Quanto tempo você leva para ganhar US$ 15 mil (R$ 82 mil, no câmbio de hoje)? O que a maioria das pessoas não consegue acumular em um mês ou mesmo em um ano ou mais levou apenas um segundo para as dez pessoas mais ricas do mundo durante a pandemia da covid-19.
Essa é uma das conclusões de um relatório publicado pela Oxfam, que alerta para o aumento da desigualdade desde o início de 2020.
Durante a pandemia, os 10 homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas, de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão, segundo a Oxfam.
Para ser mais claro: com esses valores, nos últimos dois anos, teria surgido um novo bilionário a cada 26 horas.
E não é só isso. Além de ter dobrado, o aumento da riqueza dos bilionários foi maior nesse período do que nos últimos 14 anos.
Desde que começou a ser monitorado, o acúmulo nos patrimônios chegou ao recorde de US$ 5 trilhões.
A dezena mais rica
A lista de bilionários da revista Forbes em 2021 não trouxe muitas surpresas em seu ranking de personagens. São eles:
- Elon Musk (CEO da Tesla);
- Jeff Bezos (CEO da Amazon);
- Bernard Arnault e família (CEO do grupo LVMH);
- Bill Gates (fundador da Microsoft);
- Larry Ellison (co-fundador da Oracle);
- Larry Page (co-fundador do Google);
- Sergey Brin (co-fundador do Google);
- Mark Zuckerberg (CEO da Meta/Facebook);
- Steve Ballmer (ex-CEO da Microsoft);
- Warren Buffett (CEO da Berkshire Hathaway).
Apesar de ocuparem a miúda parcela da população que concentra a maior parte das riquezas do mundo, mesmo os executivos vêem desigualdades entre si.
Enquanto a fortuna de Elon Musk subiu mais de 1.000% entre março de 2020 e novembro de 2021, a de Bill Gates avançou modestos 30%, segundo a BBC.
Somente no ano passado, o CEO da Tesla viu seu patrimônio de US$ 156 bilhões passar a valer cerca de US$ 266 bilhões.
Os outros 99%
Já o restante da população se viu em um cenário totalmente oposto. A renda de 99% da humanidade diminuiu, o que levou mais de 160 milhões de pessoas para a situação de pobreza.
“Os 10 homens mais ricos do mundo têm hoje seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões mais pobres do mundo ”, disse Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Segundo a Oxfam, estas desigualdades contribuíram para a morte de pelo menos 21 mil pessoas por dia, equivalente a uma pessoa a cada quatro segundos.
Os números consideram as mortes provocadas pela falta de acesso à saúde pública, violência de gênero, fome e crise climática no mundo.