Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior acompanham desaceleração global e início do Fórum Econômico Mundial; Ibovespa mira inflação e desemprego esta semana
No panorama doméstico, permanece no radar a nova crise do governo envolvendo possível superfaturamento na compra de caminhões de lixo

Estamos próximos ao final do mês e com ele o saldo para as bolsas internacionais permanece em terreno negativo. Quem chama a atenção dos investidores nesta semana é o início do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que reúne ministros da economia e finanças dos países mais importantes do globo a partir desta segunda-feira (23).
O encontro deve focar principalmente no novo panorama mundial da pandemia de covid-19, que fez a reunião ser remota durante dois anos seguidos. Além disso, os debates envolvendo sanções econômicas à Rússia em virtude da invasão do país à Ucrânia também devem tomar boa parte das discussões.
No caso brasileiro, o representante do país no Fórum será o ministro da Economia, Paulo Guedes, que só deve aparecer na quarta-feira (25). Em tempo de alta de covid no mundo, o fórum exigiu um pré-teste de covid de todos os participantes e um novo teste a cada 24 horas, feitos em dois centros pelo do local do Congresso. O resultado do teste é ligado à credencial, ou seja, se der positivo, o acesso é negado.
O evento deve permanecer como pano de fundo para os investidores ao longo da semana.
Confira o que será destaque para a bolsa, o dólar e o Ibovespa nos próximos dias:
Bolsas amanhecem em alta de olho na economia global
Com as atenções voltadas para os picos nevados de Davos, os investidores de Ásia e Pacífico encerraram as negociações do pregão desta segunda-feira em alta moderada. Os temores com a atividade econômica global permanecem como limitador do otimismo por lá.
Leia Também
Já na Europa, a situação é um pouco diferente. A cautela com o medo da desaceleração pesa, mas a notícia de que o índice de sentimento das empresas na Alemanha impulsiona os negócios por lá. O indicador teve uma alta inesperada para maio e atingiu os 93 pontos — contra as projeções de queda para 91,2 pontos esperada para o período.
Já em Wall Street…
Por último, os futuros de Nova York tentam emplacar uma recuperação após uma semana de duras perdas. Permanecem no radar as falas do presidente americano, Joe Biden, que deve reverter uma decisão do seu antecessor, o ex-presidente Donald Trump.
Trump havia levantado uma série de taxas protecionistas contra produtos chineses, o que está sendo questionado pelo atual presidente junto com membros da equipe econômica do país.
Biden ainda enfrenta uma série de problemas envolvendo sua gestão. Os norte-americanos se sentem deixados de lado em virtude da situação econômica: inflação alta e gargalos na cadeia produtiva minam a figura do presidente, que sustenta o discurso de que a atividade nos EUA segue firme, mesmo com o avanço dos preços.
E um Fed pela frente
Por falar em economia e inflação, o Federal Reserve divulgará a ata da mais recente reunião sobre a política monetária na próxima quarta-feira (25). O documento deve trazer novas pistas sobre a direção da alta nos juros para combater o avanço nos preços.
E a inflação oficial, medida pelo PCE — indicador preferido do Fed para decisão de juros — também será divulgada nesta sexta-feira (27) e é o grande foco da semana.
Vale destacar que a inflação nos EUA já é a maior em mais de 40 anos e o Fed deu sinais mistos se será mais duro — hawkish, no jargão do mercado — ou não contra a alta de preços.
A bolsa local também mira a inflação
Por aqui, a previsão da inflação injeta ainda mais cautela no dia. O índice preliminar de maio, medido pelo IPCA-15, só será divulgado na terça-feira (24) e deve registrar nova alta no período.
O setor do varejo é o mais afetado tanto pela alta nos preços — com o poder de compra da população sendo consumido pelo dragão — quanto pelo seu remédio: a alta dos juros — o crédito mais caro limita o dinheiro em circulação.
Nesta leitura, porém, é esperado que o indicador comece a apresentar certa fraqueza, como efeito das sucessivas altas da Selic, arrefecimento do dólar e retomada das atividades, paralisadas durante a pior fase da pandemia de covid-19.
Nova acusação do governo
A compra e distribuição de caminhões de lixo para pequenas e médias cidades virou alvo de investigação da equipe do jornal O Estado de São Paulo. A matéria publicada durante o fim de semana mostra que houve um salto de aquisições de 85 para 488 veículos entre 2019 e 2021.
Segundo apurado pela publicação, a compra de modelos idênticos foi inflacionada em até 30%.
Em outubro passado, o governo adquiriu um modelo específico de caminhão por R$ 391 mil e, menos de um mês depois, aprovou a compra pelo valor de R$ 505 mil no mesmo tipo de veículo.
Agenda semanal
Segunda-feira (23)
- França: PIB da OCDE no primeiro trimestre (7h)
- Banco Central: Reunião trimestral de economistas com o BC (sem horário)
- Suíça: Início do encontro do Fórum Econômico Mundial (dia todo)
Terça-feira (24)
- IBGE: IPCA-15 de maio (9h)
- Estados Unidos: PMI preliminar composto de maio (10h45)
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, participa de evento do National Center for American Indian Enterprise Development 2022 Reservation Economic Summit (13h20)
Quarta-feira (25)
- Suíça: Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de painel sobre a dívida global no Fórum Econômico Mundial de Davos (9h30)
- Estados Unidos: Encomendas de bens duráveis em abril (9h30)
- Estados Unidos: Fed divulga ata da mais recente reunião de política monetária (15h)
Quinta-feira (26)
- Estados Unidos: leitura final do PIB do primeiro trimestre (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Presidente do Banco Mundial, David Malpass, participa do evento do Center for Global Development President Masood Ahmed (15h)
- Caged: Geração de emprego formal em abril (sem horário definido)
Sexta-feira (27)
- Estados Unidos: PCE e núcleo do PCE (9h30)
- Aneel: Definição da bandeira tarifária para energia elétrica em junho (sem horário definido)
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista