Pouso suave ou aterrissagem forçada? Saiba o que esperar do petróleo diante da desaceleração da economia global
Apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em 5 das últimas 6 recessões, há espaço para que o declínio dos preços das ações de petróleo seja menor que o da commodity desta vez
As últimas semanas foram complicadas para o petróleo. Se o tema do primeiro semestre foi a inflação e o consequente aperto monetário dos países, em especial das economias centrais, como os Estados Unidos, o início de julho foi marcado pela sedimentação de outro temor: a recessão.
O mundo desacelera ("soft landing", ou pouso suave) ou apresenta queda de PIB rumo a uma recessão ("hard landing", ou aterrisagem dura/forçada) por conta da atividade econômica. Se houver destruição de demanda, o que antes era crescimento se tornará uma crise.
A alta dos juros que vem sendo realizada pelas autoridades monetárias globais deveria levar a uma perda de demanda — como podemos ver abaixo, mais de 30 bancos centrais subiram a taxa de juros em mais de 100 pontos-base.
Um processo sem paralelo recente
Aliás, o processo vigente não encontra paralelo nas últimas décadas, se tornando, portanto, a contração de liquidez mais agressiva dos últimos tempos, a qual deveria proporcionar uma recessão econômica, como em qualquer ciclo — abaixo, o número de aumentos de taxa entre 55 bancos centrais (mudança mês a mês na taxa de juros atual de 50 e 100 pontos).
Automaticamente, tal movimento acaba afetando diretamente as commodities, que vinham muito bem em 2022. Para ilustrar, nos últimos 30 dias, quando passamos a precificar uma recessão global, o petróleo caiu mais de 5% (chegou a cair cerca de 15%).
O lado da oferta de petróleo nos holofotes
Se de um lado as perspectivas de demanda ficaram mais turvas, pelo fato de o mercado passar a precificar uma recessão destruidora de demanda em breve, a dinâmica de oferta também esteve sob os holofotes dos investidores globais.
Leia Também
Na semana passada, o presidente Joe Biden se encontrou cara a cara com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. A expectativa agora é a de que os sauditas deem apoio aos EUA na iniciativa de ofertar mais petróleo, tirando a pressão de preços de mercado.
Assim, a chance de mais oferta no curto prazo também ajudou a arrefecer a alta da commodity mais arbitrada do mundo. Não custa lembrar que as últimas semanas não descrevem bem o desempenho do preço do barril em 2022 — mesmo com a queda recente, o petróleo ainda sobe mais de 50% nos últimos 12 meses e cerca de 30% no ano.
- ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio.
Perspectiva para o petróleo já era otimista antes da invasão da Ucrânia pela Rússia
O grande gatilho foi a guerra na Ucrânia, mas mesmo antes do evento geopolítico, já trabalhávamos com uma perspectiva otimista para o barril de petróleo, como você pode conferir neste vídeo. Ou seja, o conflito entre russos e ucranianos apenas acelerou uma alta já amplamente esperada por nós e outros agentes de mercado.
Neste sentido, apesar da volatilidade de curto prazo, em que o aperto monetário e o temor de recessão têm um efeito negativo sobre o preço do óleo, sigo com perspectivas otimistas para o mercado. O motivo? As condições estruturais de demanda e oferta continuam apertadas.
Por exemplo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) está prevendo um salto na demanda por petróleo em 2023. Nem mesmo o cartel do petróleo será capaz de atender a essa demanda, mesmo com uma suposta maior disponibilidade por parte da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos no curto prazo.
Além disso, pelo lado da oferta a situação não é muito melhor, uma vez que não há estoque estrutural suficiente para os próximos anos e as empresas não estão respondendo à alta atual de preço com mais investimentos.
Em outras palavras, apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em cinco das últimas seis recessões, há espaço para que o declínio nas ações de petróleo seja menor do que o recuo no preço do petróleo desta vez — fluxo de caixa na commodity deve ser o campeão.
Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.
Estima-se que mesmo se os preços do petróleo caírem 50% para algo entre US$ 50 e US$ 60, a desvantagem nas ações pode ser limitada a 10-20% (são muito eficientes e baratas para caírem demais; além disso, as empresas parecem precificar um nível de petróleo da ordem de US$ 75, já bem abaixo do patamar atual).
Assim, a visão de longo prazo, pela ótica da oferta, é de que o mercado de petróleo continue apertado. Se o crescimento do PIB global cair para 2%, o preço implícito do petróleo será de US$ 80, ainda acima do preço implícito das ações (entre US$ 70 e US$ 75).
Claro, o curto prazo será responsivo às eventuais correções de preço, em especial por conta da alta dos juros e do temor de recessão. Contudo, a história de médio e longo prazo continua sendo positiva para as posições em empresas do setor de óleo e gás.
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje