‘Ninguém celebra alta de juros, mas não há alternativa’, aponta economista-chefe do Itaú Unibanco
Na semana passada, o Banco Central elevou a Selic para 10,75%, chegando a dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio.

Uma Selic (taxa básica de juros) de dois dígitos pode se tornar mais persistente do que o mercado financeiro espera hoje. Na análise do economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, esse pode ser o cenário caso o presidente eleito neste ano estimule o crescimento dos gastos públicos. Na semana passada, o Banco Central elevou a Selic para 10,75%, chegando a dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio. "Se voltarmos a ter uma trajetória forte de crescimento sustentado do gasto público, vamos viver com taxa de juros mais alta", diz Mesquita.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
A previsão do Itaú para o PIB deste ano é de queda de 0,5%. Em janeiro, tivemos o problema da seca, prejudicando o agronegócio. Diante disso, já há um viés negativo para o -0,5%?
Um risco é se a política monetária tiver de continuar subindo a taxa de juros. O Banco Central (BC) sinalizou no comunicado (divulgado na quarta-feira) desaceleração no ritmo do aperto. Isso aponta para taxa de juros mais próxima de 12% do que de 13%. Se tiver de subir mais para 13%, aí o PIB ficaria pior. Poderia cair entre 0,5% e 1%. Outro risco é o efeito da Ômicron. Se a variante afetar a mobilidade, o PIB poderia cair mais 0,2 ponto porcentual. No lado positivo, no curto prazo, poderia ter aceleração de gastos de governo subnacionais. Se resolverem gastar mais, usarem recursos para término de obras, poderia dar mais 0,5 ponto porcentual para o PIB. A produção de veículos está muito volátil, mas, se normalizasse, veríamos uma alta de mais 0,2 ponto porcentual. Finalmente, o Idat (índice diário de atividade econômica do Itaú) de serviços está rodando melhor do que a pesquisa de serviço do IBGE. Se estivermos certos e a pesquisa do IBGE convergir, teríamos mais 0,3 ponto porcentual. Somando todos os riscos, terminamos com número muito próximo do -0,5%.
Como o sr. avalia a atuação do BC até agora?
O BC está fazendo o que prevê o regime de metas. Houve um choque inflacionário muito grande em 2021. O BC reagiu subindo o juro. É uma alta expressiva do juro nominal e do real, que vai ter efeito contracionista na atividade. A forma de reduzir a inflação é usando política monetária. A tendência é que funcione. É a política adequada. Ninguém comemora alta de juros, mas não tem alternativa.
Quão preocupante é o cenário internacional?
O Banco Central Europeu mudou o tom. Antes, era o de acreditar no caráter transitório da inflação. Agora, está vendo com mais cautela. O Banco da Inglaterra, nesta semana, subiu a taxa como se esperava, mas há um debate no comitê para subir até mais rapidamente. Nos EUA, a discussão migrou de se sobe ou não a taxa neste ano para se sobe duas ou três vezes. Agora já é se sobe sete vezes, em todas as reuniões que se tem no ano. Como a nossa taxa já está elevada, o impacto dessa mudança de postura no exterior talvez não seja tão severo. Em um cenário em que os aumentos nos EUA vão de 0,25 ponto em 0,25, acho que o mercado pode digerir. Se acelerar, vai ter um período de estresse.
Quanto de instabilidade no mercado o Itaú espera em relação à eleição?
Como ainda está distante e nenhum pré-candidato apresenta propostas detalhadas de política econômica com tanta antecedência, se for para afetar muito o mercado, isso tende a acontecer mais pra maio e junho.
Leia Também
O presidente da Verde Asset, Luis Stuhlberger, falou que vê um eventual governo Lula com inflação alta. O sr. concorda?
