Os dois ‘Brasis’: Descubra as maneiras de analisar os diferentes cenários da economia brasileira
Economia é algo complexo e baseado em variáveis que não podem ser isoladas, além de as análises também serem influenciadas pelos pontos de vista pessoais dos especialistas

Pergunte algo para um economista e a resposta dele certamente vai ser “depende”, ou alguma coisa parecida, do tipo “sim e não“.
Tivemos um gostinho disso na nossa conversa com o economista e professor do Insper Roberto Dumas, convidado do episódio 15 do Market Makers, que foi ao ar ontem.
Thiago Salomão: Professor, por favor, explique como está o cenário do Brasil hoje.
Roberto Dumas: Depende. O Brasil relativo ou o Brasil absoluto?
Isso não acontece por que economistas gostam de ficar em cima do muro ou são indecisos, mas porque economia é algo complexo e baseado em variáveis que não podem ser isoladas. E também porque questões assim dependem do ponto de vista.
O Brasil e os mercados emergentes
O raciocínio de Dumas, resumidamente, é o seguinte: o Brasil, em relação a outros mercados emergentes, vai muito bem, portanto, um gestor que trabalha nesse tipo de mercado vai optar por trazer seu dinheiro para cá.
Leia Também
“Quando houve a última rotação de ativos, as FAANgs caíram, a Nasdaq caiu, S&P caiu. Começou então a guerra na Ucrânia, as commodities subiram. O gestor gringo que veio para cá ganhou 40% em dólar”, diz Dumas.
“Esse gestor hoje vai para onde? Rússia, Ucrânia, Turquia, Argentina, Chile? Acaba sobrando só o Brasil”, completa.
E no absoluto?
“Tivemos um crescimento de PIB anabolizado, cortamos ICMS, aumentamos o auxílio para R$ 600”, diz Dumas.
"Ao mesmo tempo, o mercado está comprando uma queda nos juros no ano que vem, mas um novo governo que abra as portas da esperança do crédito no ano que vem pode fazer a inflação subir de novo”, completa.
Ou seja: se a inflação subir, os juros não caem, e seus influencers favoritos do Twitter serão obrigados a postar “manteu“ a cada 45 dias em 2023, a cada vez que a taxa de juros não cair.
Falamos mais sobre isso na nossa newsletter de ontem, que você lê clicando aqui.
Vol é vida. Mas cadê a volatilidade?
A quarta cadeira da mesa no episódio de ontem foi ocupada por Paolo Di Sora, da RPS. Paolo havia sido um dos oito gestores que entrevistamos no episódio especial da semana passada sobre eleições.
Sua estratégia para explorar a volatilidade eleitoral chamou tanta atenção entre a audiência que resolvemos chamá-lo mais uma vez para explicar como ele usou opções da Petrobras para ganhar dinheiro com o resultado das urnas.
Clique aqui e veja a explicação completa.
China (ainda) menos liberal
O professor Dumas é um dos maiores especialistas em China do Brasil. Por isso, o Carlos Carvalho, membro da Comunidade Market Makers de Investimentos, mandou sua pergunta justamente sobre esse tema.
Pergunta: Professor Dumas, acabou a China de Deng Xiaoping e está voltando a China de Mao, que é mais centralizada e menos liberal?
Dumas: Sim e não. Acabou a China de Hu Jintao, que é muito mais liberal, e entrou a China de Xi Jinping, que é muito mais um capitalismo estatal que entra nas empresas privadas.
Não é um órgão de planejamento central, o verdadeiro comunismo, que era Mao. É uma visão mais draconiana de Estado.
Essa é a vertente de Xi. Mas não chega a ser comunismo. A China não é comunista. Como um país comunista teria duas bolsas de US$ 18 trilhões?
O Carlos conseguiu mandar sua pergunta porque os membros da Comunidade Market Makers têm acesso prévio à agenda e um canal direto com a gente para mandar suas sugestões.
Para ter acesso à nossa pauta e agenda, torne-se membro da Comunidade Market Makers!
Fundo Market Makers
Conheça também o nosso fundo!
Na semana passada nasceu o Fundo de Investimentos Market Makers, inspirado na nossa carteira, conduzida pelo Matheus Soares!
Você que já nos ouve e assiste, agora também pode investir conosco! E se você ainda não tiver uma conta na Empiricus Investimentos, não se preocupe. O processo é fácil e rápido.
Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá
Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano
O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas
Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si
Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco
Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada
De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?
Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)
Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas
Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã
Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo
É tempo de festa junina para os FIIs
Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?