Uma nova eleição começa hoje: Efeitos do primeiro turno na bolsa, fim do home office, robô de Elon Musk e as notícias que mexem com o seu bolso
Lula e Bolsonaro disputarão o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na visão de analistas, o efeito deve ser positivo para a bolsa brasileira. Entenda

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Além de isso não ser exatamente uma surpresa, você já deve estar careca de saber.
À primeira vista, pode parecer que os institutos de pesquisa erraram feio — o que é verdade principalmente no resultado dos Estados. Entretanto, embora as pesquisas indicassem a possibilidade de uma vitória de Lula em primeiro turno, o cenário mais provável era mesmo uma decisão em segundo turno.
Nas últimas semanas, os apoiadores de Lula engajaram-se em uma campanha pelo voto útil. Mas quem realmente se beneficiou da migração de votos de outros candidatos — e também do chamado voto envergonhado — foi Bolsonaro.
Entre os entendedores do assunto, a avaliação inicial é de que, enquanto Lula teve uma votação dentro da margem de erro, o desvio observado na adesão a Bolsonaro seria uma antecipação em massa dos votos de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que já teriam se decidido pelo atual presidente em segundo turno.
Dois fatos, porém, não podem ser contestados:
- Bolsonaro sai fortalecido do primeiro turno, especialmente pelo desempenho em São Paulo e no Rio de Janeiro;
- Ciro é o grande derrotado das eleições de 2022, com quase 10 milhões de votos perdidos em relação ao pleito de 2018.
De qualquer modo, Lula amealhou mais de 57 milhões de votos em primeiro turno. Ficou a cerca de 2 milhões de votos de uma vitória definitiva e, em tese, tem uma caminho mais curto a percorrer do que Bolsonaro.
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Já o candidato à reeleição tem outros trunfos, entre eles mais palanques de aliados eleitos em primeiro turno nos Estados e a condução de seu partido, o PL, à condição de legenda de maior bancada no Congresso.
Mas, como dito no título desta newsletter, uma nova eleição começa hoje. Por mais que tenham evitado um confronto direto no primeiro turno, agora isso é inevitável. Se Lula mantém o favoritismo, Bolsonaro chega competitivo.
E qual é o impacto disso sobre os mercados financeiros? Na visão de analistas consultados pelo Vinícius Pinheiro e pela Julia Wiltgen, o efeito deve ser positivo para a bolsa brasileira.
A expectativa é de que a disputa em segundo turno force ambos os candidatos a adotarem discursos mais próximos ao centro. Para ficar por dentro da análise completa do impacto do primeiro turno sobre os mercados, basta clicar aqui.
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