Quem quer que esteja na presidência não vai querer conviver com uma inflação elevada. O Brasil aprovou reformas importantes nos últimos anos, como o controle dos gastos e a redução da relevância do crédito subsidiado. Se voltarmos a ter trajetória forte de crescimento sustentado do gasto público, a uma segmentação intensa do mercado de crédito, aí provavelmente para a gente viver com taxas de inflação mais baixas, vamos viver com taxa de juros mais alta. Isso vai ser uma exceção que tem a ver com a pandemia ou vai ser o novo normal da taxa de juros no Brasil? Vamos descobrir nos próximos 18 meses.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Trump surta com decisão do Fed e ataca (de novo) Powell: “perdedor total”
Republicano chama chefe do banco central dos EUA de “muito estúpido” e diz que país está “pagando o preço” por mantê-lo no cargo
Os bastidores da reunião entre os chanceleres de Brasil e EUA que Eduardo Bolsonaro tentou evitar a todo o custo
Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reúne com Marco Rubio, braço direito de Trump, e defende independência do Judiciário brasileiro
IR de 2025: Receita paga nesta quinta (31) terceiro lote de restituição
Ao todo, 7.219.048 contribuintes receberão R$ 10 bilhões
A teimosia compensa! Apostador persistente ganha sozinho na Lotofácil e fica milionário da noite para o dia
Enquanto o ganhador do concurso 3456 da Lotofácil vinha insistindo sempre nos mesmos números, a Mega-Sena corre hoje valendo R$ 76 milhões
Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano, com a prerrogativa de ‘esperar para ver’ — veja o que precisa melhorar para os juros caírem
A decisão era amplamente esperada e não deve provocar grandes movimentos nos mercados. O que está no radar dos agentes financeiros são as nuances do comunicado e os gatilhos para um eventual corte nos juros
Tesouro Nacional avalia que isenções do tarifaço são “cenário mais benigno”, enquanto associações setoriais reavaliam os impactos
Mesmo com quase 700 exceções anunciadas pelos EUA, setores brasileiros seguem cautelosos diante do impacto comercial e político da medida
Trump confirma tarifa de 50% para o Brasil, mas aeronaves e suco de laranja escapam da taxação; veja quem se salvou
Na lista publicada pela Casa Branca, produtos-chave da importação ficaram isentos; entrada em vigor das tarifas também foi adiada para 6 de agosto
Banco Central fez o que podia fazer quando subiu a Selic para 15%, diz diretor do Goldman Sachs, que vê autarquia em armadilha fiscal
Alberto Ramos defende que o país vive um ciclo perverso de crescimento fraco, câmbio pressionado e inflação resistente. A solução existe — mas exige um ajuste doloroso a partir de 2027
Lula diz que quer negociar tarifas, mas que não pretende se curvar ao presidente dos EUA
Em entrevista ao New York Times, o presidente brasileiro disse estar tratando do assunto com seriedade, mas negou que isso exija subserviência
Trump vai aliviar (um pouco) a barra do Brasil? EUA cogitam isentar cafés e outros produtos agrícolas
O secretário do Comércio dos EUA afirmou que “recursos naturais” não cultivados no país poderão ter isenção, mas haverá um preço
Com 3 ganhadores, Lotofácil salva a pele da Quina e da Mega-Sena, mas não faz nenhum novo milionário
Enquanto os ganhadores do concurso 3455 da Lotofácil digerem a bola dividida, o prêmio acumulado na Mega-Sena subiu para R$ 76 milhões
Selic pode ir a 18% que não vai resolver a inflação: “É um problema fiscal, não monetário”, diz Alberto Ramos, do Goldman Sachs
A manutenção da Selic em 15% ao ano nesta Super Quarta é consenso. A dúvida é quando os cortes vão começar e se a inflação vai ceder. Ramos vê o Copom entre o remédio e o veneno.
Com o plano de contingência na mesa de Lula, Haddad revela os bastidores das preparações para a tarifa de 1º de agosto
Entre críticas à postura do BC, metas e esperanças de um lugar na mesa de negociações, o ministro da Fazenda deu detalhes à CNN sobre os planos do governo para lidar com a taxação de Donald Trump
Nem todo mundo curtiu: líderes europeus se queixam de acordo fechado com os EUA, e setores pedem tarifa zero; entenda o que incomodou
Setores-chave da economia europeia seguem sendo alvos das tarifas de Trump, e líderes enxergam que a UE saiu enfraquecida
Super Quarta sem emoção? Como investir no meio do fogo cruzado com meta de juros e incerteza global
No Touros e Ursos desta semana, Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil, analisa os impactos das decisões do Copom e do Fed e traz insights sobre investimentos
Cancela o churrasco! Lotofácil tem 10 ganhadores e ninguém fica milionário — e tem gente que ainda não aprendeu a jogar na Lotomania
Enquanto os ganhadores digerem a bola dividida na Lotofácil, a Quina segue acumulada e a Mega-Sena corre hoje valendo R$ 51 milhões
Brasil vai conseguir escapar das garras de Trump? Saiba qual é a ‘bala de bronze’ do país na guerra comercial, segundo este gestor
O Seu Dinheiro conversou com o head de renda variável do ASA, Marcelo Nantes Souza, que apontou para um possível trunfo do Brasil na negociação com os EUA
Tarifaço de Trump entra em semana decisiva, e perspectiva de acordo com os EUA fica mais distante
Até o momento, não há o menor sinal de que esse movimento poderá ser revertido ou adiado
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena, Lotofácil, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e outros — os sorteios que acontecem entre hoje (28) e amanhã (29)
Nesta segunda-feira (28) serão sorteados mais de R$ 30 milhões em diferentes concursos das Loterias Caixa, com Lotofácil, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Super-Sete; veja os prêmios e até quando jogar
Agenda econômica: Super Quarta, Trump, PIB, balanços e muito mais; calendário da semana promete virar o mercado de ponta-cabeça
Agenda desta semana traz as decisões do Copom e do Fed, balanços de gigantes e o possível impacto das tarifas dos EUA sobre o Brasil