Mercado em 5 Minutos: A Super Quarta e o disfarce de Clark Kent
O Brasil acompanha a valsa internacional, mas contando com sua agenda doméstica, que hoje pode se dar ao luxo de avaliar a conclusão de mais um Copom
Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em queda nesta quarta-feira (21), seguindo as sinalizações negativas dos mercados globais durante o pregão de ontem, com investidores ansiosos para a decisão de taxa de juros do Federal Reserve nos EUA, bem como a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, que acompanha a decisão.
Os mercados europeus e os futuros americanos amanhecem em alta, com as expectativas de que o Fed eleve as taxas de juros em mais 75 pontos-base, embora alguns vejam uma chance de um aumento de 100 pontos após os dados de inflação dos EUA mais quentes do que o esperado na semana passada (pouco provável).
O Brasil acompanha essa valsa internacional, mas contando com sua agenda doméstica, que hoje pode se dar ao luxo de avaliar a conclusão de mais um Comitê de Política Monetária (Copom), depois do fechamento de mercado.
Internacionalmente, a alta da maioria das commodities, em especial do petróleo, pode nos ajudar.
A ver...
00:47 — O fim do ciclo de aperto monetário
No Brasil, os investidores acompanham com cautela a reunião do Copom, depois do mercado, que promete encerrar o ciclo de aperto monetário depois de 18 meses de elevação das taxas de juros.
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Neste período, saímos de 2% para 13,75% ao ano de Selic, onde o Bacen deverá encerrar o ciclo, apesar de algumas apostas ainda esperarem um ajuste adicional marginal de 25 pontos-base, para 14% ao ano.
Independentemente de qualquer coisa, a partir de agora, o Brasil tem o luxo de não ter que viver com elevação das taxas de juros.
Sim, o patamar atual é consideravelmente elevado, podendo provocar um efeito sobre a atividade econômica bem negativo.
Ainda assim, deveremos conviver com a Selic mais elevada até a segunda metade do ano que vem, quando passaremos a precificar uma queda dos juros.
01:27 — Qual será o disfarce do comunicado do Fed?
Enquanto se espera que o Banco Central do Brasil mantenha um discurso duro ao longo dos próximos meses, apesar de não mais subir a taxa de juro, pouco conseguimos antecipar sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Nos EUA, deveremos ter hoje uma elevação de 75 pontos-base da taxa de juros.
O mistério fica por conta da coletiva de Jerome Powell, que acompanha a decisão.
Erros de comunicação ao longo dos últimos meses abalaram a credibilidade da autoridade monetária, em especial quando houve ancoragem das expectativas no índice de preços ao consumidor convencional e não mais no PCE (gasto do consumidor).
Parece uma coisa boba, mas acabou gerando muita volatilidade sobre os ativos.
Hoje, o desafio do Fed é o mesmo de outros bancos centrais: criar desinflação onde tem controle para compensar a inflação onde não tem controle.
Considerando que grande parte da inflação atual dos EUA é criada por setores que são menos sensíveis às taxas, há muito trabalho a ser feito — a alta de hoje tem menos poder de reduzir a inflação, mas aumenta os riscos de recessão para grupos específicos.
De qualquer forma, as últimas quatro coletivas de Powell provocaram ganhos de 2,2%, 3,0%, 1,5% e 2,6% para o S&P 500; ou seja, talvez hoje tenhamos um dia positivo, mesmo que os próximos meses ainda sigam incertos.
O Fed está comprometido em restaurar a estabilidade de preços e fará o que for necessário para alcançar esse objetivo. A taxa de juros terminal nos parece além dos 4%.
02:41 — Volatilidade no mercado de petróleo
Depois que os preços do petróleo caíram de seus picos no início deste ano, há sinais de que alguns países do mercado de petróleo gostariam que os preços permanecessem acima de US$ 80.
Historicamente, os formuladores de políticas monetárias parecem ter a intenção de manter o petróleo acima de US$ 60, um nível que incentiva a perfuração, mantendo o preço da gasolina baixo o suficiente para não desacelerar a economia.
A história agora parece estar mudando para um novo equilíbrio.
Em breve, as nações produtoras de petróleo deverão concordar coletivamente em cortar mais a produção, apesar dos preços do petróleo estarem acima de US$ 90.
Para a maioria dos produtores de petróleo, qualquer preço acima de US$ 60 é lucrativo. Mas se US$ 80 se tornar o novo piso, os investidores em companhias de petróleo poderão ver anos de fluxo de caixa livre sólido e aumentos de dividendos.
03:28 — O mais recente movimento de Putin
Para piorar a situação do petróleo, aliados russos em quatro territórios ucranianos ocupados anunciaram referendos sobre a adesão à Rússia dentro de uma semana. Ao mesmo tempo, a Duma russa mudou a lei em caso de mobilização militar completa. Com isso, os preços do petróleo sobem nesta manhã, diante do estresse gerado.
O motivo? Especialistas indicam que os movimentos prenunciam uma guerra de maiores proporções na Ucrânia (os russos não declararam guerra, apenas a execução de uma "operação especial").
De todo modo, as consequências da guerra estão bem estabelecidas, sendo improvável uma mudança das percepções do mercado.
04:02 — Reforço vacinal anual
Depois que a pandemia ter sido quase que totalmente esquecida, com autoridades já falando sobre o fim dela, muito se debate sobre uma imunização anual contra a Covid-19, muito parecida com o que fazemos no caso da gripe.
As vacinas de RNA mensageiro "bivalentes" abordam a cepa original do vírus e as subvariantes Omicron BA.4 e BA.5, que juntas representam cerca de 99% das cepas circulantes de Covid-19. As proporções são parecidas com o caso da gripe.
Naturalmente, as pessoas precisam ter concluído a série de vacinação primária para serem elegíveis para os novos reforços. O Brasil, como referência mundial em vacinação, não poderá ficar para trás. Cada vez mais a pandemia se prova uma página virada.
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