positivos, liquidez das ações e boas pontuações de ESG.
- Avaliação atrativa: A Eletrobras oferece uma taxa interna de retorno (TIR) implícita de 12% versus a média do setor de 10%. A ação está sendo negociada a 6,7x/5,3x valor da firma/ebitda (EV/Ebitda) e 9,7x/7,3x preço/lucro (P/E) em 2023-2024 contra a média do setor de 16,6x/12,4x. Esses são alguns dos múltiplos de avaliação mais atraentes na cobertura do JP Morgan no Brasil, mas o banco observa que a reclassificação total pode se materializar ao longo de vários trimestres, à medida que a empresa atende às expectativas de privatização.
- Gatilhos: A Eletrobras é uma história com um conjunto de gatilhos — principalmente positivos — para os próximos trimestres e anos, incluindo a eleição de uma nova diretoria e administração, nova estratégia corporativa, plano de alocação de capital, política de dividendos, migração para o Novo Mercado (apenas ações ordinárias), corte de custos, crescimento e re-alavancagem, gestão de passivos, entre muitos outros.
- Liquidez das ações: Nas últimas duas semanas, as ações ELET3 imprimiram volume médio negociado (ADTV) de US$ 115 milhões, o maior do setor, enquanto os papéis ELET6 registraram ADTV de US$ 27 milhões.
- Boas pontuações ESG: As credenciais ESG da Eletrobras devem aumentar substancialmente agora que a empresa não é mais uma estatal, mas sim uma empresa privatizada com controle disperso e forte governança; a companhia tem um forte histórico de investimentos sociais e é a maior empresa de energia limpa da América Latina, com cerca 95% da capacidade instalada baseada em energia hidrelétrica.
A Eletrobras (ELET3) é tudo isso mesmo, BTG Pactual?
O BTG Pactual também vê a privatização como a chave para a virada da Eletrobras (ELET3).
Segundo o banco, a empresa finalmente pode se libertar das ineficiências de operar como uma estatal e começar a ser administrada mais como seus pares privados (e mais eficientes) de transmissão e geração.
Por isso, o BTG retomou a cobertura da Eletrobras com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 62, um potencial de valorização de 41% nos próximos 12 meses, reiterando ELET3 como uma das principais escolhas no setor.
A visão do banco é apoiada por uma avaliação atrativa — a Eletrobras negocia a uma TIR real de 13,5% (6,4x EV/EBITDA em 2023), tornando-se um dos nomes mais baratos da cobertura do BTG.
Além disso, o banco destaca o potencial significativo de redução de custos e a reprecificação do portfólio hidrelétrico.
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Muito já foi feito, mas há espaço para mais
O BTG lembra que entender uma empresa tão grande e complexa pode ser um desafio, e é por isso que é importante primeiro reconhecer os esforços da administração nos últimos seis anos para simplificar a estrutura de capital da empresa, maximizar a eficiência e cortar alavancagem para níveis mais sustentáveis.
Nos preços atuais, a ação da Eletrobras (ELET3) ainda está precificando o que o banco vê como um cenário de estatal bem administrada, mas incorporando muito pouco do potencial privatizado.
Para o BTG, a combinação de uma base de acionistas muito boa (e ativa) e uma equipe de gerenciamento de alto nível abrirá o caminho para uma história de recuperação bem-sucedida.
Esse cenário aumenta significativamente a geração de fluxo de caixa e permite que a empresa pague dividendos robustos e/ou aumente o poder de fogo para novos investimentos, segundo o BTG.
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