As ações do Facebook caem 50% desde as máximas: isso é uma oportunidade ou uma armadilha?
Se existe uma empresa preparada para emergir mais líder do que nunca depois das mudanças na política de privacidade da Apple, essa empresa é o Meta
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Quero começar a coluna de hoje com uma pergunta: quanto tempo você imagina ser necessário para avaliar o desempenho financeiro de uma empresa que emprega mais de 20 mil pessoas, opera em mais de 190 países e serve mais de 1,9 bilhão de pessoas todos os dias?
Para os algoritmos robôs de investimentos, o tempo de avaliação está na casa de alguns poucos segundos.
Nesse intervalo absolutamente irrelevante, os computadores determinaram que o valor do Meta (o Facebook) era, na verdade, 25% inferior ao seu valor antes da divulgação dos resultados finais de 2021.
Para os jornalistas financeiros e analistas de mercado, como eu, o tempo está na casa de algumas horas que, infelizmente, são influenciadas pela conclusão dos algoritmos.
O mais importante, porém, é o timing do verdadeiro investidor.
Leia Também
A real avaliação, com o estudo e modelagem, é um processo de semanas.
Passada a reação inicial e absorvidos os detalhes do que aconteceu com o Meta, será que existe uma oportunidade de investimento nesta ação que cai cerca de 50% das suas máximas?
A Estrada do Passado
É impossível entendermos a reação do mercado ao resultado do Meta sem voltarmos no tempo.
Mais precisamente, devemos voltar ao exato momento em que a Apple alterou suas políticas de privacidade.
Na segunda metade de 2021, os usuários do iPhone e do iPad passaram a receber avisos bastante assustadores ao abrirem seus aplicativos, por exemplo:
"Permitir que o Facebook rastreie suas atividades em aplicativos e sites de outras empresas?"
O que antes era a configuração padrão, de permitir o rastreamento dos usuários não só para o Facebook, mas para basicamente todos os aplicativos que você concordou com os termos de uso sem lê-los, tornou-se opcional.
Essa opcionalidade, que a maioria das pessoas sequer sabia existir, foi apresentada aos usuários com um aviso bem "creepy".
Muita gente, assustada, clicou em "não permitir".
Os impactos
As pessoas adoram teorias da conspiração sobre o Facebook, o Instagram e o Whatsapp - as propriedades do Meta.
Sem entrar em juízos de valor, gostaria de explicar o funcionamento dessas plataformas, para falarmos sobre os impactos da mudança na política de privacidade da Apple.
Existem basicamente dois grandes canais de audiência para anunciantes online: Google e Facebook.
O trabalho mais fácil do mundo
Costumo dizer que hoje o Google tem um dos trabalhos mais fáceis do mundo: ao pesquisar alguma coisa no Google, você está dizendo à plataforma quais são os seus interesses.
É muito simples mostrar anúncios de imóveis para pessoas que pesquisaram aluguéis. Mostrar anúncios de fraldas para pessoas que estão pesquisando sobre cuidados na gravidez, e por aí vai.
Nós contamos ao Google o que estamos procurando.
Isso faz dele um canal perfeito para anunciantes conhecidos, que são referências em seus setores.
Coisas que você gostaria de conhecer, mas ainda não sabe
O site Booking.com, por exemplo, é o maior cliente individual do Google no mundo. Você sabe que quer viajar, conta isso ao Google, e o Booking paga uma tarifa para ser uma das primeiras opções para você planejar a sua viagem.
Mas o que acontece com todos os pequenos empreendedores que não são conhecidos? Ou mesmo com as grandes marcas que são muito relevantes num país, mas estão tentando entrar num novo onde são desconhecidas?
Esses anunciantes estão na categoria de coisas que você gostaria de conhecer, mas ainda não sabe disso. O Facebook e o Instagram são especializados em servir esse tipo de anunciante.
Você não conta diretamente ao Facebook quais são seus interesses, mas você deixa sinais. Você curte fotos, clica em links e baixa aplicativos que foram apresentados a você pelos algoritmos da rede social.
Uma pessoa que baixou o famoso game mobile Candy Crush tem propensão a consumir outros jogos mobile casuais.
Essa informação é muito valiosa para milhares de desenvolvedores ao redor do mundo, que estão, neste momento, tentando escalar jogos novos e ainda desconhecidos.
O que a Apple fez foi tirar do Facebook a capacidade de compartilhar esses dados com anunciantes diversos.
Essa mudança impactou todo um ecossistema de pequenos empreendedores, empresas de e-commerce, games e muitos outros que dependiam do Facebook para serem descobertos.
O tamanho desse impacto foi conhecido pelos investidores no último dia 2 de fevereiro, quando os resultados do Meta foram revelados.
Estamos falando de uma cifra de US$ 10 bilhões!
10 bilhões e o TikTok
Além do impacto direto da política de privacidade da Apple, Mark Zuckerberg mencionou inúmeras vezes para os investidores o quanto o TikTok estava incomodando o Instagram e o Facebook.
O incômodo é tanto que o Zuck separou uma verba bilionária para investir no "Reels", que é literalmente uma cópia do TikTok no Instagram, indo para o tudo ou nada no modelo de vídeos curtos.
Não é a primeira vez
Poucos investidores se lembram disso, mas logo após o IPO, em 2012, as ações do Facebook chegaram a cair mais de 40%.
A empresa estava atrasada na migração para o mobile, que Zuck partiu para o tudo ou nada, sofrendo um impacto relevante de curto prazo nas receitas para reconstruir o Facebook no mobile.
Deu certo.
Anos depois, com o crescimento do Snapchat, Zuck entrou em cena mais uma vez para o segundo cavalo de pau do Facebook: o stories.
Mais uma vez, para o tudo ou nada, o Instagram praticamente abandonou a timeline tradicional do Facebook e foi com tudo para o stories.
De novo, deu certo.
Agora, Zuck está em direção ao terceiro ato, contra um dos concorrentes mais difíceis que já enfrentou.
Um turnaround que leva à Estrada do Futuro
Tentei deixar claro que a situação do Meta, neste momento, não é simples: competição concomitante a uma ruptura importante no seu modelo de negócios.
Ao mesmo tempo, acredito que o mercado exagerou na dose, na velocidade com que chegou a suas conclusões.
Os desafios são grandes, mas se existe uma empresa preparada para emergir mais líder do que nunca após as mudanças na política de privacidade da Apple, essa empresa é o Meta.
Ninguém tem tanto acesso a poder computacional, dados e experiência quanto o Meta.
Esses atributos ainda são sustentados por uma receita anual na casa de US$ 120 bilhões, um caixa de US$ 47 bilhões para suportar os investimentos e uma base de 1,9 bilhão de pessoas que acessam seus aplicativos todos os dias.
Além disso, o Meta é hoje o líder na venda de hardwares de realidade virtual, o Quest, que muitos acreditam ser a próxima grande plataforma depois do computador pessoal e do smartphone.
Se, como diria Warren Buffett, é melhor comprar uma boa empresa a um preço justo, do que comprar uma empresa justa a um preço bom, a queda de 50% das ações do Meta, que agora negocia a cerca de 15 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, é sim uma boa oportunidade de investimento, desde que você esteja ciente dos riscos que eu mencionei acima.
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira