🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Lula x Mercado: quem vence essa batalha?

Recém eleito para um terceiro mandato como presidente, Lula tem dado declarações que desagradaram o mercado. É possível um consenso?

27 de novembro de 2022
8:11 - atualizado às 15:12
Lula com bandeira do Brasil e gráfico ao fundo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Shutterstock / Montagem Brenda Silva

Antes de mais nada, gostaria de frisar que o mercado raramente perde, justamente por sempre retratar a verdade, seja ela favorável ou desfavorável à sociedade em que age durante determinado estágio da economia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A exceção fica por conta dos países comunistas (espécie em extinção – a Coreia do Norte é uma monarquia absolutista e Cuba vem se tornando burguesa aos poucos).

Mas antes de falar desse (não confirmado) confronto entre Lula e o mercado, comentemos um pouco sobre a biografia do ex e próximo presidente do Brasil.

Um episódio ainda da infância marcou para sempre a vida de Lula. Seu pai, Aristides Inácio da Silva, ensacador de café no porto de Santos, tinha várias famílias e calcula-se que gerou cerca de 25 filhos.

Certa ocasião, ao reunir alguns deles para tomar sorvete, simplesmente recusou-se a dar um para Luiz Inácio, que vivia com a mãe, dona Eurídice, e alguns irmãos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Você não sabe tomar sorvete”, quem contou isso foi o próprio Lula, numa entrevista concedida alguns anos atrás, já numa época em que conseguia que lhe trouxessem um sundae de chocolate às duas horas da manhã.

Leia Também

Lula: passado e origem política                     

Voltando ao passado remoto: após passar por vários empregos, Luiz Inácio Lula da Silva fez um curso de torneiro mecânico, profissão que lhe custou um dedo.

Quando trabalhava nas Indústrias Villares, entrou para o movimento sindical, levado por seu irmão, José Ferreira da Silva, que tinha o apelido de Frei Chico.

Em fevereiro de 1980, época em que o governo militar iniciava o processo de abertura política, Luiz Inácio fundou o Partido dos Trabalhadores. Nesse mesmo ano, cumpriu 31 dias de prisão ao ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao invés de iniciar carreira política disputando uma cadeira de deputado estadual ou federal por São Paulo, que obteria facilmente, Lula começou tentando logo um cargo majoritário, nada menos do que governador do estado. Isso aconteceu em 1982.

Obteve apenas um modesto quarto lugar, ficando atrás de Franco Montoro, Reynaldo de Barros e Jânio Quadros.

Quatro anos mais tarde, em 1986, Lula elegeu-se deputado constituinte com a maior votação do Brasil: 650.000. Durante os trabalhos de elaboração da Constituição que seria promulgada em 1988, Lula revelou claramente seu perfil esquerdista.

De olho no Planalto

Isso seria confirmado no ano seguinte, quando disputou a presidência da República com outros 21 candidatos, ocasião em que foi para o segundo turno contra Fernando Collor de Mello, que se elegeu. Durante a campanha, os dois candidatos apresentaram propostas diametralmente opostas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto Collor defendia a abertura da economia, o enxugamento da máquina do governo e privatizações, Lula propunha a estatização dos bancos e o alongamento do perfil das dívidas interna e externa, maneira disfarçada de dizer “pagaremos se pudermos e quando pudermos.”

Fernando Collor venceu com 53,03% dos votos, contra 46,97% de Luiz Inácio. E coube ao vencedor (que ironia) confiscar o dinheiro das contas correntes, poupança, open market, CDBs, etc., o que aconteceu logo depois da posse, em março de 1990.

Em função de acusações publicadas pelo irmão, Pedro, numa matéria da revista Veja, Fernando Collor de Mello renunciou em 29 de dezembro de 1992, minutos antes de sua cassação pelo Senado Federal.

Sempre com sua plataforma de esquerda, Lula continuou tentando a presidência da República. Perdeu para o sociólogo Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, ambas as ocasiões no primeiro turno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Surgiu então o Lulinha paz e amor, que finalmente obteve a presidência em 2002, não sem antes escrever uma Carta ao Povo Brasileiro, na qual prometia, entre outras coisas, respeitar os contratos existentes no Brasil e no exterior, não submetendo o país a aventuras.

Foi reeleito em 2006, deixando o poder em 1º de janeiro de 2011, com 87% de popularidade, graças a um forte crescimento do país, acompanhado de não menor distribuição de renda.

Seus mandatos foram manchados pelos escândalos do mensalão e do petrolão, que lhe valeram uma condenação de nove anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, mais tarde aumentada para 12 anos e um mês pelo TRF de Porto Alegre.

Por irregularidades processuais, Lula, após permanecer preso numa cela especial da Polícia Federal em Curitiba durante 580 dias, teve seu julgamento anulado pelo STF. Com isso, a maioria de suas penas prescreveu, enquanto outras retornaram à primeira instância.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Obteve de volta seus direitos políticos.

Trunfos e fraquezas

Agora em 2022, numa eleição disputada voto a voto, venceu, no segundo turno, o presidente em exercício, Jair Bolsonaro. A margem foi apertadíssima: 50,90% de Lula contra 49,10% de Bolsonaro, o que na prática representa quase um empate.

Acredito que Lula 2023 não será o jovem revolucionário da Constituinte de 1988 nem o esquerdista convicto de 1989, 1994 e 1998. Muito menos o Paz e Amor de 2002.

O Luiz Inácio que assumirá em 1º de janeiro será um homem curtido pela cadeia e carregará, ao menos para quase metade do país, a pecha da corrupção, do compadrio, do “é dando que se recebe”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Seu maior trunfo é o apoio internacional, não tanto pelo que é, mas pelo que Bolsonaro não foi.

Prova disso foi o telefonema que Lula recebeu do francês Emmanuel Macron, na própria noite da apuração, e o comunicado da Casa Branca reconhecendo-o como legítimo presidente eleito do Brasil.

Como se não bastasse, o governo americano elogiou o sistema eleitoral brasileiro, inclusive com menções às urnas eletrônicas.

Lula 3: o que vem por aí?

Três grandes obstáculos terão de ser enfrentados por Luiz Inácio Lula da Silva tão logo seja ungido pelo Congresso:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Cumprir as promessas de campanha, através das quais garantiu benefícios que o país, no momento, não tem condições de conceder;
  • Oposição ferrenha das novas bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que contarão inclusive com diversos bolsonaristas, incluindo ex-ministros do atual governo; e
  • Enfrentar a má vontade das Forças Armadas, tal como aconteceu com João Goulart em 1961, por ocasião da renúncia de Jânio Quadros.

Após uma recepção triunfal na Cop27, em Sharm el-Sheikh, no Egito, evento no qual foi a grande atração, Lula, num regresso imperdoável ao passado, voltou-se contra o mercado, classificando-o como “especuladores que ficam especulando todo santo dia.”

Redundâncias fora, se Luiz Inácio não sair logo dessa briga, que não tem como vencer, o mercado vai fazer o que sempre faz nessas ocasiões: virar-lhe as costas.

Eu fico até com vergonha de dizer essas coisas, de tão primárias e óbvias que são, mas é através do mercado que as empresas se capitalizam, criam empregos e geram riqueza.

Se manca, Lula. Desdiz o que disse. Converse com os bancos, com os empresários, com o setor agroindustrial, observe um mínimo de disciplina fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Caso contrário, essa batalha já começa perdida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje

11 de dezembro de 2025 - 8:23

A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…

10 de dezembro de 2025 - 19:46

Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje

10 de dezembro de 2025 - 8:10

Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje

9 de dezembro de 2025 - 8:17

Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar