Como boa parte do mercado financeiro já temia, a inflação alta e as incertezas persistentes sobre o futuro da economia global vão obrigar o Federal Reserve (Fed) a abandonar as doses homeopáticas de elevação de juros e partir para um aperto monetário mais agressivo.
Ontem, alguns dirigentes do Fed já haviam dado spoilers do que os investidores encontrariam na ata da última reunião da entidade, divulgada nesta tarde. Mesmo assim, a surpresa foi negativa.
Boa parte dos membros do Fomc enxerga a necessidade de acelerar o ritmo de redução de compra de ativos e de pelo menos dois ajustes de 50 pontos-base na taxa de juros – mais do que vinha sendo precificado pelo mercado e depois que o Banco Central brasileiro se viu obrigado a resolver o mesmo dilema.
Os sinais de que o governo chinês sente a necessidade de seguir estimulando a economia local e o impacto dos mais recentes lockdowns no gigante asiático também preocupam e não deixaram muito espaço para otimismo nas bolsas globais hoje.
Com os investidores digerindo a nova realidade, os índices em Nova York voltaram a sangrar, com o Nasdaq — mais sensível ao avanço dos juros — caindo mais de 2%.
Por aqui, a alta do setor de mineração e siderurgia limitou as perdas do Ibovespa, mas o principal índice da bolsa brasileira ainda assim ficou no vermelho e fechou o dia com um recuo de 0,55%, aos 118.227 pontos.
O dólar à vista emplacou a segunda sessão seguida de alta, com um avanço de 1,19%, a R$ 4,7147. No ano, a moeda americana segue em queda de mais de 15%.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
É MIRAGEM?
Ibovespa em 130 mil pontos? Goldman Sachs conta o que pode impedir o índice de chegar lá — e qual o cenário mais provável. Taxas de crescimento aceleradas, juros em queda e mercados globais favoráveis são caminhos que levam ao bull market, ou mercado de alta; saiba se esse é o caso da bolsa brasileira no longo prazo.
QUE ENERGIA
Mercado está subestimando WEG (WEGE3) e hora de comprar é agora, diz Credit Suisse. Apesar de acreditar na valorização da multinacional brasileira, banco corta o preço-alvo da ação.
HORA DE BRILHAR?
Auren Energia (AURE3), ex-Cesp, é a preferida do JP Morgan no setor de energia e pode subir mais de 20% neste ano. Para analistas, a empresa está mal avaliada e tem potencial para crescer em 2022; porém, existem fatores que podem colocar o desempenho da companhia em risco.
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CONTRA A MARÉ
Moura Dubeux (MDNE3) vai na contramão de outras construtoras e avança mais de 5% na bolsa com prévia operacional histórica; veja os números. A incorporadora do nordeste quadruplicou o valor geral de vendas (VGV) líquido no primeiro trimestre deste ano, com R$ 353,5 milhões registrados.
JBS DA MINERAÇÃO?
Vale (VALE3) levanta mais de US$ 1 bilhão com venda de minas de ferro e manganês para a J&F. Negócio envolve ativos no Mato Grosso do Sul e marca a entrada da holding da família Batista no setor de mineração.
CRISE NA PETROLEIRA
Petrobras (PETR4) desgovernada? Saiba quem são os candidatos à presidência da empresa e do conselho. Governo corre contra o tempo para decidir quem assumirá o controle da estatal; nomes como Márcio Weber, atual conselheiro da companhia, e Vasco Dias, ex-presidente da Shell Brasil, entram no radar da União.