Mercado em 5 Minutos: Otimismo pós-feriado? Entenda o que faz as bolsas fecharem a semana com chave de ouro
Dados de inflação nos EUA levantam preocupações sobre mais aumentos agressivos das taxas pelo Fed. No Reino Unido, o provável abandono por completo do “mini-orçamento” do governo proporciona maior otimismo

Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos encerraram o dia predominantemente em alta nesta sexta-feira (14), acompanhando as movimentações amplamente positivas dos mercados globais durante ontem.
Um fator regional interessante foi o dado de inflação chinesa, que veio abaixo do esperado (a fraca demanda doméstica não está dando muito impulso aos preços), o que daria margem para mais estímulos.
No ambiente internacional, os dados de inflação nos EUA levantaram preocupações sobre mais aumentos agressivos das taxas pelo Fed, nos EUA, mas os investidores sentiram que tais preocupações com a inflação e as taxas de juros mais altas já foram precificadas nos mercados após as quedas recentes.
Em paralelo, o dólar americano também recuou e perdeu terreno em relação aos seus principais pares.
Na Europa, os mercados começam o dia em alta, enquanto os futuros americanos sobem, pelo menos por enquanto.
Chama atenção o provável abandono por completo do "mini-orçamento" do governo do Reino Unido, que proporciona maior otimismo (o mercado gosta de uma política fiscal sensata).
Leia Também
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
Por aqui, acompanhamos a dinâmica global, avaliando também as movimentações políticas e os dados locais. A ver...
00:54 — Se preparando para o debate presidencial
No Brasil, os investidores pouco repercutem as movimentações políticas, uma vez que a eleição pouco tem debatido questões de mercado e perspectiva fiscal (o pessoal está mais preocupado com a Guerra Santa entre os candidatos).
Ainda assim, há quem acompanhe as novas pesquisas até aqui, faltando 15 dias para o segundo turno.
Hoje, contamos com o novo Datafolha, enquanto esperamos pelo primeiro debate do segundo turno, a ser transmitido domingo à noite na Band.
Fora as novidades políticas, vale acompanhar hoje pela manhã os dados de serviços para o mês de agosto, que devem desacelerar e subir 0,2% na comparação mensal (versus 1,1% do mês anterior).
Contra o mesmo período do ano passado, o dado deve registrar alta de 6,8% — ainda vemos efeito positivo sobre o setor da retomada do mercado de trabalho e dos benefícios sociais.
Gradualmente, contudo, assim como outros dados, seria natural esperar que a economia começasse a sentir os efeitos de juros mais elevados.
Eventuais surpresas podem contagiar com otimismo o mercado.
01:44 — Um dia diferenciado
Nos EUA, o dia de ontem foi curiosamente volátil. As ações oscilaram de perdas acentuadas e altas robustas, com uma reviravolta em Nova York depois do relatório de inflação mais forte do que o esperado.
O núcleo, que exclui os itens mais voláteis, acelerou e veio acima do esperado, subindo 6,6% na comparação anual.
Em outras palavras, a inflação americana continua exacerbadamente alta, mesmo depois de meses desde o começo do aperto da política monetária pelo Fed.
Dessa forma, a perspectiva é que a autoridade monetária continue a elevar a taxa de juros de maneira significativa em 2022 e 2023.
O dado não era uma boa notícia, como a reação inicial de queda deu a entender. Mais difícil, no entanto, foi explicar a virada de mão e posterior alta no resto do dia.
Alguns fatores que poderiam nos ajudar a explicar:
- Boa parte do mercado já havia se antecipado e realizado os lucros nos últimos dias, se movimentando de maneira contrária quando o tão aguardado dado chegou;
- As apostas de pico de inflação continuam elevadas; e
- Do ponto de vista técnico, a virada de mão poderia ser leve, mas acabou sendo amplificada com vários short squeezes no mercado americano.
Ao longo do pregão de hoje, podemos eventualmente ver o mercado tentar devolver a alta de ontem, que deve ter sido bastante artificializada, até mesmo porque a inflação continua alta, o movimento de aperto monetário vai continuar, caminhamos para uma recessão nas economias centrais e a temporada de resultados só está começando.
Mais volatilidade e realizações devem ser aguardadas no futuro.
02:50 — Entendendo o dado de inflação
Vamos separar um pequeno espaço para comentar brevemente o dado de inflação na principal economia do mundo.
Ontem, nos EUA, a inflação de preços ao consumidor registrou alta de 8,2% na comparação anual no índice cheio e 6,6% no núcleo (o maior salto em 40 anos), que exclui os itens mais voláteis (normalmente, um aquecimento do núcleo é mais preocupante).
A expectativa é que o Fed continue seu aperto monetário.
Uma coisa curiosa é que os impulsionadores da inflação nos EUA do ano passado se transformaram em deflação.
Os preços dos bens duráveis, por exemplo, subiram 3,8% na comparação mensal quando atingiram seu pico, em 2021; agora, em setembro, a mesma linha registrou contração de -1,1% no mês, a maior queda de todos os tempos.
Em outras palavras, a transição de consumo e pressão inflacionária está acontecendo.
Em setembro, mais de 40% da cesta de consumo contida no índice caiu de preço na comparação mensal.
É curioso que os consumidores estejam vendo deflação e inflação ao mesmo tempo, o que deveria aumentar sua disposição para consumir na margem — as vendas no varejo americano de hoje podem nos explicar algumas coisas sobre isso.
03:53 — E a temporada de resultados ganha tração
Hoje, os primeiros resultados de bancos do terceiro trimestre nos Estados Unidos estão sendo divulgados, com os balanços do JP Morgan, Wells Fargo, Citigroup e Morgan Stanley.
Ontem, a expectativa positiva sobre os resultados ajudou na virada dos mercados, como comentamos, mas talvez tenha havido certa afobação.
Em todo o setor, alguns investidores esperam que os lucros caiam 4% na comparação anual, refletindo uma desaceleração na atividade de banco de investimento.
Mesmo com o aumento das taxas de juros, que se esperava ser uma benção para os credores, a conjuntura econômica deveria inibir a demanda por crédito.
Dessa forma, é bom que estejamos preparados para más notícias.
Aliás, embora provavelmente não haja muito a temer pelos resultados reais dos bancos, os investidores estão mais preocupados com a chegada de uma recessão, e isso pode significar problemas para os resultados dos credores.
Tradicionalmente, os resultados dos bancos contam com perspectivas e sinalizações sobre a situação econômica, o que daria um direcionamento mais tangível ao mercado sobre os rumos da economia — o CEO do JP Morgan Chase, Jamie Dimon, já alertou na segunda-feira que os EUA e a economia global devem enfrentar uma recessão em breve.
04:47 — Os anos perdidos de educação
Não foi só no Brasil que a pandemia deixou um legado perverso para a educação. O mundo inteiro se depara hoje com um déficit relevante de aprendizado.
Provavelmente, muitos pais que lêem a presente newsletter já devem ter percebido que não houve muito “aprendizado” real, pelo menos não na média.
Para se ter uma ideia, um novo relatório de progresso dos EUA descobriu que a pandemia eliminou 20 anos de ganhos dos alunos em leitura e matemática.
Considerando os muitos desafios que o mundo enfrenta e a necessidade de cidadãos educados para enfrentá-los, esta é uma crise global relevante.
Infelizmente, no entanto, não parece haver vontade política para fazer as escolhas difíceis sobre como corrigir esse problema com a educação.
O tempo está passando e já começam a projetar impactos no mercado de trabalho daqui alguns anos.
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA
Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações
Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo
A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje
Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores
Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?
Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado
O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje
Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad