Petrobras (PETR4) evita queda maior, mas Ibovespa recua antes de apresentação da PEC da Transição; dólar e juros também caem
Com o volume de negociações menor no Ibovespa, o índice ficou próximo do zero a zero, aguardando detalhes sobre a PEC protocolada apenas no fim da tarde
Sem grandes divulgações econômicas marcadas para esta segunda-feira (28) e com um jogo da seleção brasileira no início da tarde, o dia foi morno para a B3.
Assim como no jogo de estreia do time do técnico Tite, as negociações não foram interrompidas enquanto a bola rolava, mas a falta de novidades no cenário político não deram a confiança necessária para que os investidores fizessem grandes mudanças em suas posições.
Isso porque o dia transcorreu no aguardo de que mais detalhes sobre a PEC da Transição fossem apresentados — o que só ocorreu no fim do dia, com a bolsa já em leilão de fechamento. A perspectiva é de que a repercussão fique para amanhã.
Apesar de o texto protocolado trazer um gasto extra-teto de quase R$ 200 bilhões por pelo menos quatro anos, as negociações entre governo eleito e Congresso apontam que a cifra final deve ser menor do que a inicialmente pretendida.
Além disso, o nome de Fernando Haddad para um eventual ministério da Fazenda começa a ser melhor digerido pelos investidores. Com perspectivas mais favoráveis, os juros futuros recuaram, e o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,82%, a R$ 5,3661.
É bem verdade que o clima no exterior não estava dos melhores, já que a onda de protestos contra a política de covid zero na China e a perspectiva de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos levaram as bolsas em Wall Street a fechar o dia no vermelho.
O Ibovespa, no entanto, escapou de uma queda maior — e chegou a operar a maior parte do dia em alta —, sustentado pelo avanço das ações da Petrobras. O principal índice da B3 recuou 0,18%, aos 108.872 pontos, puxado pelo setor de varejo e uma percepção de vendas fracas durante a Black Friday.
Um pedido de basta
Após semanas de expectativa de que o governo chinês estaria disposto a encerrar a sua política de covid zero, os mercados passaram pela decepção da continuidade da prática. A população chinesa, no entanto, não parece disposta a deixar as coisas como estão.
Após três anos, as duras medidas de restrição impostas pelo governo da China para deter o coronavírus estão sendo questionadas, e moradores de diversas cidades do país iniciaram um movimento de protestos que pedem até mesmo a renúncia de Xi Jinping.
De acordo com a imprensa internacional, é difícil quantificar o tamanho das manifestações, mas há movimentação em diversos bairros de grandes metrópoles como Pequim, Xangai e Wuhan, além de outras cidades. Universidades renomadas também se pronunciaram.
A movimentação injetou cautela no mercado internacional já que não se sabe qual deve ser a postura do governo chinês e das implicações para a atividade econômica. Com isso, as bolsas asiáticas, americanas e europeias tiveram um dia de perdas.
Uma ameaça?
Além do clima de cautela com os protestos na China, outro gatilho para a aversão ao risco nesta segunda-feira (28) foram declarações de James Bullard, dirigente do Federal Reserve de St. Louis.
Conhecido por ser mais favorável a um aperto monetário mais firme, Bullard voltou a afirmar que os juros devem se manter elevados em 2023 e 2024, e defendeu um ajuste monetário rápido, indicando que ainda há espaço para a alta da taxa básica. Além disso, o dirigente afirmou que o mercado está menosprezando o risco de o Fomc precisar ser mais agressivo para conter a inflação e não o contrário.
O resultado foram os principais índices em Wall Street fechando o dia em forte queda:
- Dow Jones: -1,45%
- S&P 500: -1,54%
- Nasdaq: -1,58%
Sobe e desce do Ibovespa
As ações da Petrobras (PETR4) foram destaque nesta segunda-feira. Além da alta do petróleo no mercado internacional, a companhia divulgou ontem uma nota em que reforçou que o pagamento de dividendos extraordinários está previsto em seu plano estratégico, como forma de assegurar o pagamento dos proventos. Além disso, a companhia realizou o primeiro encontro da sua diretoria com a equipe de transição. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 19,60 | 3,65% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 28,17 | 2,47% |
CCRO3 | CCR ON | R$ 11,63 | 2,29% |
PETR4 | Petrobras PN | R$ 24,36 | 2,10% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 17,48 | 1,86% |
A leitura de que a Black Friday rendeu uma receita menor do que a esperada para as maiores varejistas do país acabou pressionando os papéis do setor, mesmo com o recuo dos juros futuros ao longo do dia. Confira também os piores desempenhos da sessão:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 9,89 | -9,68% |
VIIA3 | Via ON | R$ 2,09 | -6,70% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 9,05 | -5,93% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 4,74 | -5,77% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 0,74 | -5,13% |
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