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Quais são os sete ETFs da bolsa brasileira com exposição a criptomoedas — e o que levar em conta antes de colocar seu dinheiro em um deles

Imagem de bitcoin com homens se cumprimentando ao fundo

Os investidores internacionais podem olhar a bolsa brasileira com inveja: enquanto os norte-americanos ainda batalham para ter um ETF, um fundo de índice, com o preço à vista das principais criptomoedas do mundo, o mercado local já desponta com sete diferentes produtos do gênero. 

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É claro que a variedade pode trazer dúvidas, ainda mais em um mercado volátil e diversificado como é o dos ativos digitais. Sendo assim, os investidores acabam olhando para um dos únicos indicadores sólidos de um investimento: o preço. 

Mas, quando lidamos com ETFs, as cotações variam no dia a dia — afinal, são negociados em bolsa. Então, é preciso olhar por outro ângulo: a taxa de administração.

Separamos aqui para você todos os ETFs em criptomoedas da bolsa brasileira, do mais caro ao mais barato — e o que levar em conta antes de colocar dinheiro em um deles:

O que é um ETF?

Antes da resposta, um pequeno preâmbulo para explicar o que é um ETF. Como a sigla em inglês sugere, os Exchange Traded Funds são fundos com cotas negociadas em bolsa que buscam igualar ou superar um índice de referência.

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No caso das criptomoedas, os ativos são alocados no exterior porque a regulamentação brasileira ainda não reconhece criptomoedas como ativos financeiros.

Assim, a gestora mantém esses ativos no exterior e a grande maioria desses índices segue um padrão internacional desenvolvido pela Nasdaq.

Os ETFs são uma alternativa de baixo custo para quem começa a dar os primeiros passos na renda variável — ou procura estratégias específicas para diversificar a sua carteira.

Bancos e corretoras vêm travando uma verdadeira batalha pela hegemonia nesse mercado, o que deve se intensificar com a maior diversificação desse mercado.

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Os ETFs da B3, do mais caro ao mais barato

PosiçãoTickerTaxa de administração (%)Gestora
DEFI111,3% ao anoHashdex
HASH111,3% ao anoHashdex
QDFI110,9% ao anoQR Capital
QBTC110,75% ao anoQR Capital
QETH110,75% ao anoQR Capital
ETHE110,7% ao anoHashdex
BITH110,7% ao anoHashdex
Fonte: Hashdex e QR Capital

Aqui vai uma pequena descrição de cada um deles:

DEFI11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
DEFI111,3% ao anoHashdex

O mais novo lançamento da Hashdex, que já tem outros três ETFs em criptomoedas negociados na B3, é o que possui a taxa de administração mais salgada. 

O segundo ETF em finanças descentralizadas (DeFis) da bolsa teve um começo atribulado: Dos R$ 500 milhões esperados, o DEFI11 conseguiu captar pouco mais de 10% do total, cerca de R$ 55,5 milhões.

Esse novo fundo de índice foi desenvolvido em parceria com o CF Benchmarks, um provedor de índices, e replica o desempenho do CF DeFi Modified Composite Index, indicador composto por 12 ativos, divididos em três categorias. São elas:

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Protocolos DeFi que oferecem soluções práticas para serviços financeiros:

Protocolos de Suporte, que auxiliam protocolos DeFi com serviços de armazenamento e consulta de dados, verificação de identidade e soluções de escalabilidade:

Plataformas de Registro, blockchain nas quais as transações são validadas e registradas:

HASH11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
HASH11de 0,30% até 1,30% ao anoHashdex

O primeiro fundo de índice em criptomoeda da B3 foi lançado em abril deste ano pela Hashdex. O HASH11 teve sua estreia na bolsa em abril deste ano, com uma alta de 12,26% no primeiro dia de negociações. 

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Esse ETF replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice desenvolvido pela gestora brasileira Hashdex em parceria com a Nasdaq. O NCI é rebalanceado a cada três meses e composto pelas seguintes criptomoedas:

Entretanto, alguns especialistas do mercado destacam que esse índice pode não ser o melhor para replicar o que ocorre de fato com o mercado de criptomoedas.

André Franco, especialista em criptomoedas, afirma que excluir o Dogecoin, por exemplo, retira uma parte importante do movimento do mercado, tendo em vista que o DOGE é uma das dez principais criptomoedas do mundo. 

A moeda-meme já é listada em uma série de corretoras (exchanges) e movimenta um volume de aproximadamente US$ 4 bilhões por dia. Entretanto, não é um projeto sério e não é considerado um investimento pelos analistas do mercado — o que justifica a exclusão do DOGE de índices como o NCI. 

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Além disso, as gestoras não querem respaldar o investimento em projetos que não têm futuro. Confira mais detalhes da entrevista de André Franco no Papo Cripto #004:

QDFI11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
QDFI110,9% ao ano. QR Capital

Com o ticker QDFI11, esse será o primeiro fundo com exposição total a protocolos de finanças descentralizadas.

O ETF terá como índice de referência o Bloomberg Galaxy DeFi Index, que acompanha o desempenho das principais plataformas de finanças descentralizadas do mundo. 

Atualmente, o Bloomberg Galaxy DeFi Index tem exposição a nove protocolos de finanças descentralizadas, sendo eles:

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QBTC11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
QBTC110,75% ao anoQR Capital

O segundo ETF da bolsa brasileira também trouxe uma novidade: esse foi o primeiro fundo com exposição 100% ao bitcoin da América Latina. Ele estreou a classe de ETFs monoativos da B3, ou seja, é como expor sua carteira ao potencial (e riscos) dos criptoativos

O índice de referência adotado pelo QBTC11 é o CME CF Bitcoin Reference Rate que foi elaborado pelo Chicago Mercantile Exchange (CME) Group em conjunto com a CF Benchmarks e realiza a precificação do bitcoin seguindo uma média entre os valores à vista negociados nas maiores exchanges reguladas de bitcoin do mundo, como Binance, Coinbase e FTX.

QETH11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
QETH110,75% ao anoQR Capital

De maneira semelhante, o QETH11, também da QR Capital, faz o mesmo que o QBTC11, mas com a segunda principal criptomoeda do mercado, o ethereum (ETH). 

O bitcoin é a principal moeda digital do mundo, mas outras criptomoedas também desenvolvem projetos que animam os especialistas. O ethereum, por exemplo, é a blockchain que abriga os famosos NFTs, os certificados digitais que abalaram o mundo das artes no início do ano, e os DeFis, as finanças descentralizadas.

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Além disso, o éter é a principal blockchain para as soluções de segunda camada, como são chamadas as aplicações no mundo das criptomoedas

Recentemente, o ETH passou por uma repaginada com a Atualização EIP-1559, ou London Fork, que tornou as transações mais baratas e chegou a animar grandes instituições como o JP Morgan

ETHE11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
ETHE110,70% ao anoHashdex

Outro novato dos ETFs de cripto da bolsa brasileira também é uma diversificação da Hashdex no mundo dos criptoativos. O ETH11 replica o preço do ethereum (ETH) segundo o  Nasdaq Ethereum Reference Price (NQETH).

BITH11

TickerTaxa de administração (%)Gestora
BITH110,70% ao anoHashdex

Oficialmente, o primeiro ETF com exposição 100% ao bitcoin foi o QBTC11, da QR Capital, mas o BITH11 tem um diferencial: corrigir o impacto de carbono da mineração de bitcoin

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A empresa alemã Crypto Carbon Ratings Institute (CCRI) produzirá relatórios anuais com estimativas para o consumo de energia e emissão de carbono relativos aos Bitcoins adquiridos pelo fundo de índice alvo do BITH11.

Esses relatórios serão divulgados publicamente e, com base nos cálculos, o BITH11 irá reduzir a emissão por meio da aquisição de créditos de carbono e investimentos em projetos neutralizadores. 

O BITH11 replica o desempenho do índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC), fundo constituído nas Ilhas Cayman e listado na Bolsa de Bermudas (BSX).

O que levar em conta na hora de escolher um ETF

Como você pode notar, os fundos disponíveis são muito diferentes entre si. 

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Portanto, antes de colocar dinheiro em algum deles, você precisa estar atento à composição de cada um deles, como explica Luiz Pedro Andrade de Oliveira, analista e especialista em criptomoedas da Nord Research.

Nos ETFs monoativos essa análise fica mais evidente — o investidor pode escolher entre bitcoin (BTC) e ethereum (ETH). Entretanto, os fundos que possuem um índice com várias criptomoedas, o ideal é conhecer cada um dos projetos. 

Além disso, vale estar atento ao rebalanceamento do índice de referência. “Precisa ver se aquela exposição faz sentido para a tese que você quer investir”, comenta  Andrade de Oliveira.

Como investir em ETF

Investir em um ETF não é muito diferente de comprar uma ação na bolsa. Para comprar uma cota é preciso apenas ter conta em uma corretora comum e procurar pelo ticker de negociação do fundo.

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Entretanto, vale ressaltar que o mundo das criptomoedas é extremamente volátil e os ETFs de criptomoedas são considerados ativos de alto risco. 

Ter uma carteira equilibrada é essencial antes de investir em criptomoedas. Apesar de os resultados saltarem aos olhos, os riscos também são bem elevados.

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