O mercado está nervoso? Bolsa desaba enquanto Nasdaq salta 7%, o lucro dos bancos e o que acontecerá com a FTX; confira os destaques do dia

O petróleo subiu, a inflação americana surpreendeu positivamente e o Nasdaq avançou 7% em uma tacada só, mas esse combo de boas notícias não fez nem cócegas no desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira (10).
O principal índice da bolsa brasileira fechou o dia em queda de 3,35%, aos 109.775 pontos, enquanto o dólar à vista encerrou a sessão próximo das máximas, em alta de 4,14%, a R$ 5,3966.
O mal estar generalizado mais uma vez vem de Brasília. Os ruídos em torno dos caminhos do governo eleito para tentar encaixar os gastos sociais desejados para 2023 dentro do orçamento só aumentam, trazendo grande desconforto — já se fala até mesmo em colocar definitivamente os custos do Bolsa Família fora do teto de gastos, para além do próximo ano.
O anúncio de que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma, fará parte da equipe técnica de Planejamento e Orçamento gerou ainda mais pressão nos negócios, levando o Ibovespa a renovar mínimas e cair mais de 4%.
Tudo isso em um dia no qual a inflação brasileira surpreendeu negativamente os economistas — e a perspectiva de gastos públicos elevados sem contrapartidas só piorou as projeções para os próximos dois anos e pressionou a curva de juros.
Questionado sobre o dia de forte aversão ao risco na B3, o presidente eleito disse que o mercado fica nervoso à toa, mas agentes do mercado, na verdade, apontam que se trata de uma cegueira causada pela falta de visibilidade do cenário.
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Até o momento, mais de uma semana após a definição do pleito, não há sinais claros de qual será a política fiscal adotada pelo próximo governo e o flerte com nomes de mercado ao longo da campanha ainda não se traduziram em posições estratégicas na equipe técnica.
E até que garantias claras de compromisso com as contas públicas sejam dadas, o mercado deve seguir apostando no pior.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quinta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
BOM RESULTADO
Itaú (ITUB4) tem desempenho em linha com expectativas no 3T22. Lucro do banco ultrapassou R$ 8 bilhões, mas ainda ficou abaixo do estrelado Banco do Brasil (BBAS3).
INCERTEZA PREVALECE
“Risco Lula” derruba Banco do Brasil (BBAS3) na bolsa apesar do resultado estrelado; saiba o que esperar das ações. Passados os temores, a perspectiva é de que o papel do BB deslanche, segundo analistas.
DESINVESTIMENTO ESTRATÉGICO
Itaúsa (ITSA4) embolsa R$ 1,5 bilhão com venda de nova fatia de sua participação na XP. Apesar da redução, a holding segue tendo direito a indicar membros ao Conselho de Administração e Comitê de Auditoria da corretora.
DESTAQUES DA BOLSA
O desconto aumentou: MRV despenca 6% após balanço fraco e em dia de queda generalizada no setor; vale a pena colocar MRVE3 na carteira? Lavvi, Moura Dubeux e Trisul, que também divulgaram seus resultados do terceiro trimestre ontem, não escapam do pessimismo com a construção civil.
APÓS O CHOQUE DO MERCADO
O que acontecerá com a FTX? Após Binance abrir mão da corretora, futuro da exchange não parece nada promissor. Buscando salvar a própria pele, outras empresas estão de olho no que sobrou das operações da FTX — e isto pode socorrer o setor como um todo.
O RETORNO
Tesouro Direto volta a pagar mais de 6% acima da inflação – que, por sinal, subiu de novo; hora de comprar? IPCA acima do esperado e Bolsa Família fora do teto de gastos pressionam juros e elevam remuneração de títulos prefixados e atrelados à inflação.
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Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?
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Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap
Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
Ditados, superstições e preceitos da Rua
Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
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