Inflação e investimentos: 7 fatos sobre a inflação medida pelo IPCA em 2021 que você precisa saber
Analisamos os dados do IPCA e selecionamos os principais pontos sobre a inflação de 2021, além das oportunidades de investimento em meio a esse cenário
A palavra inflação não é novidade, mas ainda causa calafrios nos brasileiros. Ainda mais agora com a confirmação de que o IPCA, o índice oficial de preços, fechou 2021 acima de 10%.
A alta da inflação segue assombrando o cenário doméstico — dos consumidores a cada compra nos supermercados aos investidores no mercado financeiro.
Para entender por que o dragão está com tanta fome e segue se alimentando da renda dos brasileiros, analisamos os dados do IPCA e selecionamos os principais pontos sobre a inflação de 2021. Também conversamos com analistas, que apontaram as oportunidades de investimento em meio a esse cenário.
1.IPCA de 2021 é o maior em seis anos
O IPCA avançou 0,73% em dezembro, acima do esperado pelo mercado (veja o item 4), e encerrou o ano com alta de 10,06%. Essa é a maior taxa acumulada no ano em seis anos, quando fechou 2015 com valorização de 10,67%.

2.IPCA de dezembro veio acima do esperado pelo mercado
O principal indicador do avanço dos preços até mostrou certa desaceleração em dezembro frente ao mês anterior.
Mesmo assim, o IPCA se mostrou acima das projeções do mercado. A mediana das estimativas era de 0,64% para o último mês de 2021. Ou seja, o dragão está longe de ser derrotado.
Leia Também
Com os números de dezembro, o índice oficialmente ultrapassou e muito a meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional para 2021, de 3,75%, que permitia uma variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, com teto de 5,25%.
O número também ficou acima das perspectivas para 2021 divulgadas pelo Banco Central no último Boletim Focus, de 9,99% no final do ano.
3.Os grandes vilões do IPCA em 2021
Todos os grupos de produtos analisados para a formação do IPCA mostraram aceleração nas margens anuais. Destes segmentos, três foram responsáveis por cerca de 79% do IPCA do último ano.
Com a alta nos preços dos combustíveis, não teve vez para o grupo de Transportes, que liderou o ranking de itens que mais aumentaram de preço no ano passado, com uma variação de cerca de 21%.
A gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. E recorrer ao etanol não foi alternativa, já que o combustível aumentou 62,63% no ano passado.
Em seguida, veio o grupo de Habitação (13,05%), impulsionado pela valorização de cerca de 21% da energia elétrica e de quase 37% do gás de botijão.
No ranking dos grupos de produtos que mais aumentaram no ano passado também aparecem Artigos de residência (12,07%), Vestuário (10,31%) e Alimentação (7,94%).
Confira a seguir os produtos que mais subiram de preço em 2021:
- Etanol: 62,23%
- Café moído: 50,24%
- Mandioca: 48,08%
- Açúcar refinado: 47,87%
- Gasolina: 47,49%
4.As capitais com mais inflação em 2021
Assim como em outros critérios econômicos, as capitais brasileiras também sentiram diferença nas variações de inflação regionais.
Curitiba (PR) ocupou o primeiro lugar ao se tratar da capital com maior aumento de preços em 2021, com alta de 12,73%. O principal responsável pela elevação foi a gasolina, cujos preços acumularam valorização de quase 52% no ano.
A concorrência pela posição foi acirrada. Com poucos pontos percentuais de diferença, Vitória (ES) assumiu a vice-liderança, aos 11,5%.
Em seguida, vieram as cidades de Rio Branco (AC), com 11,43%, Porto Alegre (RS), com 10,99%, e Campo Grande (MS), com 10,92%.
5.Como a inflação impactou os investimentos?
A piora da inflação e da expectativa para este ano e 2023, o Banco Central acelerou o ritmo de aperto monetário e deve continuar até cumprir a meta de inflação estabelecida.
Com isso, a renda fixa foi extremamente afetada, assim como outros ativos de risco.
Para Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, a combinação de alta de preços e de juros mais elevados levou a um segundo semestre complicado para a bolsa em 2021.
Isso porque a análise do fluxo de caixa das empresas tem relação direta com a taxa de juros. Não por acaso, as empresas de tecnologia, incluindo as gigantes do comércio eletrônico como Via, Americanas, e Magazine Luiza, apanharam na bolsa no ano passado.
O impacto ainda foi sentido pelo Ibovespa, principal índice de ações da B3, que saiu dos 130 mil pontos em junho para os atuais 101 mil pontos.
6.O que esperar daqui para frente?
Com uma inflação mais alta e distante da meta do CMN, o Banco Central deve seguir aumentando a taxa básica de juros (Selic) para compensar a alta nos preços e retornar ao centro do alvo.
Desse modo, de acordo com Rafael Passos, da Ajax Capital, os dados de inflação mais altos combinados aos dados de serviço pressionados para cima reforçam as projeções de alta de 1,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom, para 10,75% ao ano.
O analista Lucas Carvalho, da Toro, prevê uma tendência de arrefecimento para a inflação em 2022, que deve orbitar entre 5% e 5,5% — ainda acima da meta do BC para este ano.
Carvalho também acredita na possibilidade de uma revisão tarifária para baixo nas contas de energia elétrica, ao considerar o impacto das chuvas intensas dos últimos tempos.
Por outro lado, as cotações internacionais do petróleo em alta seguem pressionando a inflação e devem ser um ponto de atenção ao longo do ano.
7.Quais as oportunidades de investimento?
Em meio a esse cenário, quais as melhores oportunidades de investimento para escapar e, por que não, lucrar com o dragão?
Rafael Passos, da Ajax, diz que os juros mais altos devem manter a competição difícil para a bolsa.“Hoje eu consigo ter investimentos com retornos bem atrativos em renda fixa, com um risco muito menor.”
Passos ainda destaca o crédito privado, que começa a pagar boas taxas, além de títulos atrelados à inflação.
Mas para quem tem um apetite maior por risco, o analista da Toro cita dois tipos de ativo como oportunidades interessantes para diversificar sua carteira no cenário atual.
O primeiro deles é a ação de transmissoras de energia, como Isa Cteep (TRPL4) e Taesa (TAEE11). Isso porque as empresas, que possuem um fluxo de caixa estável, indexam a inflação e “protegem os acionistas do aumento de preços ao longo do tempo”, além de serem boas distribuidoras de dividendos.
Em segundo lugar, ele aponta os fundos imobiliários de certificados de recebíveis imobiliários, conhecidos como FIIs de papéis. O analista destaca FIIs como o CVBI11 e o HGCR11.
Veja também a seleção feita pelo Seu Dinheiro dos fundos imobiliários mais recomendados para lucrar no início de 2022.
Fora da bolsa, ele destaca os títulos de Tesouro Direto, com ênfase para o Tesouro IPCA com vencimento mais curto, em 2026.
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
