A rota do dragão da inflação, a continuidade da ‘cripto-crise’, uma oportunidade de compra na bolsa e outros destaques da semana

Caro leitor,
A inflação segue aterrorizando os investidores: embora os índices de preço tenham mostrado uma tendência de desaceleração em abril, o quadro segue bastante pressionado — e os BCs do Brasil e dos EUA se vêem forçados a elevar juros para combater esse dragão.
Por aqui, o Copom aumentou a Selic em mais um ponto no começo deste mês, indo a 12,75% ao ano; por lá, o Fed subiu suas taxas em 0,5 ponto, para o patamar de 0,75% a 1%.
É uma espécie de ação e reação: se a inflação está salgada, as autoridades monetárias sobem juros até que os índices comecem a arrefecer. Dito isso, uma pergunta surge naturalmente na cabeça do investidor: quando o IPCA vai ceder, dando um alívio ao Banco Central?
Fernanda Mansano, economista-chefe da Empiricus Investimentos, crê que o pior momento pode ter ficado para trás: os dados de abril mostraram uma pressão intensa nos preços dos combustíveis e dos alimentos — oscilações pontuais e que não devem continuar sendo vistas.
Inflação e juros: como fica o Copom?
No lado dos ciclos de alta de juros, há uma diferença bastante importante entre Brasil e EUA: enquanto o aperto monetário começou há tempos por aqui, os americanos ainda estão no início do processo.
Leia Também
Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)
Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje
Mansano lembra que os efeitos da política monetária sobre a economia não são imediatos — levam de seis a oito meses para começarem a ser sentidos. Sendo assim, levando em conta que as altas de juros no Brasil tiveram início em março do ano passado, as primeiras consequências da elevação da Selic já estão sendo aplicadas.
Tanto é que, por mais que o IPCA em 12 meses esteja acima dos 12% neste momento, a economista projeta uma inflação em torno de 8% ao fim do ano. Portanto, faz sentido que o Copom já esteja tirando o pé do acelerador e subindo a Selic em ritmos menos intensos.
Mas, até que ponto vai a taxa de juros brasileira? Dadas as sinalizações do BC, Mansano acredita que os juros continuarão subindo no curto prazo — mas não por muito tempo ou com muita intensidade.
A análise completa da economista-chefe da Empiricus Investimentos foi feita durante o último episódio do podcast Touros e Ursos. Para ouvir a íntegra do programa, é só clicar aqui.
Confira também outros destaques do Seu Dinheiro
CRIPTO-CRISE
Bitcoin (BTC) respira e retoma patamar de US$ 30 mil, mas mercado de criptomoedas encerra semana com fortes perdas. Apesar do respiro na sexta-feira, a derrocada da Terra (LUNA) e da TerraUSD (UST) trouxeram pânico aos investidores nos últimos dias.
FII DO MÊS
É tetra! BRCO11 lidera novamente os fundos imobiliários mais recomendados para maio; veja a lista completa dos FIIs do mês. O campeão é dono de galpões capazes de armazenar os gigantescos estoques do e-commerce e tem muito a ganhar com isso.
A SOFTBOLHA ESTOUROU?
No SoftBank, um rombo de R$ 140 bilhões com o Vision Fund põe em xeque o investimento nas empresas de tecnologia. O conglomerado japonês é conhecido por financiar fintechs e startups mundo afora através desse fundo de investimento em específico.
A MAIOR DESDE 1996
Com inflação mais uma vez acima do esperado em abril, economistas já falam em Selic acima dos 13,25%. Dados do IPCA e do CPI em abril devem forçar bancos centrais a subirem ainda mais os juros para enfrentar a inflação.
ESPECIAL SD
Suzano e Klabin além do dólar: por que a queda das ações pode representar uma oportunidade de compra — e não só pela proteção cambial. Enquanto muitos investidores encaram os papéis como ativos completamente correlacionados à moeda americana, analistas apontam que é preciso ter um olhar de mais longo prazo para essas companhias.
Um ótimo final de semana a todos!
Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros
Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados
Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?
Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump
Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara
Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump
Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial
Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump
Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos
Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa
Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo
Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados
O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas
Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais
Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea
Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos
Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA
Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá
Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano
O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas
Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si
Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco
Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada
De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos