A compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk por US$ 44 bilhões foi um dos assuntos mais comentados da última segunda-feira (26). Mas havia outro assunto rodando entre as redes dos entusiastas de criptomoedas: a adoção do dogecoin (DOGE) como moeda de negociação na rede social.
Vamos recapitular: Musk sempre foi um grande entusiasta do mundo cripto, falando abertamente sobre sua empresa de carros elétricos, a Tesla, incorporar o bitcoin (BTC) ao seu balanço. Contudo, sua criptomoeda preferida é o dogecoin, a moeda-meme com o símbolo de um cachorro da raça shiba inu.
Bons ventos para o DOGE?
Com a entrada de Musk no Twitter, a comunidade ficou animada com a ideia de que a criptomoeda pudesse ser usada como meio de pagamento da rede social. A plataforma já havia permitido a utilização de artes no formato de NFT para as fotos de perfil, um grande passo na questão da tecnologia.
Entretanto, o DOGE acabou tomando um banho de água fria com a notícia de que o Twitter está testando negociações na plataforma com USD Coin (USDC), uma stablecoin em dólar.
Não foi dessa vez, dogecoin
A companhia de tecnologia em meios de pagamento Stripe firmou uma parceria com o Twitter para permitir transações para criadores de conteúdo em criptomoedas. Atualmente, a plataforma já permite a monetização de espaços com a venda de ingressos.
Nessa linha, a nova tecnologia permitirá a adoção de pagamentos em stablecoin, as criptomoedas com lastro. Os desenvolvedores usam a rede (blockchain) da Polygon — que possui a criptomoeda MATIC — pelas taxas menores e maior velocidade de transação.
O uso de uma stablecoin é mais indicado por sua baixa volatilidade. No caso do USDC, a paridade com o dólar torna a moeda ideal para negociações — diferentemente de outras criptos que podem variar muito em um curto período de tempo, como o próprio DOGE.
A memecoin em números
O dogecoin chegou a disparar mais de 27% após o anúncio de compra de Elon Musk. Nesta terça-feira (26), a maior memecoin do mundo é negociada em alta de 10,49%, cotada a US$ 0,1559.
Além disso, o número total de DOGE circulante no mercado é de 132 bilhões — muito maior do que os 19 milhões de bitcoins em circulação no mercado. Esse dado é importante para conhecer a liquidez de um ativo e se ele pode ser usado como reserva de valor.
Em outras palavras, criptomoedas de emissão infinita são incapazes de acumular valor, por isso algumas delas adotam a queima (burn) ou destruição de tokens para limitar seu suprimento, como foi o caso do Shiba Inu (SHIB) na última segunda-feira (26).
E o que os analistas pensam?
Valter Rebelo, analista de criptomoedas da Empiricus, entende que o colocar dinheiro nessa classe de moedas digitais está mais para loteria do que para investimento.
Em entrevista ao Papo Cripto, ele explicou porque o projeto (ainda) não pode ser levado a sério — e o que as memecoins precisam fazer para isso ser realidade: