Como a dona da Shopee explica a transformação da indústria de games
A gigante do comércio eletrônico nasceu graças ao Free Fire, um dos games gratuitos mais populares e que passaram a gerar muito mais receita do que os pagos

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Apesar da enorme volatilidade que a temporada de resultados nos traz, com ações caindo ou subindo mais de 10% após números acima ou abaixo das expectativas do mercado, pouca coisa efetivamente muda nas empresas num período tão curto.
Alterações na "tese de longo prazo" são coisas que acontecem… bem… em longo prazo.
Uma mudança esteve em voga no segmento de games nos últimos 10 anos, que foi o aumento da representatividade dos games "free to game" dentro da indústria como um todo.
Seus reais efeitos, porém, só puderam ser sentidos agora, em 2022.
O que os games "free to play" fizeram foi transformar uma indústria resiliente, num segmento altamente cíclico.
Leia Também
Para qual montanha fugir, Super Quarta e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (16)
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
Games de graça, pero no mucho
Há dois marcos importantes que definem a história da indústria de games nos últimos 10 anos: primeiro, ultrapassou a indústria do cinema, se tornando o maior mercado de entretenimento do mundo.
Depois, o setor passou por uma transformação própria: os games gratuitos passaram a gerar muito mais receita do que os games pagos.
Um excelente estudo de caso pode ser visto nas ações do gigante asiático Sea Limited (Nasdaq: SEA), dona da Shopee.
A Sea nasceu como "Garena", um publisher de games mobile distribuindo um título chamado "Free Fire".
O Free Fire, para quem não conhece, é um jogo mobile no formato "battle royale", em que dezenas de jogadores são colocados simultaneamente num mapa que vai afunilando conforme os minutos passam.
Ao final, apenas um jogador será o vencedor.
Encurtando a história, o Free Fire se tornou um dos jogos mobile mais populares do mundo (uma febre no Brasil, por exemplo) e alcançou um pico de quase 350 milhões de jogadores ativos mensalmente no ano passado.
Em 2021, de acordo com os demonstrativos da Sea, o Free Fire totalizou receitas de US$ 4,5 bilhões (um crescimento de 44% versus 2020).
Como um jogo gratuito pode alcançar US$ 4,5 bilhões em receitas?
Os games gratuitos são monetizados através de dois canais principais:
- a venda itens cosméticos, upgrades, eventos especiais e outros elementos intrínsecos ao jogo (e geralmente opcionais),
- e anúncios.
É comum, ao final de uma rodada, o jogador ter a opção de assistir a um anúncio de 30 segundos em troca de alguma recompensa dentro do jogo.
Um anunciante está pagando por aquele espaço, e isso é uma fonte de receita para os games gratuitos.
Com 350 milhões de usuários, você deve imaginar, o Free Fire acumulou enormes receitas de publicidade.
E assim nasceu a Shopee
Com margens operacionais acima de 50%, o sucesso do game foi tão grande que os executivos decidiram usar a geração de caixa absurda do jogo para financiar a criação de um e-commerce!
Foi assim que nasceu a Shopee.
Só para você ter uma ideia da escala: como o Brasil era um dos países onde o Free Fire possuía sua maior base de usuários, no lançamento da Shoppe, os jogadores foram bombeados com cupons e códigos promocionais.
Do dia para noite, o e-commerce nasceu no Brasil, com milhões de usuários que eram jogadores de Free Fire.
Ascensão e queda
No último resultado da Sea Limited, pudemos observar uma enorme desaceleração do Free Fire.
Nessa história, há alguns componentes que são bastante específicos. Por exemplo, a Índia (que era o maior mercado do Free Fire no mundo), baniu o game do país, pois um dos maiores acionistas da Sea é a gigante chinesa Tencent.
Mesmo assim, podemos notar que a quantidade de usuários está diminuindo. Porém, o que está diminuindo ainda mais é o gasto médio por usuário no game.
Em crises passadas, a indústria de games costumava passar ilesa, pois você não tinha alternativas viáveis a baixo custo.
Com a migração para o formato "free to play", algumas limitações na experiência servem como inconveniências, mas não como barreiras ao consumo de entretenimento.
Com isso, não só as ações da Sea, mas outras empresas como Roblox, Playtika e Take Two, viram seus resultados piorarem (e suas ações caírem).
Mas e aí, o que vem agora na indústria de games?
Bom, esse é um assunto para semana que vem, em que eu vou te explicar a tese de investimentos numa das minhas ações preferidas no setor.
Até lá!
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA
Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações
Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo