🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Sob a névoa da guerra: as chances de Rússia e Ucrânia após seis meses de conflito

As coisas não se passaram da maneira que Putin queria, e já é muito remota a chance de a Rússia anexar integralmente o seu vizinho do oeste

7 de agosto de 2022
7:29 - atualizado às 14:26
Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin - Imagem: Wikimedia Commons

Quando, em 24 de fevereiro deste ano – uma gelada quinta-feira de inverno no leste europeu – tropas da Rússia invadiram a Ucrânia, pelo norte, através da Bielo-Rússia, e pelo sudeste, pelas bordas dos mares Negro e de Azov, achou-se que era coisa para poucas semanas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos primeiros dias, a blitzkrieg versão Vladimir Putin foi avassaladora. Os tanques russos se aproximaram das grandes cidades ucranianas, inclusive a periferia da capital, Kiev, no interior do país.

Em suas exigências, Putin não fez por menos. Queria que o presidente Volodymyr Zelensky fosse deposto por seu próprio exército, que a Ucrânia se desarmasse por completo, que formalizasse, no texto da Constituição, que jamais participaria da Organização do Atlântico Norte (OTAN – NATO) e desse autonomia à região de Donbass, onde ficam as cidades de Donetsk e Luhansk.

O presidente norte-americano, Joe Biden, chegou a oferecer asilo político à Zelensky, recebendo do colega ucraniano uma resposta exemplar:

Eu não preciso de carona e sim de armas e munição.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As coisas não se passaram da maneira que Putin queria. O conflito já está para completar seis meses. Embora no leste e no sul as coisas tenham tomado um rumo favorável aos russos, no centro e na fronteira com a Polônia, as forças armadas ucranianas, auxiliadas por voluntários estrangeiros e guerrilheiros locais, rechaçaram os atacantes. Estes sofreram grandes baixas, inclusive de diversos generais.

Leia Também

Perderam enorme quantidade de tanques atingidos por coquetéis Molotov.

É difícil analisar este conflito sem mergulhar no passado tanto da Ucrânia como da Rússia.

É uma longa história.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Rússia e Ucrânia: famílias e bombas separadas

Comecemos pela visão micro, nos concentrando em Donbass. Parte de seus habitantes fala russo; parte, ucraniano. Uma parte quer ser da OTAN e da Comunidade Europeia, parte prefere ser satélite de Moscou.

Muitas famílias têm membros em Donbass e na Rússia.

Quem, Kiev ou Moscou, exercer influência em Donbass, terá de lutar com guerrilha urbana adepta do outro lado.

Os passados da Ucrânia e da Rússia (incluindo o período União Soviética) se confundem ao longo dos séculos.

Já foram e deixaram de ser o mesmo país várias vezes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Antes de prosseguir narrando esse passado mais distante, é bom começar pelo erro colossal cometido pela República da Ucrânia quando se separou da União Soviética. Era o início dos anos 1990, época em que a URSS (CCCP) se esfacelou e a maior parte de suas repúblicas se tornou independente.

A Ucrânia, pasmem, era a terceira maior potência nuclear do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Soviética.

Quando o Exército Vermelho, obedecendo ordens de Moscou, saiu do território ucraniano, lá deixou milhares de mísseis e armas nucleares, além de silos atômicos e plataformas, fixas e móveis, de lançamento.

Só que, nos anos que se seguiram, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a própria Rússia, numa reunião realizada na Hungria, convenceram o governo ucraniano a entregar todo seu arsenal nuclear em troca de proteção (vou repetir: proteção) dessas três nações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assinou-se então o Memorando de Budapeste. E lá se foram as bombas atômicas e de hidrogênio, além dos foguetes, para as mãos do bêbado Boris Yeltsin.

Nessa ocasião, a União Soviética, após passar alguns anos usando o nome de CEI (Comunidade dos Estados Independentes), deixou que cada antiga república tomasse seu caminho, sempre entregando suas armas nucleares primeiro.

Estou falando da Georgia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Lituânia , Letônia, Estônia , etc.. E da Ucrânia, obviamente.

As chances da Ucrânia independente

Voltemos à história que mais interessa a este artigo, que é a da Rússia e da Ucrânia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há mais de dois terços de milênio que os ucranianos não permanecem independentes por muito tempo.

Já pertenceram aos mongóis, à Lituânia, à Polônia, aos impérios austríaco e otomano, até caírem sob o domínio dos czares de todas as Rússias, entre os quais, Pedro, o Grande, e Catarina, a Grande.

Finalmente, em 1917, penúltimo ano da Primeira Guerra Mundial, conseguiram ser independentes, ao fundarem a República do Povo da Ucrânia.

Com enorme extensão territorial (603 mil kms quadrados) e uma terra tão fértil que lhe valeu o título de Celeiro da Europa, em 1922 caiu nas mãos dos bolcheviques de Lenine, Trotsky e Stalin e passaram a ser a República Socialista Soviética Ucraniana, só retomando sua independência quando a União Soviética, o comunismo e o Pacto de Varsóvia se esfacelaram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De novo voltando no tempo, durante o governo de Joseph Stalin na União Soviética, o tirano resolveu coletivizar a agricultura. A reforma deu tão errado que mais de seis milhões de pessoas morreram de fome. Boa parte delas no Celeiro da Europa, cuja produção, que já caíra enormemente com o fim das fazendas familiares, foi levada para ser distribuída por Moscou a quem bem o Kremlin entendesse.

O ódio dos ucranianos aos russos tornou-se tão grande que, pouco menos de uma década mais tarde, quando as tropas da Wehrmacht de Adolf Hitler invadiram o país, na operação Barbarossa, foram recebidos pelo povo com flores e festa.

A alegria durou pouco. Pouquíssimo. Em menos de 24 horas, a população da Ucrânia viu seus intelectuais, religiosos, professores, doutores, escritores, poetas e líderes políticos sendo enforcados pelos grupos de extermínio (Einsatzgruppen) nazistas, que praticamente só deixaram vivos os trabalhadores braçais, de quem precisavam para serem mão de obra escrava do Reich.

Aí, e só aí, ucranianos e russos se tornaram irmãos de sangue, frente ao inimigo comum. E juntos defenderam a pátria mãe (termo que Stalin não se cansava de usar, inclusive enaltecendo os grandes czares, Pedro e Catarina) primeiro na defesa de seus territórios, mais tarde no ataque à Alemanha através da Polônia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Só o colapso da União Soviética, da chamada Cortina de Ferro e o fim do comunismo permitiram que a Ucrânia voltasse a ser independente.

O grande trunfo da Rússia

As chances de continuar a ser um país livre, mesmo perdendo as províncias problemáticas do leste, são grandes. Principalmente agora que Vladimir Putin vai fracassar em dominar os estados bálticos e em sua tentativa de evitar que a Finlândia e a Suécia entrem para a OTAN.

A Rússia está contando com o general Inverno, que derrotou Napoleão e Hitler, para impor severas penas à Alemanha e outros países da Europa, não cedendo-lhes gás natural, que pode passar a vender para os países da Ásia.

Essa guerra entre Rússia e Ucrânia ainda vai durar algum tempo. Mas já é muito remota a hipótese de Moscou anexar integralmente o seu vizinho do oeste, o celeiro da Europa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um forte abraço, 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)

15 de outubro de 2025 - 7:47

A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje

14 de outubro de 2025 - 8:08

Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China

14 de outubro de 2025 - 7:48

O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo

13 de outubro de 2025 - 19:58

Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?

13 de outubro de 2025 - 7:40

Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano

TRILHAS DE CARREIRA

ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho

12 de outubro de 2025 - 7:04

Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)

10 de outubro de 2025 - 7:59

No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação

SEXTOU COM O RUY

Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe

10 de outubro de 2025 - 6:03

Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)

9 de outubro de 2025 - 8:06

No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard

6 de outubro de 2025 - 20:00

O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)

6 de outubro de 2025 - 7:54

No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas

DÉCIMO ANDAR

Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?

5 de outubro de 2025 - 8:00

Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)

3 de outubro de 2025 - 8:06

Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos

SEXTOU COM O RUY

Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento

3 de outubro de 2025 - 7:03

Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)

2 de outubro de 2025 - 8:04

No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses

1 de outubro de 2025 - 20:00

Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar