Assim como Elon Musk fez com o Twitter, quando você vai dar o braço a torcer?
É possível ganhar muito dinheiro mesmo errando, desde que reconheça os erros antes que eles causem estrago demais
Elon Musk prefere pagar US$ 1 bilhão em multa do que seguir adiante com a compra do Twitter.
Tudo começou em março deste ano, quando o bilionário passou a comprar, na surdina, ações da empresa.
Quando atingiu uma participação relevante, Musk precisou fazer uma oferta formal para comprar mais.
A barganha de Elon Musk
E assim o fez: sua proposta avaliou o Twitter em US$ 44 bilhões. Esse valor estava 30% abaixo da máxima histórica e, portanto, parecia uma barganha.
Feita a oferta, o investidor começou sua diligência, em que levantou uma série de informações antes de fechar o negócio. Entretanto, foi aí que algo o desagradou.
O Twitter disse a Musk que 5% de seus usuários são falsos ou criados por robôs. Mas o investidor acredita que essa fatia é maior, em torno de 20%.
Leia Também
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Quando solicitou informações adicionais, Musk ficou sem resposta.
Twitter cada vez mais em queda
O tempo passou.
A ação caiu mais 23%.
Após 2 meses de silêncio, o bilionário retirou sua proposta. Ele não quis pagar para ver. Na verdade, preferiu pagar US$ 1 bilhão em multa contratual para não precisar ver mais.
Mais 11% de queda.
O que parecia uma barganha não era, na realidade, tão barato assim.
Elon Musk e o erro de investimento
Musk foi corajoso diante do que percebeu como um erro de investimento.
Desistir da compra significaria não só pagar US$ 1 bi em multa, mas admitir um erro publicamente, assim como correr o risco de perder a credibilidade da sua palavra.
Tratava-se de um custo afundado grande, que mesmo assim ele topou pagar.
Se ele errou ou acertou, só o tempo vai dizer.
As lições do episódio de Musk e o Twitter
O grande valor desse episódio está, na verdade, nas suas lições para nós, investidores. Aqui vão elas:
1 - Não entre em um negócio sem ter uma porta de saída
Mesmo depois da multa, Elon Musk continuará muito bilionário, obrigado.
É importante saber qual custo afundado você consegue suportar.
Se aquela ação ou ativo pode te gerar uma perda proibitiva, ou, ainda, não tem liquidez suficiente para absorver a venda da sua posição, entre com uma exposição menor.
Jamais encare o risco de perder o suficiente para te deixar em ruínas.
2 - Tome decisões de investimento informadas
O verdadeiro investidor investiga a fundo o que está avaliando, com a missão de descobrir a verdade – portanto, não deve acreditar em tudo que vê ou ouve.
Aliás, essa pesquisa é a maior parte do nosso trabalho na Carteira Empiricus, um portfólio de ativos que acreditamos ter o poder de proteger e multiplicar seu patrimônio.
3 - O futuro deve balizar suas decisões de investimento, e não o passado
O fato de Musk ter topado pagar US$ 1 bilhão em multa significa que enxergava uma perda ainda maior, caso seguisse com o negócio. Ele não se deixou levar pelo dilema do custo afundado.
No universo das ações, uma queda de 30% pode ser sucedida por mais outra de 30%.
A “barganha” pode se transformar em um pesadelo.
A pergunta é qual decisão te deixará mais rico no futuro, partindo de onde está agora. Lo que pasó, pasó.
4 - Sua riqueza é inversamente proporcional ao seu ego
Admitir publicamente um erro bilionário, ainda mais sendo famoso no mundo inteiro, não deve ser fácil. Ainda assim, Elon priorizou seu bolso em detrimento de se provar certo.
É possível ganhar muito dinheiro mesmo errando, desde que reconheça os erros antes que eles causem estrago demais.
Se um dos homens mais ricos do mundo erra, quem somos nós para querer ter 100% de aproveitamento nas nossas decisões de investimento?
Três métodos
“Por três métodos podemos aprender a sabedoria: primeiro, por reflexão, que é a mais nobre; Segundo, por imitação, que é mais fácil; e terceiro, pela experiência, que é a mais amarga.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE— Confúcio
Um abraço,
Larissa Quaresma
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.